Usar lâmpadas LED em casa é saudável?

Felipe Martins*
30/09/2016 18:25
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Lâmpadas de LED estão cada vez mais estabelecidas como opção econômica e sustentável, mas é preciso atenção. (Foto: Acervo) | Vendas

As lâmpadas de LED (sigla para diodo emissor de luz) surgiram há mais de uma década como alternativa de iluminação e, mais recentemente, estão sendo divulgadas como opção mais sustentável e econômica para trazer luz aos lares e locais públicos. Por consumir menos energia e por ter uma maior eficiência, o LED rapidamente substituiu as lâmpadas fluorescentes como preferência, principalmente em vias públicas de grandes cidades.
A rápida disseminação da tecnologia na sociedade, porém, preocupa pesquisadores da Associação Médica Norte-Americana (AMA). No último mês de junho, os profissionais divulgaram um alerta sobre o uso do diodo em alta intensidade e possíveis implicações na saúde. Para a AMA, a emissão da chamada luz azul em alta intensidade pode colaborar para os distúrbios no sono e pode estar relacionado com o desenvolvimento de doenças como o câncer.
Lâmpada de LED difere das lâmpadas de filamento, sendo mais econômicas e mais eficientes. Foto: Daniel Castellano
Lâmpada de LED difere das lâmpadas de filamento, sendo mais econômicas e mais eficientes. Foto: Daniel Castellano
A preocupação com os danos do LED, embora pertinente, depende justamente da intensidade. O professor de engenharia elétrica e da pós-graduação em tecnologia da saúde pela PUCPR, Munir Gariba, explica que as lâmpadas de cor branca, comumente usadas em residências, não atingem temperaturas tão altas, e não oferecem o mesmo risco que a pesquisa da AMA detectou.
Ainda assim, o LED pode tirar o sono de muita gente – literalmente. “A emissão da parte azul da luz influencia no corpo humano inibindo a produção da melatonina, que é o que controla o chamado ritmo circadiano”, comenta. Embora todas as ‘cores’ de lâmpada possam emitir a luz azul, o efeito é mais comum para as lâmpadas brancas. Ao alterar o ritmo, funções ligadas à digestão, temperatura do organismo e principalmente o sono são afetadas diretamente.
O professor ainda destaca que o problema não está necessariamente na lâmpada. “Qualquer aparelho que emita luz azul, mesmo que em baixas intensidades, afeta o organismo humano. Por isso que não é recomendável assistir tevê até tarde ou ficar mexendo em celulares e tablets pouco antes de dormir”, explica. Gariba ainda destacou que, quanto mais cores e intensidade da luz, mais cansaço na vista, e menor qualidade de sono e descanso para o corpo.
Opção de LED emite parte de luz azul, que em grande intensidade, está ligado aos distúrbios de sono. Foto: Antônio More
Opção de LED emite parte de luz azul, que em grande intensidade, está ligado aos distúrbios de sono. Foto: Antônio More
Para o caso de doenças mais graves, mesmo o estudo da AMA ainda é inconclusivo. Porém, o que se sabe é que o LED é, atualmente, a opção menos nociva à saúde, ainda mais se comparada às lâmpadas antigas. Pela tecnologia e tamanho, o diodo não corre o risco de emitir gases quando uma lâmpada se quebra. Mesmo assim, alguns especialistas sugerem cuidados ao limpar os cacos, como o uso de luvas.
*Especial para a Gazeta do Povo

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