Após 5 anos do selo de Cidade Criativa, Curitiba participa de evento internacional da Unesco

Cinco anos depois de ter sido selecionada pela Unesco como uma das 180 Cidades Criativas de Design do mundo, Curitiba participa nesta semana da 13ª edição da Conferência Anual da Unesco para a rede de Cidades Criativas, que acontece até sábado na cidade de Fabriano, na Itália.

A presença da capital paranaense no evento é uma das ações promovidas para garantir a manutenção do selo e faz parte das atribuições do comitê que reúne órgãos oficiais do município, instituições de ensino e membros da sociedade civil com a proposta de desenvolver e propagar ações voltadas ao design.

Oficializado em novembro de 2018, este conselho especial é formado por 12 membros e foi criado para compensar o fato de que, até então, poucas atividades vinham sendo realizadas neste sentido, conforme detalhou reportagem da Haus publicada em junho de 2017.

Entre as atividades desenvolvidas pelo comitê está a interação e troca de experiências com municípios do mundo inteiro que também ostentam o título. A conferência anual é uma forma de incentivar intercâmbio entre as cidades, segundo a arquiteta Liana Vallicelli, supervisora de informações da presidência do Ippuc, que está na Itália representando Curitiba.

“É um evento anual, reúne todas as categorias das cidades criativas, não só de de Design, mas também artesanato, gastronomia, literatura, cinema, entre outros, e representantes de várias cidades. São feitas discussões sobre como uma cidade pode colaborar com as outras, com estratégias, troca de experiências, já que cada uma está em um estágio diferente”, explica Liana.

A presença neste e nos demais eventos oficiais da Unesco, bem como encontros entre as oito cidades brasileiras, começaram a acontecer desde a formação do conselho especial, de acordo com o presidente da Associação das Empresas e Profissionais de Design do Paraná, a ProDesign>pr, Guido Lautert Dezordi.

No ano passado, foram promovidos dois eventos nacionais envolvendo as oito cidades brasileiras com selo de Criativas pela Unesco, o que deve servir como pontapé inicial para que estas assumam a dianteira na criação de uma rede que incorpore ainda municípios de outras regiões e estados, extrapolando a rede oficial.

“Essa rede cria uma chance de conectar com outras cidades, conhecer o que estão fazendo, manter-se atualizado em todas as atividades, os projetos, as iniciativas que estão surgindo em relação a esse tema [do Design e da economia criativa]”, disse Dezordi, complementando: “É uma conexão que a cidade ganha, que consegue ter um acesso a essa informação toda e, tendo a chancela do selo, já se trabalha com a ideia de criar uma rede nacional, não necessariamente ligada à Unesco, mas que possibilite replicar informações a outras cidades que não têm essa chance”.

Além de Curitiba, Brasília é a única outra Cidade Criativa do Design no Brasil. Florianópolis, Paraty e Belém integram a lista da Gastronomia, enquanto Salvador é considerada Cidade Criativa de Música, João Pessoa de Artesanato e Santos de Cinema.

Segundo Dezordi, capitais como Belo Horizonte e São Paulo pleiteiam também a inclusão como Cidades Criativas e a experiência de Curitiba pode ajuda. “No Brasil, tem mais 15 cidades interessadas e a Unesco está sendo mais seletiva nesta escolha. Ser uma cidade criativa otimiza muito o desenvolvimento e a implantação de projetos relacionados à economia criativa, que é um dos grandes pilares da nova economia, é um capital intelectual importante”, complementa Dezordi.