Urbanismo

Na contramão do resto do mundo, Paris volta a permitir carros nas margens do Rio Sena

Aléxia Saraiva
23/02/2018 18:30
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Trecho de 3,3km da Rua Georges-Pompidou fechou para carros desde outubro de 2016. Foto: Reprodução/GFreihalter

A passagem de carros nas vias que fazem margem ao rio Sena, em Paris, voltou a ser permitida depois de uma decisão do Tribunal Administrativo da capital francesa, tomada nesta quarta-feira (21). A prefeita da cidade, Anne Hidalgo, criticou a decisão e afirmou que vai entrar com recursos para revogar a medida. O tribunal ainda não anunciou para qual data está prevista a mudança.
O lado direito do rio está aberto apenas para ciclistas e pedestres desde outubro de 2016, quando a Prefeitura de Paris decretou que um trecho de 3,3 km de Rua Georges-Pompidou fosse fechada para viaturas. O documento publicado pelo Tribunal Administrativo, no entanto, não proíbe o fechamento das margens para carros — a decisão apenas interdita este decreto em particular. Segundo o jornal Le Monde, a prefeita enfrentou forte oposição desde o anúncio do projeto, feito em setembro de 2016.
O Tribunal Administrativo ainda não informou em que data deve ser retomada a abertura para carros. Foto: reprodução
O Tribunal Administrativo ainda não informou em que data deve ser retomada a abertura para carros. Foto: reprodução
O principal argumento apresentado pelo órgão para a reabertura é da falta de validade do estudo de impacto apresentado pelo Conselho de Paris na ocasião da decisão, o qual mostrava o interesse geral do público na iniciativa. Segundo o tribunal, há irregularidades e imprecisões no estudo relacionados aos efeitos do projeto sobre o tráfego de automóveis, as emissões de poluentes do ar e a poluição sonora.
Essas falhas no estudo anulariam, por consequência, a deliberação publicada pelo Conselho de Paris em setembro de 2016, que declarava o interesse público na ação, já que que os participantes não teriam tido acesso a informações válidas.
Foto: reprodução
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Poluição

Um dos principais argumentos usados pelos grupos a favor da medida era de que o fechamento da via iria estimular o uso de transportes alternativos no local. Consequentemente, a poluição iria diminuir. Os estudos realizados um ano após a decisão por um comitê regional responsável, no entanto, não mostram resultados concretos de que isso tenha acontecido — o que deu novas forças aos grupos contrários à medida.

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