Urbanismo

Vacas que invadiram supermercado indicam problema de urbanismo em Hong Kong

Gazeta do Povo
10/04/2019 11:00
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Imagem: YouTube/Reprodução

Recentemente, a polícia de Hong Kong recebeu uma denúncia inusitada – um grupo de vacas havia entrado em um supermercado na ilha de Lantau e estava consumindo frutas e vegetais. Segundo informações do jornal local Ming Pau, a “invasão” aconteceu por volta das 8h da manhã – logo em seguida, os próprios funcionários do estabelecimento acabaram conseguindo conduzir as quatro vacas para área externa. Mesmo assim, à noite, três delas ainda podiam ser vistas nos arredores do supermercado. Vários consumidores fizeram vídeos das “invasoras” e publicaram nas redes sociais.
A ocorrência pode parecer curiosa – e até divertida – mas reflete um problema enfrentado por Hong Kong, região administrativa chinesa. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pesca e Conservação local, que ficou responsável pela investigação do ocorrido, Hong Kong atualmente enfrenta um problema no equilíbrio entre a vida urbana e os animais selvagens, tais quais vacas e búfalos. Desde a década de 1970, Hong Kong vem passando por intenso processo de crescimento econômico e desenvolvimento – o que fez com que muitos agricultores abandonassem a vida no campo e, consequentemente, seus animais. Nesse período, houve também aumento do perímetro urbano e diminuição das áreas de pasto onde sempre viveram as vacas.
De acordo com dados de um estudo divulgado pelo ministério em setembro de 2018, estima-se que haja 1110 cabeças de gado selvagem e outros 120 búfalos d’água soltos pelos territórios de Lantau, Sai Kung e Ma On Shan – que correspondem às partes central e nordeste da ilha. Na área onde ocorreu a invasão do supermercado, há cerca de 30 delas – esta, porem, foi a primeira vez que um grupo foi registrado entrando em um estabelecimento comercial em busca de comida.
O supermercado e, mais especificamente, as gôndolas de frutas e verduras, que foram atacadas pelas visitantes bovinas, foram limpas e esterelizadas, segundo divulgou o próprio estabelecimento. O problema principal, porém, continua. A solução, como indica o mesmo relatório do Ministério, inclui uma série de ações e colaborações com ONG’s e conselhos locais. Entre elas, estão ações de identificação dos animais por tags implantadas nas orelhas e também cirurgias de esterilização.
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