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DENVER, CO – SEPTEMBER 09: Democratic presidential candidate Sen. Bernie Sanders (I-VT) speaks to supporters at a rally at Civic Center Park on September 9, 2019 in Denver, Colorado.   Michael Ciaglo/Getty Images/AFP
Como partem da premissa equivocada de que as mudanças climáticas só podem ser enfrentadas com intervencionismo, os democratas não cogitam outras soluções.
DENVER, CO – SEPTEMBER 09: Democratic presidential candidate Sen. Bernie Sanders (I-VT) speaks to supporters at a rally at Civic Center Park on September 9, 2019 in Denver, Colorado. Michael Ciaglo/Getty Images/AFP Como partem da premissa equivocada de que as mudanças climáticas só podem ser enfrentadas com intervencionismo, os democratas não cogitam outras soluções.| Foto: AFP

Dez candidatos democratas à Presidência se reuniram em Nova York, respondendo a perguntas durante uma transmissão de sete horas (sim, sete horas) que a CNN vendeu como “um acontecimento sem precedentes em horário nobre voltado para a crise climática”.

Apesar de as perguntas terem vindo da plateia, a descrição que a CNN fez do evento era um indicativo do que os espectadores esperavam ouvir.

Na prévia do evento semelhante a uma assembleia, o analista da CNN Mark Preston escreve que o aquecimento global “levaria as cidades costeiras a desaparecerem sob a água, tirando centenas de milhões de pessoas de suas casas e obrigando-as a migrarem para regiões secas”.

Por causa disso, diz Preston, as Nações Unidas dizem que os governos têm de promover “mudanças rápidas, amplas e sem precedentes em todos os aspectos da sociedade”.

Antes do evento, não se sabia se perguntas que não aceitavam essa premissa, isto é, a de que o aquecimento global é uma crise e que só os governos podem resolvê-la, seriam ou não ignoradas. Mas a forma como a CNN descreveu o evento sugeria que ele seria algo mais próximo da ideia de “quero que você entre em pânico”, defendida por Greta Thunberg, e não de análises de alto nível que exploram os custos e benefícios da ação e inação quanto às mudanças climáticas.

Independentemente da abordagem da CNN, eis aqui quatro perguntas relacionadas às mudanças climáticas que deveriam ter sido feitas.

1. Se as mudanças climáticas são uma ameaça, por que os democratas rejeitam a energia nuclear?

E energia nuclear é segura, comparativamente barata, confiável e não emite gases do efeito estufa. Por isso, a União dos Cientistas Preocupados disse que a energia nuclear é necessária para se resolver o problema das mudanças climáticas. Ela é uma solução comprovada para a emissão de gás carbônico. A França e a Suécia, dois países que têm taxas de emissão de carbono per capita bem menores do que os Estados Unidos, usam energia nuclear, gerando 72% e 42% de sua energia usando essa matriz, respectivamente. Os Estados Unidos, por outro lado, geram apenas 20% de sua energia usando a matriz nuclear.

Apesar de sua eficiência e baixo custo, o famoso Neal Deal Verde proposto pela deputada Alexandria Ocasio-Cortez e o senador Bernie Sanders rejeita aumentar a capacidade nuclear norte-americana e propõe desligar as instalações completamente.

2. Soluções menos invasivas para as mudanças climáticas, como plantar mais árvores, são melhores do que regulamentações e impostos?

Um novo estudo da revista Science diz que uma solução para os temores em torno das missões de CO2 é surpreendentemente simples: plantar mais árvores. O estudo diz que um aumento da cobertura florestal do planeta equivalente à área dos Estados Unidos “tem o potencial de diminuir o acúmulo de carbono na atmosfera em 25%”.

Não é uma medida simples, já que estamos falando de uma área superior a 5% da superfície terrestre. Mas é muito mais factível do que criar uma economia livre de gás carbônico até 2050.

Supondo que isso possa ser feito, uma política internacional dedicada a aumentar as áreas cobertas por florestas não é melhor do que um imposto sobre o gás carbônico?

3. Você sabia que as mortes relacionadas ao clima são as menores da história e a que se deve isso?

O ambientalista dr. Bjorn Lomborg argumenta que, desde a década de 1920, a concentração de gás carbônico na atmosfera teve um aumento de aproximadamente 30%, para mais de 400 ppm, e a temperatura média mundial teve um aumento de cerca de 1°C. Neste mesmo intervalo de tempo, as mortes relacionadas ao clima diminuíram 99%.

Isso aconteceu por que as pessoas nos países mais ricos são mais resistentes a mortes relacionadas pelo clima do que as pessoas nas nações mais pobres, e o século XX testemunhou um aumento sem precedentes no crescimento econômico. Isso sugere que a melhor forma de proteger as pessoas das mudanças climáticas é por meio do crescimento econômico, e não por meio da austeridade. Como sempre, a literatura sobre os “caminhos sócio-econômicos” deixa claro que o futuro mais abundante é aquele que usa combustíveis fósseis e se apoia no livre mercado.

4. Você acredita que os norte-americanos seriam capazes de se manter aquecidos sem os combustíveis fósseis?

Cerca de 65% de toda a eletricidade dos Estados Unidos são geradas a partir de combustíveis fósseis, de acordo com a Energy Information Administration. Esse número aumenta nos meses mais frios do ano. Durante as frentes frias, de acordo com o Departamento de Energia, os operadores independentes do sistema usam carvão, gás natural e combustível nuclear para gerar mais de 80% da eletricidade.

Boa parte do país, contudo, não é aquecida com o uso da energia elétrica. O gás natural – um combustível fóssil – é o principal combustível para se aquecer casas na maior parte do país. O querosene e o óleo diesel também são responsáveis por uma porção considerável do consumo em algumas regiões. Numa área com quase 10 milhões de quilômetros quadrados, com temperaturas que variam entre -10°C Atlanta e -20°C em Nova York, são os combustíveis fósseis o que mata o frio, mantendo milhões de norte-americanos aquecidos nos meses mais gelados.

Jonathan Miltimore é editor da FEE.org.

© 2019 FEE. Publicado com permissão. Original em inglês

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