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Bandeira norte-americana é incendiada por manifestantes em Portland.
Bandeira norte-americana é incendiada por manifestantes em Portland.| Foto: AFP

Ao longo dos anos, de forma bastante frequente, eu venho comparando o que está acontecendo em nosso país nos dias de hoje e o que estava acontecendo nos anos 1850, período que precedeu a Guerra Civil Americana.

Quando se fala em Estados Unidos, se fala em liberdade de expressão. E essa liberdade muitas vezes levou a protestos e tensão. Geralmente, nós conseguimos atravessar esses tempos difíceis e desafiadores, e seguimos em frente.

Mas nos anos 1850 foi diferente, houve um colapso que nos levou a uma horrível Guerra Civil. E por quê?

A resposta, penso eu, está em entender a diferença entre pluralidade de opiniões e pluralidade de valores.

A pluralidade de opiniões é algo natural e vital para a realidade humana, e explica por que a liberdade e a democracia são tão importantes. Cada indivíduo é único e enxerga o mundo de uma forma única. Cada um deve ser capaz de colocar na mesa suas perspectivas e opiniões únicas.

Por outro lado, a pluralidade de valores é algo completamente diferente. Para que se tenha um diálogo que tolere a pluralidade de opiniões, precisamos estar na mesma página. Precisamos ter os mesmos valores fundamentais.

Quando não temos mais nenhum ponto em comum em nossas crenças mais básicas, nos nossos valores mais básicos, fica impossível de se comunicar e conduzir um discurso civilizado.

Hoje nós podemos ter opiniões diferentes sobre saúde, educação, política externa e mudanças climáticas.

Mas nos anos 1850 as diferenças eram sobre a natureza do homem, se negros eram ou não seres humanos, e se a escravidão deveria ser tolerada.

Quebra de valores

Isto representa uma quebra de valores comuns, não de opiniões. Uma vez que os valores mais comuns se foram, a base para um discurso civilizado também se foi, e o país se viu em guerra, com irmãos matando irmãos.

As tensões atuais supostamente giram em torno da brutalidade policial, embora eu acredite que isso não passa de uma cortina de fumaça.

Não que a brutalidade policial não seja um problema. Ela é, na verdade. Mas ainda assim é possível manter um discurso civilizado sobre como lidar com esse problema.

Eu já escrevi sobre isso. Uma das questões principais é sobre os sindicatos dos policiais. Os sindicatos tornam praticamente impossível aplicar punições significativas contra policiais que têm um histórico de mau comportamento.

Você discorda? Não tem problema, vamos conversar sobre isso. Se toda essa confusão que vemos hoje é sobre resolver esse assunto, então é dessa forma que nós poderemos fazer alguma coisa.

Mas a violência que está destruindo as cidades americanas mostra que tem algo a mais por trás desse discurso. A brutalidade policial está sendo usada como desculpa para algo ainda mais básico. É uma desculpa para que se rejeite toda uma nação e todas as verdades nas quais ela se baseia.

Isso se torna bastante óbvio em um novo livro chamado In Defense of Looting [Em Defesa dos Saques], de Vicky Osterweil.

Ela justifica os saques como uma forma legítima de protesto.

“A própria base do conceito de propriedade nos Estados Unidos é derivada através da raça branca e da opressão,” disse a autora.

Este é o ponto de partida entre a diferença de opiniões e a diferença de valores comuns.

“Não roubarás”

Não dá para manter um discurso civilizado com alguém que não aceita a propriedade privada como um valor central e algo sagrado, derivado do mandamento bíblico “não roubarás.”

A ideia de que a propriedade privada é sagrada e que o roubo é algo pecaminoso é o fundamento das verdades estabelecidas na nossa Declaração de Independência e de nossa Constituição.

Atacar esses princípios é atacar os valores centrais da estrutura sobre a qual nosso país foi construído.

E isso realmente está acontecendo. Todos esses protestos, ameaças e saques não são uma forma de descontentamento sobre a brutalidade policial. Eles expressam um descontentamento com a América. Eles querem acabar com os Estados Unidos.

O objetivo deles não é resolver os problemas da brutalidade policial, mas sim destruir os Estados Unidos como os conhecemos.

Este é um momento de vigilância para aqueles que se preocupam com os Estados Unidos livres como nação. É tempo para que os americanos que amam a liberdade não cedam nem em um centímetro na luta para preservar nossa nação.

Star Parker é colunista do The Daily Signal e presidente do Center for Urban Renewal and Education.

© 2020 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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