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Fazendo referência ao famoso ensaio "Eu, Lápis", Donald Boudreaux mostra como o livre mercado fomenta a cooperação entre os povos e o bem-estar das pessoas
Fazendo referência ao famoso ensaio “Eu, Lápis”, Donald Boudreaux mostra como o livre mercado fomenta a cooperação entre os povos e o bem-estar das pessoas| Foto: Pixabay

Nesta manhã, no mercado Whole Foods de Fair Lakes (no norte da Virgínia), notei que o aspargo está sendo vendido por US$ 3,99 a libra [453 gramas] — e o aspargo é cultivado no Peru!

Que mundo espetacular! Um operário ou trabalhador que não esteja em cargo de gerência nos Estados Unidos hoje e que recebe o salário médio para essas funções precisa gastar apenas 17% da remuneração por hora para comprar uma libra de aspargo fresco cultivado em outro hemisfério.

Você não acha isso incrível? Se não, deveria. Porque não só vários agricultores precisam cultivar a terra para produzir o aspargo como inúmeros outros, espalhados por todo o mundo, tiveram de dar sua contribuição criativa e seu esforço para permitir que os aspargos peruanos fossem vendidos a esse preço na Virgínia. Programadores para os softwares de logística, pilotos de avião, os construtores do avião, os caminhoneiros, os atuários das empresas de seguro, os operários que fazem a embalagem na qual o aspargo é transportado — a quantidade de indivíduos que permitem que os moradores de Fair Lakes comprem o aspargo peruano é praticamente incontável.

Ainda assim, um trabalhador norte-americano comum pode comprar alguns dos valiosos frutos dessa cooperação econômica mundial por uma porção minúscula do seu rendimento.

Aqueles que afirmam que o livre mercado não funciona simplesmente não têm ideia do que estão falando. O mercado funciona, sim. Ele funciona extremamente bem e, geralmente, com tanta modéstia e discrição que não lhe damos o devido valor. Notamos apenas os soluções e tropeços, cegos para esses casos de sucesso cotidianos.

Sim, eu sei que “progressistas” me chamarão de preguiçoso por minha aparente incapacidade de compreender o horrível desperdício que é permitir que os moradores da Virgínia comam o aspargo produzido no Peru. Para eles, digo: leiam The Locavore’s Dilemma [O dilema daqueles que comem localmente], de Pierre Desrocher e Hiroko Shimizu.

E os “nacionalistas conservadores” me chamarão de louco por minha aparente incapacidade de perceber que o aspargo importante acaba com empregos agrícolas nos Estados Unidos e diminui a renda dos agricultores norte-americanos. Para eles, digo: leiam Smith ou Bastiat ou Roberts ou Irwin ou Lemieux ou Griswold ou (posso ser vaidoso?) Boudreaux.

Para todos os outros, digo: compreendam – e aplaudam – a incrível, maravilhosa, milagrosa economia global da qual você faz parte e da qual você depende mais do que imagina.

Donald J. Boudreaux é bolsista-senior do Currículo F.A. Hayek de Estudos Avançados em Filosofia, Política e Economia do Mercatus Center na George Mason University, membro do conselho do Mercatus Center, professor de economia e ex-chefe do Departamento de Economia da George Mason University.

© 2019 FEE. Publicado com permissão. Original em inglês

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