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Jussie Smollett posa na estréia mundial de "Alien: Covenant", em Londres. | JUSTIN TALLIS/AFP
Jussie Smollett posa na estréia mundial de "Alien: Covenant", em Londres.| Foto: JUSTIN TALLIS/AFP

A polícia de Chicago disse que o ator Jussie Smollett inventou a história de um crime de ódio brutal porque ele estava "insatisfeito com seu salário" na série "Empire" (transmitida no Brasil pela TV a cabo).

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (21), o superintendente da polícia de Chicago, Eddie Johnson, disse que Smollett pagou a dois homens US$ 3.500 (mais de R$13.000) para ajudá-lo a realizar o falso ataque depois que uma carta ameaçadora enviada ao set da série "Empire" não conseguiu chamar atenção. 

Johnson, um negro nascido em Chicago, disse que Smollett "aproveitou a dor e a raiva do racismo para promover sua carreira". 

Johnson lamentou os muitos recursos que a polícia de Chicago usou em uma investigação que durou semanas. O detetive Edward Wodnicki disse que os detetives entrevistaram mais de 100 pessoas e utilizaram câmeras policiais e câmeras do setor privado para traçar uma linha do tempo do suposto ataque. A investigação acabou levando-os aos dois homens, que foram presos pela polícia na semana passada e depois liberados sem serem acusados. Johnson disse que a polícia tem um cheque que Smollett usou para pagar os dois homens. 

Leia mais: Ele disse que foi atacado por ser gay. Era tudo mentira. Agora está na cadeia

Smollett vai comparecer ao tribunal para uma audiência ainda nesta quinta-feira. Ele pode pegar até três anos de prisão. Os advogados de Smollett mantém a versão de que ele não arquitetou o ataque a si mesmo. 

Em questão de semanas, Smollett deixou de ser uma vítima negra e abertamente gay de crimes de ódio para se tornar um possível criminoso. Os detalhes vívidos de seu suposto ataque no dia 29 de janeiro — uma corda em volta do pescoço, as palavras arrepiantes do agressor, que teria gritado "este é o país MAGA" (MAGA é a abreviatura de Make America Great Again, “Faça a América grande de novo”, slogan da vitoriosa campanha de Donald Trump à presidência)" — chamaram a atenção dos postulantes democratas à presidência, que associaram o suposto crime ao “momento político tóxico dos EUA”. 

Enquanto as alegações de Smollett apresentavam inconsistências cada vez maiores e a polícia reunia novas evidências, os conservadores criticaram o incidente como um exemplo de mídia crédula, que deu corda à narrativa porque ela diminuía o presidente Trump. 

Trump reagiu às notícias da prisão de Smollett no Twitter nesta quinta-feira. “E as dezenas de milhões de pessoas que você insultou com seus comentários racistas e perigosos!? #MAGA", escreveu Trump.

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