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Distopia lançada em 1973 imagina como seria o mundo em 2022: poluído, sem comida, superpovoado. Mas será que essa antevisão concorda com a realidade?
Distopia lançada em 1973 imagina como seria o mundo em 2022: poluído, sem comida, superpovoado. Mas será que essa antevisão concorda com a realidade?| Foto: Reprodução

Nas últimas décadas, os oportunistas políticos e os fãs de obras apocalípticas de ficção científica têm se baseado na regra geral de que dez anos no futuro é o tempo ideal para se prever desastres e para esfregar a verdade na cara dos outros. Prever calamidades é como ser o dono de um bar que promete cerveja grátis amanhã. Como a matemática é sempre difícil, as pessoas costumam se esquecer do ano para o qual você está fazendo as previsões sombrias. Hoje, por exemplo, faz 16 anos desde que Al Gore disse que teríamos uma década para nos livrarmos do vício em combustíveis fósseis a fim de salvarmos o planeta.

Antes disso, porém, o Time do Fim do Mundo costumava estabelecer datas específicas para suas profecias. “Planeta dos Macacos”(1972) se passa em 1991; “Blade Runner” (1982) se passa em 2019. “No Mundo de 2020” (1973) [apesar do título em português] expressa uma ideia sombria do mundo de 2022. Será que o filme acertou em tudo? Vamos analisar.

No filme: Pessoas desesperadas comem alimentos sintéticos porque estão desesperadas.

Na realidade: Hambúrgueres veganos, sem carne, são um produto de luxo e de nicho consumido apenas por publicitários e jornalistas riquinhos sinalizadores de virtude. Afinal, a carne falsa custa três vezes o preço da carne real.

No filme: Todos suam muito por causa do aquecimento global. A temperatura nunca fica abaixo dos 32 graus.

Na realidade: Charlton Heston aparece suado no filme porque Charlton Heston gostava de aparecer suado nos filmes. Pilotando carruagens em “Ben-Hur”, construindo pirâmides em “Os Dez Mandamentos”, fugindo de macacos em “Planeta dos Macacos”, etc. O homem adorava transpirar. Hoje, porém, as pessoas suam menos porque, ao contrário do que acontecia em 1973, quase todo mundo tem um aparelho de ar-condicionado em casa.

No filme: A pobreza em massa, até mesmo nos Estados Unidos, levava pessoas aos extremos.

Na realidade: A pobreza mundial diminuiu pela metade desde 1981. Os “pobres” norte-americanos são relativamente tão ricos que causam inveja nos europeus.

No filme: A poluição é absurda e está fora de controle.

Na realidade: Graças a algumas reformas da era Nixon, a diminuição do teor de chumbo na gasolina e mudanças de comportamento, vemos imagens do tempo em que o filme foi lançado e ficamos fascinados. É possível que situação tenha melhorado tanto assim? Sim, é.

No filme: As praleteiras estão vazias porque a Terra está ficando sem comida.

Na realidade: As prateleiras estão vazias porque Joe Biden se recusa a assinar um papel capaz de desbloquear as linhas de suprimentos porque teme despertar forças malignas diferentes da distopia dos anos 1970 com Charlton Heston: a marcha apocalíptica de exércitos de zumbis vampiros (os sindicalizados).

No filme: Uma salada custa US$279.

Na realidade: US$279 é o preço de uma Smart Fire TV de 4K e 43 polegadas.

No filme: 137 assassinatos por dia em Nova York.

Na realidade: Não, isso parece mais Chicago.

No filme: Nos Estados Unidos, apenas os ricos decadentes conseguem tomar banho quente.

Na realidade: Os ricos decadentes são os únicos norte-americanos que não tomam banho quente. Assim como só eles estão passando fome).

No filme: As pessoas se alimentam umas das outras e gostam.

Na realidade: Bom, isso só acontece mesmo no Twitter. Eca

Kyle Smith é membro do National Review Institute e crítico da National Review.

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