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Antigamente, era preciso violência para chamar alguém de racista; hoje, basta que se proponha corte de impostos.
Antigamente, era preciso violência para chamar alguém de racista; hoje, basta que se proponha corte de impostos.| Foto:

Antigamente era difícil ser racista. Você tinha de ter talento para isso e gastar dinheiro para comprar uma veste branca e um chapéu pontudo. Você celebrava o racismo pegando um bocado de estopa, revestindo uma cruz com ela, tacando fogo e dançando ao redor com tochas acesas.

Às vezes, como fazia o político Lester Maddox, você tinha de comprar machadinhas para, juntamente com seus correligionários, expulsar os clientes do seu restaurante.

Ou, como no caso do também político Theophilus “Bull” Connor, você tinha de aprender a mirar jatos d´água e dar ordens para que os cachorros atacassem os manifestantes pró-Direitos Civis.

Os racistas mais novos, juntamente com seus pais, tinham de decorar poemas a serem recitados sempre que alunos negros aparecessem para se matricular na faculdade ou nas escolas de ensino médio. “Dois, quatro, seis, não queremos nos integrar com vocês!”

Claro que havia um monte de xingamentos e gírias racistas para serem usados impunemente contra qualquer negro em sua presença. Antigamente você não precisava ser sofisticado, mas tinha que se esforçar um pouco para ser racista.

Hoje tudo mudou. Ser racista hoje é fácil.

Por exemplo, uma pessoa pode se sentar confortavelmente em sua poltrona e dizer que é a favor do corte irrestrito de impostos. Isso basta para fazer de você um racista. Se você não acredita nisso, lembre-se do que aconteceu em 1994, quando o Congresso de maioria republicana propor uma diminuição nos impostos.

O então deputado democrata Charles Rangel, acusando os planos republicanos, diante de uma plateia nova-iorquina, de serem uma forma de racismo moderno, disse: “Agora ninguém mais chama o outro de ‘negão’ ou ‘crioulo’. Eles dizem: 'Vamos baixar os impostos!'”

Meses mais tarde, Rangel comparou o programa “Contrato com a América”, do Partido Republicano, às medidas da Alemanha nazista, dizendo: “Nem Hitler falava em fazer essas coisas”.

Hoje em dia, qualquer um pode ser considerado racista se cometer uma das muitas “microagressões” mencionadas no livreto “Diversidade na Sala de Aula”, publicado pela Universidade da Califórnia em 2014.

Eis aqui algumas das frases que você deve evitar: “Você é um belo exemplo da sua raça”, “Uau! Como você ficou tão bom em matemática?”, “Só existe uma raça no mundo, a raça humana”, “Não sou racista. Tenho vários amigos negros” e “Como mulher, você sabe o que a gente tem que enfrentar sendo uma minoria racial”.

Mas na maioria das vezes as microagressões são menos explícitas. Há microagressões típicas das faculdades, como quando um aluno revira os olhos diante de uma aluna que está falando ou quando as pessoas se recusam a participar de grupos com pessoas de raças diferentes.

Talvez a forma mais fácil de ser considerado racista é sugerir que um muro seja construído na fronteira com o México a fim de impedir que mexicanos e pessoas de países mais ao sul entrem ilegalmente no país.

Outra forma clara de racismo é dizer que a prática comum de separar as crianças dos pais é coisa de nazista.

Mas imagine que você foi parado numa blitz, acusado de dirigir embriagado, e que seu filho está dentro do carro. Você vai ser preso e seu filho será levado ao conselho tutelar. A mesma prática na nossa fronteira ao sul é considerada racismo.

Como disse o veterano jornalista Brit Hume sobre a revolta quanto à mais recente declaração polêmica do Presidente Donald Trump: “A fala de Trump [sugerindo que algumas congressistas voltassem para seu país de origem] foi nativista, xenófoba, mentirosa e politicamente estúpida. Mas ela simplesmente não se adequa à definição padrão de racismo, palavra usada tão displicentemente hoje em dia que seu sentido real se perdeu”.

O presidente esclareceu sua fala dias mais tarde, dizendo: “Essas pessoas odeiam nosso país. Se você não está feliz nos Estados Unidos, se está reclamando o tempo todo, você pode simplesmente ir embora”.

Por sinal, essa coisa de ir embora não foi ideia de Trump. Muitos esquerdistas disseram que iriam embora do país se Trump fosse eleito presidente.

O ponto é que, quando os esquerdistas não têm argumento, eles acusam os outros de racismo. Os republicanos se acovardam diante da acusação e geralmente dão aos esquerdistas aquilo que eles querem.

Os norte-americanos negros que são octogenários precisam explicar o que é racismo de verdade, não para corrigir os progressistas brancos, mas para ensinar os jovens negros.

Walter E. Williams é colunista do Daily Signal e professor de economia na George Mason University.

© 2019 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês

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