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Loja da Verizon em Nova York, EUA
Loja da Verizon em Nova York, EUA: promoção de causas da esquerda| Foto: BigStock

A Verizon lançou um programa interno ensinando que os Estados Unidos são uma nação fundamentalmente racista e encorajando os funcionários a apoiar uma variedade de causas de esquerda, incluindo o "desfinanciamento da polícia".

De acordo com documentos que obtive de um denunciante, a Verizon lançou a iniciativa “Justiça Social e Raça” no ano passado e criou um extenso programa de reeducação racial com base nos princípios fundamentais da teoria racial crítica, incluindo “racismo sistêmico”, “fragilidade branca, e “interseccionalidade”.

No módulo de treinamento "Inclusão Consciente e Anti-Racismo", os instrutores de diversidade da Verizon ensinam os funcionários a desconstruir suas identidades raciais e sexuais e, de acordo com sua posição na hierarquia de "privilégio", embarcar em uma "jornada anti-racismo" ao longo da vida. Os funcionários são solicitados a listar sua "raça, etnia, gênero, identidade de gênero, religião, educação, profissão e orientação sexual" em uma planilha oficial da empresa e, em seguida, considerar seu status de acordo com a teoria da "interseccionalidade", um componente central da teoria crítica racial que reduz os indivíduos a uma rede de categorias de identidade, que determinam se eles são “opressores” ou “oprimidos”.

Em uma apresentação de vídeo com um título em tela inteira onde se lê "Vamos falar sobre privilégios", o então Diretor de Diversidade, Equidade e Inclusão, Ramcess Jean-Louis (que recentemente mudou-se para a Pfizer para exercer uma função semelhante), disse: "Como um homem negro na [América], somos vistos como inferiores. Como se nossa vida não fosse tão valiosa quanto a de qualquer outra pessoa.” Com uma música melosa de fundo, o vídeo afirma que "privilégio branco é como arma" e causa grave "perigo" para os afro-americanos. Jean-Louis, falando dramaticamente, a ponto de quase chorar, conclui: “Se não estamos sendo vistos como humanos, se não estamos sendo vistos como pessoas inteiras com almas, essas coisas acontecem e continuarão a acontecer”.

Depois de estabelecer a hierarquia interseccional e a ameaça de "privilégio branco como arma", a Verizon instrui os funcionários sobre o elaborado sistema de etiqueta racial da empresa, que fornece regras específicas para o envolvimento em "conversas sobre raça".

Os treinadores de diversidade explicam que os funcionários não devem cometer "microagressões" e "microiniquidades", definidas como "expressões indiretas de racismo, sexismo, preconceito etário ou outra forma de preconceito" que são "aparentemente inócuas" e muitas vezes "inconscientes ou sutis, mas fazem com que os membros de certas classes raciais e sexuais se “sintam diferentes, violados ou inseguros”. Os membros das classes privilegiadas devem, em vez disso, se envolver no "processo vitalício" de demonstrar "responsabilidade com os indivíduos marginalizados".

Como parte da série de educação "anti-racismo" da empresa, # Next20, o vice-presidente da Verizon, David Hubbard, entrevistou Khalil Muhammad, bisneto do ex-líder da Nação do Islã, Elijah Muhammad, e recém-nomeado professor de raça em Harvard. Durante sua apresentação, chamada Introdução à História Americana, Muhammad argumentou que a América é fundamentalmente racista e precisa de uma "nova história de origem", substituindo a narrativa de "excepcionalismo americano" pela narrativa de que a América foi fundada em "sistemas de racismo" que permanecem no raiz da sociedade.

Muhammad argumentou que os Pais Fundadores construíram uma economia escravista e que "esta versão inicial do capitalismo global" produziu os "incentivos econômicos" que prevalecem até hoje, com corporações modernas "explorando pessoas pobres em comunidades de baixa renda" de forma semelhante a os proprietários de escravos do passado. “Não se trata apenas de pontos de discussão marxistas”, disse Muhammad. “São apenas fatos.”

Mais tarde na discussão, Muhammad afirmou que a atual força policial americana é projetada para manter uma “sociedade de duas camadas”, impor a segregação geográfica e proteger a “disparidade de riqueza” entre americanos brancos e negros. A razão de ser do policiamento, disse Muhammad, é "garantir que as crianças sejam presas", "garantir que as pessoas permaneçam em suas comunidades" e "certificar-se de que estão criminalizando a pobreza" — o que ele chamou de "o arroz com feijão do racismo sistêmico”. Estatísticas de crimes mostrando que negros americanos cometem crimes desproporcionalmente, afirmou Muhammad, "são eles próprios uma expressão de racismo sistêmico", usado para estabelecer "a culpa coletiva dos negros" e "[justificar] a desigualdade, o racismo e a discriminação".

O que deveria ser feito? Em outra conversa da série # Next20 sobre “reforma da justiça criminal”, a Verizon recebeu um ativista chamado Adrian Burrell, que defendeu abertamente o “desfinanciamento da polícia”. Como Burrell disse aos funcionários da Verizon: “Sinto que  policiamento demais não funciona. E eu sinto que esses mesmos recursos que são voltados para a contratação [de policiais] com preconceitos racistas precisam ter como objetivo trazer mais recursos para a comunidade em seu nível mais básico, e então você simplesmente não precisará de tantos policiais”. Burrell acrescentou: “Se você quiser chamar isso de ‘abolição da polícia’, ou se quiser chamar isso de ‘desfinanciamento da polícia’, que assim seja”.

A Verizon afirma que esta conversa e seu programa anti-racismo mais amplo irão “acelerar a mudança sistêmica”. Na realidade, porém, a empresa está promovendo a sabedoria convencional da esquerda acadêmica e da burocracia americana. Palestrantes de diversidade, como Muhammad, fingindo trazer percepções radicais, simplesmente mercantilizaram a teoria crítica da raça e a venderam de volta para as maiores empresas dos EUA, ignorando que ideias da moda como "abolir a polícia" são profundamente impopulares entre os eleitores, incluindo a maioria dos negros.

O slogan corporativo da Verizon é "Do jeito certo". Se os executivos da Verizon querem viver de acordo com isso, eles devem descartar seu programa antirracismo.

Christopher F. Rufo é membro sênior do Manhattan Institute e editor colaborador do City Journal. 

©2021 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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