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Balão feito para satirizar o presidente dos EUA, Donald Trump, mostra o mandatário usando fralda, sobre as pessoas que protestaram contra o líder norte-americano na Place de la Republique, no centro de Paris, enquanto líderes de todo o mundo, incluindo Trump, se reuniram na capital francesa para marcar o 100º aniversário do armistício de 11 de novembro de 1918, fim da Primeira Guerra Mundial. (Foto de Zakaria ABDELKAFI / AFP) | ZAKARIA ABDELKAFIAFP
Balão feito para satirizar o presidente dos EUA, Donald Trump, mostra o mandatário usando fralda, sobre as pessoas que protestaram contra o líder norte-americano na Place de la Republique, no centro de Paris, enquanto líderes de todo o mundo, incluindo Trump, se reuniram na capital francesa para marcar o 100º aniversário do armistício de 11 de novembro de 1918, fim da Primeira Guerra Mundial. (Foto de Zakaria ABDELKAFI / AFP)| Foto: ZAKARIA ABDELKAFIAFP

"Kakutanizado." Durante anos, esse era o termo usado por editores e escritores para descrever alguém que havia recebido uma resenha negativa de Michiko Kakutani.

No meio do ano passado, a jornalista passou para o outro lado ­o dos criticados, como conta a reportagem da revista Vulture. "A morte da verdade: notas sobre a mentira na era Trump" chegou ao Brasil em setembro, menos de um mês após o lançamento nos Estados Unidos.

Kakutani, principal crítica de literatura do New York Times por quase quatro décadas, recebeu um prêmio Pulitzer pelo seu trabalho em 1998. Ela é reconhecida por ter ajudado a impulsionar a carreira de escritores como David Foster Wallace, George Saunders e Ian McEwan.

"Trump está tornando a linguagem inútil", afirma a autora sobre as declarações muitas vezes obscuras ou contraditórias do atual presidente americano.

Leia maisO valor da comunicação

O atual presidente dos Estados Unidos usa o ambiente de caos e anarquia para se promover, segundo a jornalista. "Isso faz parte de um processo de tornar as pessoas cínicas ao ponto em que elas não se importam, como aconteceu com o episódio da Rússia", diz ela sobre a polêmica envolvendo esforços russos para influenciar as eleições presidenciais dos EUA de 2016.

"A propaganda que Putin propaga na Rússia é muito similar àquilo que o Trump faz", afirma. O efeito psicológico das duas práticas é desgastar as pessoas, de acordo com Kakutani. "É isso que não podemos deixar acontecer."

Regra quebrada

Conhecida por nunca usar a primeira pessoa em seus textos, Kakutani recentemente quebrou sua própria regra em um artigo de opinião publicado no mesmo New York Times onde trabalhou por 38 anos.

Em meio às notícias sobre a política do governo Trump de separar crianças e pais que entraram ilegalmente no país, a jornalista contou que sua mãe e uma tia fizeram parte dos mais de 120 mil americanos de origem japonesa que foram internados à força em campos de concentração após o ataque a Pearl Harbor, em 1941. "Tenho dificuldade de escrever na primeira pessoa, mas me senti motivada pelas pobres crianças na fronteira", disse.

A MORTE DA VERDADE ­ NOTAS SOBRE A MENTIRA NA ERA TRUMP

Autora: Michiko Kakutani

Editora: Intrínseca

Tradução: André Czarnobai e Marcela Duarte

Preço: R$ 39,90 (272 págs.)

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