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Selina Soule, uma das autoras da ação contra competição injusta: juiz exigiu que advogados abandonassem o termo “homens biológicos” e passassem a usar “mulheres trans” para se referir a homens biológicos.
Selina Soule, uma das autoras da ação contra competição injusta: juiz exigiu que advogados abandonassem o termo “homens biológicos” e passassem a usar “mulheres trans” para se referir a homens biológicos.| Foto: Alliance Defending Freedom

O juiz federal do famoso caso das atletas trans de Connecticut mandou que os advogados que representam quatro meninas se refiram aos dois meninos biológicos que as venceram nas pistas como “mulheres trans”.

Os advogados da Alliance Defending Freedom que representam as quatro alunas do ensino médio protocolaram uma petição argumentando que o juiz deveria se recusar a julgar o caso porque ele se mostrou parcial.

Selina Soule, Alanna Smith, Chelsea Mitchell e Ashley Nicoletti dizem que a competição com homens biológicos que se identificam como meninas dá a eles uma vantagem fisiológica considerável e injusta.

A insistência do juiz distrital Robert Chatigny para que os advogados das meninas usem uma linguagem específica que endossa o outro lado discrimina aqueles que dizem que as garantias das regras esportivas não devem ser estendidas aos que se “identificam” como meninas ou mulheres.

Durante uma audiência realizada por telefone em 16 de abril, Chatigny determinou que os advogados das quatro meninas “não se refiram aos intervenientes como ‘homens’, e sim como ‘mulheres trans’”.

O juiz diz que os advogados não estariam “cedendo em qualquer ponto ao se referirem a eles como mulheres trans” e que a determinação era “consistente com a ciência, a prática comum e talvez com a decência humana”.

A revista National Review publicou uma parte da transcrição da audiência na qual Chatigny repreende o uso da linguagem por parte dos advogados das meninas:

O que estou dizendo que é vocês devem se referir a eles como “mulheres trans” e não como “homens”. Mais uma vez, essa é a terminologia mais precisa e acho que ela protege os interesses legítimos de suas clientes. Chamar esses indivíduos de “mulheres trans” é consistente com a ciência, a prática comum e talvez a decência humana. Chamá-los de “homens” não é certo e acho que é desnecessariamente provocativo.

Não acho que vocês estariam cedendo caso se referissem a eles como mulheres trans. É disso que se trata o caso. Não é um caso envolvendo homens que decidiram competir em eventos femininos. É um caso sobre meninas que dizem que meninas trans não devem ter permissão para concorrer em eventos femininos. Assim, não nos referiremos mais aos intervenientes como “homens”, entendido?

Soule, Smith e Mitchell são as querelantes no processo com o qual a Alliance Defending Freedom entrou em fevereiro, a respeito da Conferência Atlética Interescolar de Connecticut. De acordo com as regras da conferência, os alunos podem competir em modalidades de acordo com sua identidade de gênero.

As quatro meninas, todas excelentes atletas, começaram a perder competições depois que dois homens biológicos que se identificam como meninas começaram a competir contra elas, como permite a conferência. A Alliance Defending Freedom e as meninas por ela representadas dizem que a regra contradiz o objetivo da Cláusula IX, que foi a de criar oportunidades iguais para meninas e mulheres na educação e nos esportes.

A base do caso das quatro meninas é que medidas como a da Conferência Atlética Interescolar de Connecticut anula quaisquer efeitos da Cláusula IX porque homens e mulheres têm diferenças biológicas inatas que prevalecem nos esportes: homens têm características biológicas e fisiológicas, sobretudo depois da puberdade, que lhes dá vantagens e permite que eles sejam mais rápidos, mais fortes e mais aptos do que mulheres competindo na mesma modalidade.

A ação das meninas, que corre no Tribunal Distrital de Connecticut, explica:

Nas piscas e eventos esportivos que dispensam o uso de equipamentos, as diferenças fisiológicas entre homens e mulheres depois da puberdade são marcantes. Não há dúvida de que os grandes atletas estudantis, homens e mulheres, se esforçam ao máximo para se destacar nos esportes e treinam igualmente duro. Mas meninos e homens correm mais rápido e saltam mais alto e mais longe do que meninas e mulheres.

Assim, a insistência do juiz para que os advogados das quatro meninas se refiram aos homens biológicos como “mulheres trans” é importante e digno de disputa jurídica. Os outros dois atletas no caso não são “mulheres trans”, e sim homens com vantagens biológicas que são insuportavelmente óbvias no reino dos esportes.

A fala de Chatigny de que a linguagem exigida não prejudica o caso das meninas é ignorante é demonstra um preconceito inaceitável num tribunal.

Obrigar os advogados a se referirem aos homens biológicos como “mulheres trans” porque de outro mudo isso poderia ser visto como “provocação” ou uma violação da “decência humana” é realmente preocupante: as meninas é que estão sendo perseguidas ao verem a Cláusula IX deturpada e usada contra elas. As meninas é que estão sendo tratadas com indecência por um juiz que coopta a própria linguagem que as ajuda a defenderem seu argumento.

A linguagem neste caso não é um detalhe. Ela é um instrumento essencial para expressar a verdade de um caso e para lutar contra a extinção das meninas e mulheres, seus direitos, tudo o que elas conquistaram nos esportes e seu próprio caráter humano.

É uma vergonha ver um juiz intervir no caso antes mesmo de os advogados terem permissão para apresentarem o caso, obrigando-os a usarem uma linguagem que não tem sentido, que é uma invenção da ideologia progressista que contaminou o sistema jurídico e a sociedade.

Se casos assim se sucederem, não haverá recursos para jovens mulheres esforçadas e talentosas como Selina Soule, Alanna Smith, Chelsea Mitchell e Ashley Nicoletti quando elas se sentirem injustiçadas.

Nicole Russell é colaboradora do Daily Signal.

© 2020 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
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