Agora que as elites democratas forçaram Biden a sair da corrida presidencial e ungiram a vice-presidente Kamala Harris como sua nova candidata, vale a pena lembrar o quão radical ela é — especialmente quando se trata de católicos na vida pública.
Em dezembro de 2019, a então senadora Harris questionou o indicado para juiz federal Brian Buescher sobre sua filiação aos Cavaleiros de Colombo. A senadora da Califórnia perguntou a Buescher diretamente se sua filiação a uma "sociedade exclusivamente masculina composta principalmente por homens católicos", que professa os ensinamentos de sua igreja, o desqualificava para atuar no tribunal federal.
Questionar a capacidade de Brian Buescher servir como juiz federal por causa de sua filiação aos Cavaleiros de Colombo foi um ataque disfarçado à sua crença católica na igual dignidade de todos os seres humanos, desde a concepção até a morte natural. Ela estava na verdade perguntando: "Você é aquele tipo de católico americano que realmente acredita nas coisas que sua igreja ensina?" Ou, como uma colega de Kamala, também senadora da Califórnia, colocou durante a audiência de confirmação de outra indicação católica para a magistratura na mesma época: "o dogma vive fortemente dentro de você, e isso é preocupante".
O que exatamente é tão assustador nos Cavaleiros de Colombo? Que possível objeção Harris poderia ter a essa organização? Poderia ser o apoio deles aos deslocados pela guerra na Ucrânia? Poderia ser pelos 200 mil casacos de inverno fornecidos anualmente pelos Cavaleiros a crianças nos Estados Unidos e no Canadá? Ou que esta antiga organização fraterna forneceu milhões de dólares em fundos de ajuda após o furacão Katrina e apoiou as famílias dos socorristas que perderam suas vidas nos ataques de 11 de setembro?
Ou poderia ser as 1,5 mil máquinas de ultrassom que os Cavaleiros doaram a centros de atendimento à gravidez, onde meninas e mulheres americanas podem receber testes de gravidez e ultrassons gratuitos, apoio e aconselhamento, aulas de paternidade e apoio material anos após o nascimento de seus filhos e não pedem nada em troca? Poderia ser que o simples fato de esses centros de caridade não fornecerem abortos desqualifique para servir em cargos públicos qualquer pessoa que seja membro dos Cavaleiros ou que os apoie?
Segundo Harris, a resposta é sim — um sim frio e calculado.
Não importa que os Cavaleiros construam escolas em Uganda para órfãos do HIV/AIDS. Não importa que os Cavaleiros forneçam suprimentos para famílias de migrantes necessitadas na fronteira sul dos EUA. Não importam outras milhares de obras corporais de misericórdia dos Cavaleiros em nível internacional, nacional e local. Aos olhos preconceituosos de Kamala Harris, o apoio deste nobre grupo às mulheres que escolhem a vida para seus bebês é suficiente para cancelá-lo e a qualquer pessoa a ele afiliada.
Harris tem um longo histórico de não apenas usar seu poder político para intimidar e perseguir aqueles que defendem os vulneráveis não nascidos, mas também de votar contra até mesmo as proteções mais básicas para essas crianças: além de atacar diretamente os centros de gravidez, como senadora dos EUA, ela votou duas vezes contra a Lei de Proteção aos Sobreviventes de Abortos, que simplesmente exigiria que os bebês que sobrevivessem a um aborto mal sucedido recebessem o mesmo atendimento médico básico ao qual todos os outros bebês nessa fase têm direito.
E quaisquer dúvidas restantes sobre a dedicação de Harris à causa do aborto se dissolveram completamente quando recentemente ela se tornou a primeira vice-presidente em exercício a visitar — e celebrar — uma clínica de aborto. Não há como ser mais pró-aborto do que isso.
A vice-presidente Harris tem sido a porta-voz entusiasta do governo Biden para promover o aborto ilimitado. E, se a história servir de guia, ela se tornará a Presidente do Aborto, atacando implacavelmente indivíduos ou grupos que ousarem pensar que os não nascidos merecem proteção em qualquer estágio ou que as mulheres grávidas devem receber apoio e recursos para manterem seus filhos, se assim escolherem.
Para ela, um indicado judicial está desqualificado por pertencer a uma organização que, entre seus muitos, muitos atos de caridade, apoia, através do trabalho dos centros de atendimento à gravidez, a escolha de uma mulher de não fazer um aborto. Podemos ter certeza, então, de que qualquer pessoa que defenda os não nascidos, em ação, palavra ou afiliação, sofrerá em um regime de Harris.
Os Cavaleiros de Colombo são mais de 2 milhões de homens católicos inspirados por sua fé para servir os mais necessitados entre nós — não apenas em palavras, mas em ações. Sim, eles servem de maneiras alinhada com sua fé católica, mas servem a todos: os órfãos, os famintos, os desabrigados, os que sentem frio e os perdidos. E isso é algo de que os EUA — e nosso mundo — precisam mais, e não menos.
Copyright National Review 2024. Publicado com permissão. Original em inglês: Kamala Harris’s Anti-Catholic Animus
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