• Carregando...
 | Pixabay
| Foto: Pixabay

No Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, 10 de setembro, reconhecemos o suicídio como a tragédia que ele é. No entanto, neste exato momento, os ativistas estão agindo para expandir – não para evitar – o suicídio assistido por médicos. 

Essa prática promove a ideia de que algumas vidas são mais valiosas do que outras, uma ideia que destrói o tecido social de nossa nação. 

Nossas convicções: Defesa da vida desde a concepção

Ninguém deve receber assistência ao suicídio em vez de prevenção do suicídio. 

Histórias como a de Jeanette Hall nos lembram que a resposta apropriada ao sofrimento humano deve ser sempre o cuidado amoroso e a solidariedade, e não a destruição. 

Depois de perder seu irmão para o suicídio e de receber um diagnóstico de câncer em 2000, Hall foi até o seu médico, Dr. Kenneth Stevens, pedir uma receita para barbitúricos letais. 

Em vez de aconselhá-la a morrer, Stevens lembrou a Hall de tudo o que ela tinha por viver, incluindo a formatura de seu filho, que estava próxima, e – um dia – o casamento dele. 

“Isso é o que me fez mudar de ideia”, disse ela. “Essa frase”. 

Então, ela decidiu fazer a quimioterapia. Ela acabou curada do câncer e comemorou seu 70º aniversário em 2015. 

Leia também: 4 casos que desafiam o conceito de morte

“Eu só ia dizer: ‘Me dê os barbitúricos; é isso’, nem mesmo pensando que eu faria para o meu próprio filho a mesma coisa que meu irmão fez comigo”, disse Hall. “O suicídio é horrível. E, sabendo disso, eu ainda ia fazer essa escolha”. 

“Isso teria sido muito doloroso para mim”, disse o filho de Hall, Scott Walden. 

A história de Hall nos lembra que todos nós desempenhamos um papel no aconselhamento e na proteção dos doentes, dos fracos e dos idosos, independentemente de sua origem ou circunstâncias. 

O suicídio assistido por médicos é antitético a uma cultura da vida por uma série de razões. 

Em primeiro lugar, o suicídio assistido por médicos estabelece diretrizes arbitrárias sobre quem recebe a prevenção do suicídio e quem recebe a assistência ao suicídio. 

Os pacientes de uma certa idade ou com uma determinada condição de qualificação são instruídos a encerrar suas vidas com ajuda profissional, enquanto outros recebem apoio para continuarem vivendo. Essas circunstâncias são completamente arbitrárias e sujeitas a mudanças por capricho. 

Em última análise, as diretrizes de suicídio assistidas por médicos passam a mensagem de que algumas vidas são simplesmente mais valiosas do que outras. Uma mentalidade que privilegia algumas vidas em detrimento de outras infecta a cultura em múltiplos níveis. 

Ao contrário do mito prevalente de que o suicídio assistido por médicos é principalmente uma opção para aqueles que sofrem de dores excruciantes, estudos sugerem que a principal causa de suicídio assistido por médico não é a dor, mas o sofrimento existencial. 

Acabar com a vida não resolve a solidão, a depressão ou a ansiedade. Negligencia o problema ao custo máximo – o da pessoa. 

O suicídio assistido por médicos também ataca as relações que formam o tecido da sociedade. 

Quando o suicídio assistido por médicos é uma opção, assim também são os motivos menos puros para escolher – ou pressionar alguém para escolher – a morte sobre a vida. 

Leia também: Bélgica é o primeiro país do mundo a submeter crianças - de qualquer idade - à eutanásia

Leia também: O Estado pode obrigar alguém a se curar? 

Os familiares podem ficar cada vez mais tentados a pensar que o suicídio é o que os parentes doentes ou idosos “gostariam” ao enfrentar o custo emocional e financeiro de cuidar dos outros. 

Os pacientes podem pensar que estariam “melhor mortos” ao contabilizar o custo que os cuidados médicos adicionais podem ter para suas famílias. 

Os médicos podem violar o Juramento de Hipócrates e sua promessa de nunca prejudicar seus pacientes quando o suicídio é tratado como uma misericórdia. 

Os pacientes podem reter informações de seus médicos por medo de serem aconselhados a tirar suas próprias vidas. 

E ainda, há o desconfortável fato de que é mais barato para os sistemas de saúde e as seguradoras “dispensarem” os pacientes que precisam de cuidados adicionais e mais caros. 

As chamadas “salvaguardas” legais são gravemente insuficientes para proteger contra essas tendências sociais negativas. Períodos de espera, solicitações por escrito, assinaturas de médicos – nenhum desses requisitos elimina a pressão sobre os pacientes para se matar ou protegem contra outras formas de abuso. 

O suicídio assistido por médicos cria uma cultura onde os mais fracos entre nós são os menos capazes de se proteger da pressão para acabar com suas vidas. 

Leia também: O que é plasticidade cerebral e por que ela é tão importante?

É por isso que grupos como o Not Dead Yet estão na linha de frente do esforço contra o suicídio assistido por médicos, lembrando-nos que nenhuma vida humana é inútil. 

O suicídio assistido por médicos desvaloriza a vida humana em circunstâncias que exigem mais proteção e empatia. A vida é tratada como descartável, o que ajuda a explicar por que muitos países europeus que legalizaram o suicídio assistido por médicos agora expandiram para a eutanásia não-voluntária. 

Os Estados Unidos não estão a salvo dessas tendências perigosas. Até agora, seis estados legalizaram o suicídio assistido por médicos. 

Mas ainda há tempo para mudar de rumo. A América ainda pode escolher a vida em vez da morte. Nós devemos nos comprometer novamente com uma defesa unilateral da vida humana.

©2018 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]