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Ataques à liberdade religiosa contribuem para o declínio moral dos Estados Unidos, que se manifesta, em parte, em suicídios, doenças mentais e vício em drogas
Ataques à liberdade religiosa contribuem para o declínio moral dos Estados Unidos, que se manifesta, em parte, em suicídios, doenças mentais e vício em drogas.| Foto: Pixabay

O procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, disse, para uma plateia na Faculdade de Direito da Universidade de Notre Dame, que ataques à liberdade religiosa contribuem para o declínio moral dos Estados Unidos, que se manifesta, em parte, em suicídios, doenças mentais e vício em drogas.

Barr disse que o declínio moral do país não é algo aleatório, e sim “uma destruição organizada”. Isto é, “secularistas e aliados usam todo o poder da comunicação de massa, cultura popular, indústria do entretenimento e academia num ataque incansável à religião e aos valores tradicionais”.

O procurador-geral está absolutamente correto.

Tendo ou não estômago para enfrentar isso, o fato é que nos tornamos um povo imoral ao qual resta não mais do que uma moralidade fingida. O ataque da esquerda à religião é apenas a ponta do iceberg no declínio moral dos Estados Unidos.

Você pode dizer: “Essa é uma acusação muito grave, Williams. É melhor você ter provas disso!”

Vou tentar propor algumas perguntas para você responder.

Você acredita que é moral e justo que uma pessoa seja obrigada a buscar os objetivos de outra? E, se essa pessoa não se sujeitar pacificamente, você acredita que a força deve ser usada contra ela?

Nenhuma das duas perguntas é complexa e pode ser respondida com um simples “sim” ou “não”. Aposto como praticamente nenhum professor universitário, político e pastor é capaz de dar um simples “sim” ou “não” como resposta.

Uma resposta negativa, em termos de políticas públicas, reduziria o orçamento federal em até 75%. Afinal, a maior parte dos gastos do governo federal consiste de tirar dinheiro de um norte-americano para dar a outro na forma de subsídios, socorro a empresas, auxílio para quem quer um diploma de ensino superior e programas assistenciais.

Tenha em mente que o Congresso não tem recursos próprios. Não existe um Papel Noel ou Fada do Dente para dar dinheiro ao Congresso. Assim, a única forma de o Congresso dar dinheiro a um norte-americano é confiscar, por meio da intimidação e coerção, esse dinheiro de outro norte-americano.

Tais ações por parte do Congresso dos Estados Unidos deveriam ofender qualquer pessoa com um mínio de decência moral.

Se você é cristão ou judeu, deveria ser contra a ideia de um norte-americano viver à custa de outro. Quando Deus deu a Moisés o Oitavo Mandamento – “Não roubarás” – tenho certeza de que ele não quis dizer que é proibido roubar a não ser que você tenha maioria no Congresso.

Por sinal, não assumo essa posição porque não acredito no dever de ajudar meus semelhantes. Acredito em ajudar aqueles que passam por necessidade metendo a mão no próprio bolso é algo louvável e digno de elogio. Mas ajudar o semelhante em necessidade metendo a mão no bolso de outras pessoas é digno de condenação.

Temos que aceitar o fato de que as leis e as regulamentações sozinhas não geram uma sociedade civilizada. A moralidade é a primeira linha de defesa da sociedade contra o comportamento bárbaro. Os ensinamentos religiosos, que são uma forma de incutir moralidade, estão sob ataque em nosso país há mais de meio século.

A fim de não parecer crítico demais e para defender a ideia de que o estilo de vida de uma pessoa e seu conjunto de valores é bom como qualquer outro, a moral tradicional foi abandonada como princípio orientador. Não consideramos mais as pessoas responsáveis por seu comportamento e aceitamos as mais variadas desculpas.

Os problemas morais que Barr mencionou em seu discurso – além do assassinato, desordem e outras formas de comportamento antissocial – continuarão existindo até que recuperemos nossa base moral.

Em 1798, John Adams, um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos e segundo presidente do país, disse: “Nossa Constituição foi criada para um povo religioso e moral. Ela é totalmente inadequada para o governo de outro tipo de povo”.

Temo que um historiador, escrevendo daqui a centenas de anos, diga que a liberdade dos norte-americanos foi apenas uma curiosidade histórica. E que depois dela voltamos ao estado normal da Humanidade – violência arbitrária e controle de uma elite poderosa.

© 2019 Veículo. Publicado com permissão. Original em inglês.

Walter E. Williams é colunista do The Daily Signal e professor de economia na George Mason University.

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