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“Anne Frank – Vidas Paralelas” apresenta a ponte entre as sobreviventes do Holocausto e as novas gerações.
“Anne Frank – Vidas Paralelas” apresenta a ponte entre as sobreviventes do Holocausto e as novas gerações.| Foto: Divulgação/Nexo Digital

Um dos símbolos do Holocausto, Anne Frank morreu aos 15 anos, no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, em 1945. A história da jovem alemã judia ficou mundialmente conhecida graças ao diário que ela escreveu por mais de dois anos, durante a Segunda Guerra, enquanto ela, sua irmã e seus pais ficaram escondidos em uma casa em Amsterdã, na Holanda, junto com outra família judia, até serem descobertos pelos nazistas e enviados para campos de concentração. O pai de Anne, Otto Frank, que sobreviveu, publicou o diário da filha em 1947. O livro ganhou diversas edições, em diferentes idiomas.

Até hoje, O Diário de Anne Frank é um testemunho valioso sobre esse período sombrio da História – e do qual Anne se tornaria uma das vítimas –, que foi registrado em cadernos com dedicatórias endereçadas a uma amiga imaginária, Kitty. A história de Anne também pode ser encontrada em filmes, HQ, no Museu Anne Frank, localizado em Amsterdã e que pode ser visitado virtualmente. E, agora, no documentário Anne Frank – Vidas Paralelas, disponível na Netflix (na plataforma, há outras produções sobre o nazismo, como O Contador de Auschwitz e A Lista de Schindler, entre outras).

Com narração de Helen Mirren, o documentário traça paralelos (e, às vezes, até cruzamentos) entre a história de Anne com as de Arianna Szorenyl, Helga Weiss, Sarah Lichtsztejn-Montard, e as irmãs Andra e Tatiana Bucci. Assim como Anne, as cinco, de famílias judias, foram enviadas para campos de concentração, como de Auschwitz, mas conseguiram sobreviver. São relatos dolorosos, intercalados por falas de estudiosos sobre o nazismo e por imagens da época. Em diferentes idiomas, elas relembram os traumas de uma fase de dor, medo, perdas. De infâncias e adolescências interrompidas. Suas memórias ainda carregam devastadora riqueza de detalhes daquele período.

Ainda ao longo do filme, é interessante ver como a tradição oral se tornou a salvação, a missão delas: relatar o que viram, ouviram e viveram para novas gerações. "Somos as últimas testemunhas e vocês são minhas testemunhas, têm de fechar a porta aos que negam o Holocausto e aos neonazistas", afirma uma das sobreviventes, sobre o que diz aos mais jovens. E é o que elas continuam a fazer, de certa forma, em Anne Frank – Vidas Paralelas.

No documentário, essa ponte entre as sobreviventes e as novas gerações é feita pela presença de seus filhos e netos, que contam como as histórias de suas mães e avós impactam suas próprias vidas. No caso de Anne Frank, essa conexão é estabelecida pela figura de Katerina Kat, uma jovem dos dias de hoje, que começa o filme visitando Bergen-Belsen, faz postagens sobre Anne em suas redes sociais, quer saber mais sobre a garota que morreu naquele campo de concentração. Isso a leva a uma jornada até Amsterdã, onde Anne Frank passou seus últimos anos de vida, preenchendo seus cadernos com textos repletos de incertezas, mas também de esperanças.

Os trechos de seu diário são lidos de forma comovente por Helen Mirren, que faz o papel da narradora que costura as trajetórias de Anne, Helga, Andra, Tatiana, Sarah e Arianna. São relatos de um período aterrorizante da História, mas que deve sempre ser lembrado – para nunca mais ser repetido.

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