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Oslo, capital da Noruega | Reprodução / Pixabay
Oslo, capital da Noruega| Foto: Reprodução / Pixabay

O poder político da Noruega é controlado por mulheres. Elas ocupam os cargos de primeiro-ministro, ministro da fazenda, ministro de relações exteriores e porta-voz do parlamento.

“Não é uma conspiração feminina”, garantiu a primeira ministra Erna Solberg.

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Mesmo para os ótimos padrões escandinavos de igualdade de gênero, a Noruega se destaca quando se fala em cenário político (o cenário para as mulheres não é tão bom no mundo dos negócios). Então quais problemas de gênero preocupam esses políticos?

“Um desafio dos países escandinavos é evitar acabar com uma grande massa de rapazes que não encontram um sentido para viver, sem esperanças de ter um emprego”, disse Solberg em uma entrevista em Oslo.

De acordo com o governo, rapazes precisam de mais atenção política para evitar um retrocesso, de acordo com a primeira-ministra. Na Universidade de Oslo, 57% dos alunos de doutorado do último ano são mulheres. O risco dos homens não se aperfeiçoarem tanto faz com que sejam mais vulneráveis a perder seus empregos para a automação.

“Essa é a situação que vemos acontecer para jovens brancos que não só odeiam muçulmanos e imigrantes como também não gostam de mulheres, pelo menos não daquelas que eles não conseguem manter para si”, disse Solberg.

A ministra de relações exteriores Ine Eriksen Soreide diz que o problema apontado por Erna é mundial. “Vários países vulneráveis têm taxas altas de desemprego entre os jovens, e a maioria deles são homens”.

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Tone Troen, a nova porta-voz do parlamento norueguês, diz estar confiante que a próxima geração terá soluções melhores. Mas “é importante que meninos e meninas façam escolhas não tradicionais quando falamos de educação”, ela diz.

#MeToo

Homens ainda têm poder na Noruega. Eles têm a maioria das posições executivas em empresas, coordenam o banco central e o fundo soberano do país (de US$ 1 trilhão, o maior do mundo). Enquanto a Noruega só é vencida pela Suécia em termos de pagamento igualitário, homens ainda recebem 7% a mais que mulheres, na média.

Como o resto do mundo, a Noruega também foi balançada pelo movimento #MeToo, que revelou uma série de casos de má-conduta tanto na política como nos negócios, incluindo casos no partido de Solberg, o Partido Conservador. O vice-presidente do maior partido da oposição chegou a renunciar por causa dessas denúncias.

“O limite do aceitável mudou”, disse Eriksen Soreide. “Essa é provavelmente uma das vitórias mais importantes”. Mas atingir uma igualdade completa ainda vai levar “muito tempo”, ela diz. Solberg brinca que pode acontecer somente em “2072”.

Antes de se tornar ministra de relações exteriores, Eriksen Soreide foi ministra da defesa, seguindo os passos de uma longa lista de mulheres que lideraram o departamento. Ela costumava receber perguntas de jovens meninas se homens podiam se candidatar ao cargo. “Isso diz algo sobre nossas perspectivas”, ela conta.

O ministério da defesa da Noruega é atualmente ocupado por um homem.

Ao centro, a primeira-ministra Erna Solberg. À esquerda dela, Tone Troen, porta-voz no Parlamento, e, à direita, Ine Erikse, ministra de relações exteriores Kyrre Lien/Bloomberg

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