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Pairam ainda muitas dúvidas sobre a imparcialidade do julgamento do ex-policial Derek Chauvin, condenado pela morte de George Floyd.
Pairam ainda muitas dúvidas sobre a imparcialidade do julgamento do ex-policial Derek Chauvin, condenado pela morte de George Floyd.| Foto: Reprodução/ Twitter

Faz duas semanas desde que o ex-policial Derek Chauvin foi condenado pela morte de George Floyd. O mundo seguiu em frente.

Políticos suspiravam aliviados ao ouvirem o veredito. A imprensa rapidamente passou a procurar por mais dados manipulados a fim de defender a tese de que a polícia norte-americana é sistematicamente racista.

Mas há sempre questões que pairarão sobre o veredito. A maior elas é se Chauvin teve um julgamento justo. A escolha do júri ocorreu enquanto a cidade de Minneapolis anunciava um acordo de US$ 27 milhões com a família de Floyd.

O juiz negou pedidos para que o julgamento fosse realizado em outro lugar, ainda que ele fosse realizado num lugar que já tinha sido assolado por protestos violentos, saques e incêndios. Um dos jurados substituídos admitiu: “Não quero passar por aquela destruição de novo e tinha medo de que as pessoas fossem até minha casa se não ficassem felizes com o veredito”.

Uma deputada andou pela cidade pouco antes do veredito, sugerindo que, se Chauvin fosse inocentado, poderia haver violência. O presidente dos Estados Unidos disse explicitamente, na véspera do veredito, que queria que Chauvin fosse considerado culpado. Políticos de renome e ativistas esquerdistas disseram que, sem os milhões que saíram às ruas, Chauvin provavelmente não teria sido julgado.

Ora, supostamente havia provas para condenar Chauvin por lesão corporal seguida de morte. Mas as duas acusações de homicídio eram, no mínimo, questionáveis.

Havia sérias dúvidas quanto ao fato de Floyd ter morrido como resultado das ações de Chauvin ou se o uso de drogas e o comprometimento do coração foram as verdadeiras causas da morte dele.

Havia também dúvidas quanto ao nível de força usado — se a força usada era razoável ou criminosa.

Ainda assim, depois de três semanas de depoimentos, o júri se reuniu por apenas dez horas, não fez nenhuma pergunta ao juiz e voltou com o veredito de “culpado de todas as acusações”.

Agora sabe-se que um dos jurados, Brandon Mitchell, de 31 anos, mentiu durante o processo de escolha do júri.

Em agosto de 2020, Mitchell apareceu numa foto usando uma camiseta preta com os dizeres “Tire Seu Joelho do Meu Pescoço” e também um boné com as letras “BLM” (de “Black Lives Matter”). Mitchell preencheu um questionário de 14 páginas no qual negou explicitamente ter participado dos protestos contra o uso da força policial. Ele disse ao juiz que seria um jurado imparcial.

Mas isso não importa. Nossa imprensa certamente cobrirá essa história como algo justificável, ainda que ligeiramente incômodo, se é que vão cobrir. Especialistas acreditam que nem mesmo essa prova será capaz de reverter o veredito no caso de Chauvin.

Talvez Chauvin merecesse mesmo ser condenado. Essa é uma questão em aberto. Mas ele merecia o mesmo julgamento justo e imparcial garantido a todos os cidadãos norte-americanos. É provável que ele não teve direito ao devido processo legal. Mas poucos se importarão com isso.

Chauvin foi condenado e o devido processo legal não tem importância quando a segurança do país depende de uma condenação. A justiça social se sobrepõe à justiça individual hoje em dia.

Ben Shapiro é apresentador do “Ben Shapiro Show” e editor-chefe do DailyWire.com.

©2021 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
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