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Centenas de cubanos saíram às ruas de Havana gritando “liberdade” em manifestações pacíficas, que foram interceptadas pelas forças de segurança e brigadas de apoiadores do governo, resultando em violentos confrontos e prisões.
Centenas de cubanos saíram às ruas de Havana gritando “liberdade” em manifestações pacíficas, que foram interceptadas pelas forças de segurança e brigadas de apoiadores do governo, resultando em violentos confrontos e prisões.| Foto: EFE / Ernesto Mastrascusa

No momento em que a esquerda norte-americana defende explicitamente o socialismo, é bom ter em mente o quanto esse sistema temeroso fracassou – e como os socialistas reagiram aos que ousaram criticá-los – nos países ao redor do mundo. Veja os protestos recentes em Cuba e você entenderá como as pessoas comuns se sentem sobre os rumos que a esquerda quer seguir. Elas não estão felizes.

Desde a revolução comunista de 1959, os esquerdistas celebram o suposto progresso cubano em áreas como a saúde pública e a educação. Pouco se fala sobre as violações dos direitos humanos por parte do governo cubano, violações essas que incluem execuções políticas, prisões arbitrárias, um sistema de justiça injusto e limitações graves à liberdade de expressão, associação, reunião, movimento e, claro, de imprensa.

O problema da aceitação do comunismo por parte da esquerda é que isso se traduz num desprezo por liberdades que os americanos estimam. O estado cubano é realmente repressivo. Os que atravessam o caminho da revolução não são tolerados.

Para a maioria dos norte-americanos, coisas como liberdade de expressão, liberdade religiosa e liberdade de ir e vir não são negociáveis. Elas são fundamentais para nossas vidas. Não se pode abdicar dessas coisas por um ano de saúde gratuita. Mas a esquerda não pensa assim. Pior, como está provado em vários recantos do mundo, a esquerda está preparada e disposta a aniquilar os que defendem essas liberdades.

Quatro membros do Congresso norte-americano são também membros do grupo Socialistas Democratas da América. Os deputados Alexandria Ocasio-Cortez, Rashida Tlaib, Jamaal Bowman e Cori Bush, D-Mo. Diante dos protestos que se espalharam por Cuba, a organização divulgou uma nota de solidariedade à Revolução Cubana. Os socialistas no Congresso que no passado já elogiaram o repressivo governo cubano permaneceram em silêncio.

O presidente Joe Biden teria cogitado a deputada democrata Karen Bass como sua companheira na chapa de 2020. Bass passou parte da década de 1970 trabalhando na Cuba de Fidel Castro. Quando Castro morreu, ela disse que “a morte do Comandante en Jefe é uma grande perda para o povo cubano”.

Levando em conta a história dos elogios dos demoratas pelo regime comunista cubano, não surpreende que a primeira reação do governo Biden quanto aos protestos na ilha tenha sido fingir que era uma manifestação envolvendo a Covid-19.

No começo dos protestos, o secretário de Estado assistente para a região de Cuba tuitou: “Protestos pacíficos estão aumentando em Cuba e o povo cubano exerce seu direito à reunião pacífica para expressar preocupações quanto ao aumento de casos e mortes por Covid-19 e a falta de remédios”.

Não há nada de verdadeiro nesse tuíte. Primeiro que não há “direito à reunião pacífica” em Cuba. O ditador cubano, na verdade, pediu aos membros do partido que silenciassem quaisquer dissidências. “Estamos preparados para fazer qualquer coisa”, disse ele. “Lutaremos nas ruas”.

Além disso, os protestos claramente eram sobre outra coisa que não a Covid-19. Os manifestantes gritavam “Liberdade!”, “Abaixo o comunismo!” e “Pátria e vida!” em vídeos disponíveis na Internet. Uma multidão se reuniu em frente à sede do Partido Comunista, gritando “Cuba não é de vocês!”.

E o mais importante: bandeiras norte-americanas eram vistas por todos os cantos. Os manifestantes cubanos acenavam com a bandeira norte-americana porque a bandeira dos Estados Unidos ainda é símbolo de liberdade para os povos do mundo. Tudo isso era óbvio para quem assistia aos manifestantes cubanos no vídeo.

Como puderam as autoridades da administração Biden em Cuba entenderem tudo errado? A única explicação possível é a de que eles não disseram a verdade porque não gostam da narrativa. Biden e outros nomes do governo começaram a afinar o discurso para algo mais próximo da realidade dias mais tarde. Mas o restante da esquerda permaneceu em silêncio.

A imprensa, como é comum hoje em dia, refletiu com perfeição a postura de Biden. As primeiras matérias se ativeram à Covid-19. Somente depois, quando a verdade se tornou óbvia demais, é que a imprensa norte-americana começou a mostrar o caráter anticomunista e antigoverno dos protestos, assim como a pressão do governo cubano para acabar com a dissidência.

O maior problema com esse cenário é que a maioria das pessoas só tem acesso à narrativa da grande imprensa. Qualquer um que procurasse por “protestos em Cuba” no Google, por exemplo, encontraria uma página cheia de matérias da CNN, New York Times e Washington Post sobre as manifestações contra Covid-19 em Cuba. Essa não é a realidade, mas é a realidade que chega ao povo norte-americano por meio das Big Tech.

A esquerda norte-americana está promovendo um ideário político realmente radical na administração Biden. Ela está tentando aumentar o governo em trilhões de dólares. Esse ideário incluir o envolvimento do governo em muitas áreas da vida norte-americana.

Mentir sobre o que está acontecendo é necessário se essas medidas que você defende que sejam implementadas nos Estados Unidos estão sob ataque num lugar como Cuba e justamente pelas pessoas que estão sofrendo com a experiência. O que mantinha a sociedade coesa quando os conservadores norte-americanos eram mais ou menos unidos era justamente a oposição ao comunismo.

Os conservadores religiosos se opunham ao ateísmo estatal do comunismo e à forma como os regimes comunistas tratavam a igreja. As autoridades da segurança nacional se opunham ao expansionismo e à postura militarmente agressiva dos comunistas. E os conservadores liberais, claro, se opunham ao desejo comunista de destruir o substituir o capitalismo por um sistema planificado.

Desde a queda da União Soviética, esses grupos tiveram menos temas em comum para mantê-los unidos. O resultado é a fragmentação da direita que vemos hje. E o resultado dessa fragmentação está na dificuldade cada vez maior de deter a pauta esquerdista de Biden.

Talvez os protestos em Cuba possam ajudar os conservadores a se lembrarem do que está em jogo. A administração Biden parece temer que isso aconteça.

Neil Patel é cofundador do Daily Caller e da Daily Caller News Foundation.

© 2021 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês 
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