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Bilionários como o dono da Amazon, Jeff Bezos, correm riscos, reúnem talentos e enriquecem a Humanidade.
Bilionários como o dono da Amazon, Jeff Bezos, correm riscos, reúnem talentos e enriquecem a Humanidade.| Foto: Matthew Staver/ Bloomberg

Algumas pessoas acreditam que enriquecer é mera questão de sorte. Discordo. Se o acaso lhe oferece ou não boas oportunidades não é o que está em jogo aqui. O que importa é:

  • Você consegue mesmo reconhecer as oportunidades que têm diante de si? Ou não consegue vê-las? Como disse certa vez o escritor suíço Max Frisch, “o acaso revela aquilo que enxergo”.
  • E, se você consegue reconhecer uma oportunidade, você tira proveito dela? Você age? Ou é daqueles que dizem “talvez não seja a hora certa. Talvez seja algo para se pensar no futuro...”

A chance de alguém só ter sorte ou azar ao longo de toda a vida é bem baixa. Ao longo dos anos e décadas, sorte e azar tendem a se equilibrar.

1. Estabeleça objetivos ousados

Jack Ma foi reprovado no exame para entrar na universidade, não era muito bom em matemática e não sabia muito de tecnologia. Mas, desde o princípio, ele tinha grandes sonhos e estabeleceu objetivos ambiciosos para si mesmo. Pouco depois de fundar o Alibaba, ele disse a um jornalista: “Não queremos ser o número um na China. Queremos ser o número um no mundo”. Ele tinha tanta certeza do sucesso que, em fevereiro de 1999, filmou uma das primeiras reuniões do Alibaba – para garantir que esse momento-chave ficasse registrado para marcar o início do seu sucesso.

2. A capacidade de vender

Dois terços dos entrevistados para meu livro The Wealth Elite [A elite da riqueza] disseram que deviam boa parte do seu sucesso à capacidade de vender. Para eles, vender não tem a ver apenas com oferecer bons produtos e serviços. Eles definem as vendas de uma forma mais ampla. Para eles, vender tem a ver com ser capaz de convencer as pessoas, seja para obter aprovação de uma autoridade do governo, convencer o melhor candidato a aceitar o emprego, conquistar os funcionários ou negociar um empréstimo com um banco. “Tudo é vendas”, explicou um dos meus entrevistados super ricos.

3. Inconformismo: gostando de nadar contra a corrente

O investidor Jim Rogers estudou história e filosofia em Yale e Oxford antes de começar a trabalhar em Wall Street em 1968. Nas épocas mais difíceis para o mercado de ações norte-americano, ele conseguiu estabelecer as bases da sua riqueza e sucesso.

Rogers conheceu George Soros num grande banco de investimentos. Juntos, eles fundaram o Quantum Fund. Eles rasgaram o manual dos investimentos comprando ações, commodities, moedas e títulos do mundo todo. Eles foram praticamente os primeiros a usarem estratégias inovadoras como a venda a descoberto (short selling).

Ao contrário dos outros investidores, Rogers comprava ações de empresas em dificuldades. Em meados dos anos 1970, por exemplo, ele investiu pesado na empresa de aviação Lockheed. Rogers contou certa vez a história de um jantar entre banqueiros e investidores. Um dos outros convidados tinha ouvido falar que Rogers estava comprando ações da Lockheed. Na época, a Lockheed tinha sido atingida por vários escândalos e sofria ataques diários na imprensa. O preço das ações tinha despencado.

“Quem investiria numa empresa assim?”, perguntou um dos convidados – alto o bastante para que todos à mesa o ouvissem. Os outros convidados riram. Rogers se sentiu humilhado – afinal, ele era o motivo da piada.

Mas Rogers tinha feito sua lição de casa e estava certo em sua análise positiva da empresa. O preço das ações disparou e seu fundo teve um lucro enorme. Enquanto o Índice S&P 500 teve um crescimento de apenas 47%, o Quantum Fund administrado por Rogers e Soros ganhou inacreditáveis 4.200%.

4. Ser capaz de enfrentar revezes

A maioria dos super ricos já enfrentaram graves revezes e crises. O impressionante é a atitude que eles costumam assumir quando as coisas dão errado. Eles não culpam forças externas ou outras pessoas; eles procuram pelo problema em si mesmos.

Eles não se dizem vítimas das circunstâncias ou de maldades por parte de seus concorrentes. Eles assumem a responsabilidade por seus erros.  Eles tampouco inventam desculpas para acontecimentos negativos. Se o mercado sofre um tombo, eles culpam a si mesmos por não terem analisado direito o mercado. Geralmente é isso o que separa as pessoas de sucesso das fracassadas.

5. Foco, foco, foco

Em julho de 1991, Bill Gates convidou algumas pessoas para jantar, incluindo seu filho Bill Gates Jr. — o fundador Microsoft — e o investidor Warren Buffett. Os dois eram as pessoas mais bem-sucedidas do mundo e, por anos, estiveram no topo da lista de bilionários da Forbes. O anfitrião perguntou aos convidados: “Qual fator vocês consideram o mais importante para vocês terem chegado aonde chegaram na vida?”

Buffett respondeu de pronto: “Foco”. Bill Gates Jr. concordou.

Warren Buffett manteve o foco num único objetivo por décadas. De acordo com sua biógrafa, Alice Schroeder, desde criança seu sonho era ficar rico. Um de seus livros preferidos era One Thousand Ways to Make $1,000 [Mil formas de ganhar US$1.000]. Aos 11 anos, Buffett anunciou que seria milionário aos 35 anos. Aos 16, ele já tinha economizado $5.000. Hoje, esse valor equivaleria a US$60.000 — nada mal para um menino de 16 anos. Ele errou sua previsão em apenas cinco anos. Ele ganhou seu primeiro milhão aos 30 anos.

6. A capacidade de conquistar a confiança alheia

John D. Rockefeller, um dos homens mais ricos da história, é prova do quão importante é a confiança no mundo dos negócios. Para o jovem Rockefeller, o segredo do seu sucesso foi ter percebido que “os homens mais velhos confiam em mim imediatamente”. Ao longo de sua inacreditável carreira, disse ele, seu maior problema sempre foi “arranjar capital o bastante para os negócios nos quais queria investir, levando em conta a quantidade necessária de dinheiro”.

Sua capacidade de conquistar a confiança de banqueiros e investidores era um de seus bens mais valiosos, como Rockefeller sabia bem: “É graças à minha confiança nos homens e minha capacidade de inspirar a confiança deles que devo meu sucesso na vida”. Mas qual a melhor forma de fazer com que os outros confiem em você? Agindo e – mais importante — pensando numa forma que inspire confiança. Warren Buffett usa o seguinte teste em toda decisão que toma: isso é algo que deixará sua esposa, família, amigos e vizinhos felizes ao lerem sobre o assunto no jornal do dia seguinte?

7. Persistência e disposição em arriscar

Muitos livros reforçam a importância da persistência, e ela é mesmo importante. Mas sozinha ela não é garantia de sucesso. Ela precisa ser combinada com outra característica muito importante: a disposição em arriscar. O risco é muito mais importante de que um plano de negócios perfeito.

Michael Bloomberg, nono na lista das pessoas mais ricas do mundo da Forbes, com uma fortuna de US$55 bilhões, conta como foram os primórdios de sua empresa. Uma das coisas que ele aprendeu foi que um planejamento rígido pode fazer mais mal do que bem:

Você invariavelmente enfrenta problemas que não tinha previsto. Às vezes você tem de ir para um lado quando o plano diz para você ir para outro. Você não vai querer que um plano detalhado e inflexível o atrapalhe quando você tiver de reagir instantaneamente.

Se você pretende entender o sucesso de muitas empresas do Vale do Silício, tem que entender a ideia de “dar meia-volta”. Isso quer dizer estar preparado para mudar radicalmente seu modelo de negócios quando preciso. O objetivo não é ficar preso a um conceito para provar que ele é bom. O objetivo é assumir uma posição sólida no mercado. Se isso significa abandonar o plano e pôr a empresa numa direção completamente nova e diferente, então é hora de dar meia-volta.

Dr. Rainer Zitelmann é historiador e sociólogo. Ele também é escritor, empresário e investidor no mercado imobiliário.

© 2020 FEE. Publicado com permissão. Original em inglês
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