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A pauta de reivindicações dos jovens hoje é bastante parecida com a dos regimes totalitários que causaram a morte de milhões de pessoas no século XX.
A pauta de reivindicações dos jovens hoje é bastante parecida com a dos regimes totalitários que causaram a morte de milhões de pessoas no século XX.| Foto: AFP

Uma pesquisa recente realizada pela Fundação pela Memória das Vítimas do Comunismo, em parceria com o instituto YouGov, empresa de pesquisas e dados, descobriu que 70% dos millennials admitem votar num socialista e que 1 em cada 3 deles veem o comunismo com bons olhos.

Vamos analisar esse dado trágico à luz do recém-lançado estudo anual do Fraser Institute, intitulado “Liberdade Econômica do Mundo” e preparado pelos professores James Gwartney, da Universidade Estadual da Flórida; Robert A. Lawson e Ryan Murphy, da Univerdade Metodista do Sul; e Joshua Hall, da Universidade de Virgínia Ocidental, juntamente com a Economic Freedom Network.

Hong Kong e Singapore continuam sendo os países economicamente mais livres do mundo – apesar de a mão pesada da China atualmente ameaçar a posição de Hong Kong. Entre os dez países economicamente mais livres estão Nova Zelândia, Suíça, Estados Unidos, Irlanda, Reino Unido, Canadá, Austrália e Ilhas Maurício.

Por sinal, depois de cair para o 16º lugar em 2016, os Estados Unidos voltaram a figurar entre os cinco países economicamente mais livres do mundo.

Que estatísticas compõem o cálculo de liberdade econômica do Fraser Institute?

O relatório mede a capacidade que os indivíduos têm de tomarem suas próprias decisões econômicas analisando as políticas e as instituições de 162 países e territórios. Entre essa políticas e instituições estão medidas de regulamentação, liberdade de comércio internacional, tamanho do Estado, solidez do sistema jurídico, defesa do direito à propriedade privada, gastos governamentais e tributação.

O professor Fred McMahon, do Fraser Institute, diz que, “nos lugares onde as pessoas são livres para buscarem suas próprias oportunidades e fazer suas escolhas, elas têm vidas mais prósperas, felizes e saudáveis”.

A prova disso é que os países no topo do ranking de liberdade econômica tiveram um PIB per capita médio de US$36.770 em 2017, em comparação com US$6.140 nos países na parte de baixo da lista. As taxas de pobreza também são menores.

Entre os mais bem colocados, 1,8% da população vive na extrema pobreza (com US$1,90 por dia), em comparação com 27,2% nos países menos livres. A expectativa de vida é de 79,5 anos no primeiro grupo, em comparação com 64,4 anos no segundo grupo.

O ranking do Fraser Institute menciona outros países importantes, entre eles Japão (7º), Alemanha (20º), Itália (46º), França (50º), México (76º.), Índia (79º), Rússia (85º), China (113º) e Brasil (120º). Os países menos livres são a Venezuela, Argentina, Ucrânia e praticamente todos os países africanos, à exceção das Ilhas Maurício.

A Argentina e a Venezuela, por sinal, eram ricos, até caírem no socialismo.

Durante a Guerra Fria, os esquerdistas criaram uma equivalência moral entre o totalitarismo comunista e a democracia. O sociólogo W. E. B. Du Bois, escrevendo para o National Guardian em 1953, disse: “Joseph Stalin foi um grande homem; poucos homens do século XX se equiparam a ele”.

Walter Duranty chamou Stalin de “o maior estadista do mundo (...) um homem tranquilo e discreto”. George Bernard Shaw expressou admiração por Mussolini, Hitler e Stalin.

O economista John Kenneth Galbraith visitou a China de Mao Tsé Tung e o elogiou, assim como o sistema econômico chinês. O jornalista Gunther Stein, do Christian Science Monitor, também admirava Mao e declarou todo alegre que “os homens e mulheres pioneiros do comunismo na Coreia do Norte são humanos realmente novos em espírito, pensamento e ação”.

Michel Oksenberg, especialista em China da administração de Jimmy Carter, reclamava que “os Estados Unidos estão fadados ao fracasso se uma mudança radical e até revolucionária não alterar drasticamente as instituições e os valores” e nos conclamava a “usarmos as ideias e soluções” da China.

Os esquerdistas pouparam os líderes comunistas das críticas duras feitas a Adolf Hitler, ainda que os crimes contra a Humanidade dos comunistas façam com que a mortandade de 11 milhões de civis pareça quase amadorismo.

De acordo com a pesquisa do professor R.J. Rummel em “Death by Government” [Morte causada pelo Estado], de 1917 até seu colapso, a União Soviética assassinou ou causou a morte de 61 milhões de pessoas, sobretudo seus próprios cidadãos. De 1949 a 1976, o regime comunista de Mao foi responsável pela morte de até 76 milhões de cidadãos chineses.

Os esquerdistas, socialistas e progressistas de hoje se arrepiariam ao saberem que sua pauta é pouco diferente da dos tiranos do passado. Eles deveriam ter em mente que as origens dos inenarráveis horrores do nazismo, stalinismo e maoísmo não tiveram início apenas nos anos 1920, 1930 ou 1940.

Esses horrores foram simplesmente resultado de uma demorada evolução de ideias que levaram à consolidação do poder num governo centralizado na busca por “justiça social”.

*Walter E. Williams é colunista do Daily Signal e professor de economia na George Mason University.

© 2019 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês
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