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Bandeira comunista no Vietnã: por que é tolerada? | Pixabay
Bandeira comunista no Vietnã: por que é tolerada?| Foto: Pixabay

Se alguém pedir para você pensar em qualquer um dos extremos do espectro político, provavelmente você imaginaria imediatamente uma suástica em uma extremidade e uma foice e um martelo no outro. Independentemente de suas opiniões sobre o paradigma esquerda-direita ou se você concorda com a teoria da ferradura, nós (com razão) tendemos a perceber o fascismo e o comunismo como o padrão das ideologias extremas. 

Como tal, muitos de nós também se sentiriam desconfortáveis ao ver esses dois símbolos. Ao ver uma suástica, somos imediatamente lembrados dos males do regime nazista e ficamos, consequentemente, enojados. Exibir publicamente o símbolo nazista é um crime em muitos países europeus. Entendemos quão abominável é a ideologia e a tratamos de acordo, com desrespeito e repugnância. 

?ref=link-interno-materiaMas como reagimos ao martelo e à foice? Eu não preciso escrever um artigo explicando os milhões de mortes que ocorreram nas mãos de regimes comunistas; assim como o Holocausto promovido pelos nazistas, os gulags da União Soviética e os campos de matança do Camboja são amplamente conhecidos.

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No entanto, muita gente defende abertamente e orgulhosamente o comunismo. Estátuas de Karl Marx são erguidas. Mesmo nos EUA, historicamente um dos países mais apaixonadamente anticomunistas da história, há uma estátua de Vladimir Lenin na cidade de Seattle, no noroeste do país. 

Então, por que exatamente tratamos duas ideologias igualmente sangrentas de maneiras tão diferentes? 

"O comunismo real nunca foi tentado!" 

A resposta pode estar nas percepções errôneas da virtude. Os nazistas, com razão, são vistos como odiosos e cruéis porque sua ideologia é construída em torno da ideia de que um grupo é superior ao outro. É uma ideologia inerentemente anti-igualitária, uma crença violenta que foi colocada em prática apenas uma vez por aqueles que a conceberam. 

Como tal, não há maneira justificável como um fascista poderia argumentar que "não era nazismo de verdade". O mesmo não pode ser dito sobre o comunismo. 

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Nós vemos esse argumento o tempo todo. Os que estão na extrema esquerda têm todo um leque de estilos comunistas, do stalinismo ao anarquismo, do maoísmo ao trotskismo, ou mesmo do marxismo clássico. Como Karl Marx nunca implementou o comunismo sozinho, os líderes dos estados comunistas sempre usam essa desculpa esfarrapada. Quaisquer deficiências, tragédias ou crises que um regime comunista enfrenta sempre podem ser atribuídas à má aplicação do roteiro infalível de Marx à utopia. 

Convenientemente, os comunistas podem sempre se destacar dos horrores do passado. Eles podem se pintar como pioneiros de uma ideologia que simplesmente não teve a oportunidade de florescer ("o comunismo real nunca foi tentado!"). 

Deste modo, os defensores do comunismo podem continuar a se pintar como protagonistas. Eles estão apenas lutando pela libertação da classe trabalhadora e pela criação de um paraíso dos trabalhadores que nada tem a ver com os falsos profetas de antes. Na pior das hipóteses, os defensores do comunismo são vistos como equivocados, mas, em última instância, bem-intencionados. 

Qual é o limite? 

Este é o cerne da questão. Enquanto o nazismo está intrinsecamente ligado aos crimes de seus seguidores, o comunismo sempre pode ser separado. Ninguém toleraria uma camiseta estampada com Adolf Hitler ou Benito Mussolini, mas o selvagem e opressivo Che Guevara é facilmente destacado e transformado em símbolo de revolução. 

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Mas onde fica o limite? A ideologia comunista em sua forma mais pura pode ser separada de suas implementações, mas em que ponto seu histórico terrível desacredita qualquer tentativa de defendê-la? 

Como o economista Murray Rothbard disse uma vez: “Não é crime ser ignorante em economia [...] Mas é totalmente irresponsável ter uma opinião alta e vociferante sobre assuntos econômicos enquanto permanece nesse estado de ignorância”. 

Precisamos dizer o mesmo sobre o comunismo. Continuar a defender o comunismo, apesar de seu histórico sombrio, não é bem intencionado nem equivocado; é uma tentativa deliberada de promover uma ideologia comprovadamente perigosa. A história do comunismo é tão manchada de sangue quanto a do nazismo; muito mais, na verdade. Chegou a hora de tratá-lo como tal.

©2018 Foundation for Economic Education. Publicado com permissão. Original em inglês
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