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Vários estudos mostram que investir o equivalente aos impostos sobre a folha de pagamento numa conta pessoal destinada à aposentadoria durante uma vida profissional de 45 anos geraria retornos muito maiores do que os da Previdência Social atual
Vários estudos mostram que investir o equivalente aos impostos sobre a folha de pagamento numa conta pessoal destinada à aposentadoria durante uma vida profissional de 45 anos geraria retornos muito maiores do que os da Previdência Social atual (Foto: Pixabay)| Foto:

Há anos defendo uma mudança no sistema de Previdência norte-americano para um programa de capitalização, sem a cobrança de impostos e sem os gastos do governo.

Quanto àqueles por aí que acham que a Previdência é uma espécie de pensão na qual você investe durante anos, esqueça! Os aposentados atuais recebem dinheiro de impostos pagos por aqueles que trabalham atualmente. É um programa governamental de cobrança de impostos e de gastos.

O problema é que, como os norte-americanos estão vivendo mais (uma boa notícia), mas têm cada vez menos filhos (uma má notícia), a quantidade de trabalhadores norte-americanos em relação aos aposentados continua diminuindo. A única forma de manter o sistema funcionando é aumentando os impostos ou cortando os benefícios à medida que a proporção trabalhador/aposentado insiste em diminuir.

O Dia D, na verdade o ano em que se prevê que o sistema como um todo deve entrar em colapso, de acordo com os administradores da Previdência norte-americana, é 2034 – daqui a apenas quinze anos. A arrecadação projetada para aquele ano será responsável por apenas 79% da verba necessária para pagar as aposentadorias.

Para manter o equilíbrio financeiro serão necessários ou cortes de 21% nos benefícios ou um aumento de impostos de 27% – ou alguma outra combinação dessas medidas.

Mas o problema não é apenas de demografia ou aritmética. É um problema de princípios. Depois que o presidente Franklin D. Roosevelt transformou o sistema de Previdência Social em lei, em 1935, seu caráter constitucional foi questionado. O caso Helvering vs. Davis, no qual a Suprema Corte considerou a Previdência constitucional, alterou o cenário norte-americano quanto à nossa ideia do papel do governo.

Antes disso, o Estado de bem-estar social que hoje faz parte de nossas vidas – e no qual o governo cobra impostos de um grupo de cidadãos e os redistribuí para outro grupo – não era considerado algo que estivesse entre os poderes constitucionalmente garantidos do governo federal. O caso Helvering vs. Davis mudou tudo isso e abriu as portas para qualquer programa federal que pudesse entrar na categoria “bem-estar social”.

Antes, a maior parcela do gasto federal ia para a defesa. Hoje, a defesa responde por apenas 15% do orçamento federal, sendo que a maior parte dos US$ 4,2 trilhões em gastos federais vai para programas de bem-estar social e direitos garantidos, programas que são os principais responsáveis por nosso enorme déficit e dívida interna.

Quando digo que a Previdência Social é um programa de direitos indevidos, invariavelmente recebo cartas indignadas de pessoas dizendo que pagaram seus impostos ao longo de toda uma vida para poder receber este benefício.

Cerca de 62 milhões de norte-americanos hoje recebem benefícios da Previdência. De acordo com uma pesquisa do Instituto Gallup, 57% dos aposentados dizem que a Previdência é “a principal fonte” de renda deles.

Mas nenhum dentre essas dezenas de milhões estão no sistema por escolha própria. O governo os obriga a pagar. O governo determina qual será seu benefício. E o governo estabelece as condições sob as quais eles receberão aposentadoria. O governo já mudou as regras inúmeras vezes e agora está prestes a mudá-las mais uma vez – se você permitir.

Os norte-americanos abdicaram da dignidade moral e dos benefícios econômicos do sistema de capitalização a um tal ponto, permitindo que o governo assumisse o controle de suas vidas, que isso tem prejudicado nosso país.

Vários estudos mostram que investir o equivalente aos impostos sobre a folha de pagamento numa conta pessoal destinada à aposentadoria durante uma vida profissional de 45 anos geraria retornos muito maiores do que os da Previdência Social atual. Agora esses retornos estão prestes a piorar com as mudanças necessárias para reequilibrar o sistema.

Igualmente importante, você vira dono da sua conta. É sua riqueza pessoal que você controla, vê aumentar e pode legar a seus herdeiros. Isso é importante principalmente para norte-americanos de baixa renda, que não têm outra forma de acumular riqueza e deixar uma herança.

De acordo com uma pesquisa do Instituto Gallup, 36% dos afro-americanos, em comparação com 60% dos brancos, têm algum tipo de poupança. Levar a cultura da capitalização aos norte-americanos de baixa renda pode ser algo transformador.

Nada pode ser mais norte-americano do que reformar e substituir nosso sistema de Previdência falido por um sistema de capitalização, poupança e acúmulo de riqueza.

Tradução de Paulo Polzonoff Jr.

©2019 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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