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Um sedã Tesla Model S estacionado do lado de fora de um showroom de propriedade da empresa em Marietta, Geórgia, EUA
Um sedã Tesla Model S estacionado do lado de fora de um showroom de propriedade da empresa em Marietta, Geórgia, EUA| Foto: EPA/ERIK S. LESSER

“Bem, vocês já tinham imaginado”, comentou a vice-presidente Kamala Harris durante um evento sobre o trânsito supostamente limpo, ao qual ela compareceu com seu colega de tautologias, o Secretário de Transportes Pete Buttgieg. “É por isso que estamos aqui: por termos a capacidade de ver as possibilidades futuras, sem o peso do passado, e depois fazer o possível acontecer de verdade.”

Quando Harris e Buttigieg se juntam, vira a Convenção das Platitudes. Como foi esta semana: enquanto a realidade do pico histórico do preço da gasolina batia à porta dos americanos, a dupla passou o dia promovendo carros elétricos, o New Deal Verde e os padrões de emissão de carbono da Agência de Proteção Ambiental, que logo devem ser reduzidos.

Quando se trata de energia, os democratas adotam uma disparidade elitista e bizarra: impulsionados por uma crença teológica do alarmismo climático apocalíptico, presumem que o americanos vão se juntar a eles na perda de todo o senso de perspectiva e proporcionalidade.

A despeito da perpétua campanha por veículos elétricos, menos de 1% dos carros, utilitários e caminhonetes nas pistas dos Estados Unidos são elétricos.

O custo médio de um carro elétrico é 55 mil dólares. Mesmo com os subsídios que reduzem o valor artificialmente, o preço médio de um carro elétrico é cerca de 19 mil dólares mais alto do que o preço médio de um carro a gasolina. O Tesla médio custa cerca de 75 mil dólares. Alugar o Modelo S, que não é o topo da linha Tesla, provavelmente vai passar dos 600 dólares mensais.

Nem todos têm o porquinho com as moedas de Ocasio-Cortez [, que parece ter um Tesla modelo 3 (N. t.)]. Mesmo se estiverem, na certa estão mais preocupados com funcionalidade do que com uma dispendiosa sinalização de virtude.

Por que um casal com filhos deixaria de lado um carro a gasolina em perfeito estado que, até pouco tempo atrás, poderia ser abastecido a baixo custo e levar com facilidade a qualquer distância em qualquer ambiente?

Combustíveis fósseis são a forma de energia mais eficiente, a mais pagável, a mais transportável e a mais útil. E temos dela um vasto estoque. Nos últimos anos, os Estados Unidos se tornaram o maior produtor de petróleo do mundo. Há dezenas de bilhões de barris de fácil acesso dentro e fora do país — e muito mais pelo mundo. Temos, debaixo do chão, o valor de séculos esperando.

Quatro dólares o galão é uma escolha. [O galão corresponde a 3,7 litros. (N. t.)] Todo plano para combater as mudanças climáticas cria, das duas, uma: ou mercados fabricados para aumentar os preços dos combustíveis fósseis, ou escassez artificial.

O Presidente Joe Biden diz que esta é a hora de liderarmos a “exportação de energia limpa para os países ao redor de todo o mundo.” O presidente quer que metade dos carros produzidos nos Estados Unidos seja elétrica em 2030 (o ano em que alcançaremos por milagre zero emissões), não porque os consumidores querem, mas porque os tecnocratas decidiram manipular o mercado para coagir os americanos e dirigi-los.

A Ford e a GM prometem reduzir a produção de carros a gasolina e passar a produzir carros elétricos em 2035 porque o governo promete “investimentos” e subsídios. As empresas automobilísticas sabem que são grandes demais para quebrar.

E, enquanto isso, que comamos brioches. “Hoje o preço médio da gasolina nos Estados Unidos atingiu o recorde histórico de mais de quatro dólares o galão”, disse, brincando, Stephen Colbert da TV (cuja renda anual é de dez milhões de dólares). “Ok, isso dói, mas uma consciência leve vale um ou dois dólares. Eu estou disposto a pagar quatro dólares por um galão. Cacilda! Eu vou pagar quinze dólares o galão porque eu dirijo um Tesla.”

Se o envio de uma delegação ao Irã e à Venezuela para implorar por petróleo acalma os seus princípios, que seja. Mas o comentário de Colbert é quase tão engraçado quanto Buttigieg dizendo aos americanos que “as famílias que tiverem um carro [elétrico] nunca mais terão de se preocupar com o preço da gasolina.”

De onde Buttigieg e Colbert acham que vem a energia usada para carregar esses carros elétricos? Mais de 70% vem de petróleo, gás natural, carvão e usinas nucleares. Energia nuclear, de fato, é uma alternativa mais barata e mais prática para reconstruir toda uma economia de 22 trilhões de dólares do que as elevadas propostas, extorsivas de tão caras, feitas para limpar as consciências dos alarmistas climáticos.

Enquanto isso, a mesma administração que diz que o aumento da capacidade doméstica e de importações de petróleo não teria nenhum impacto imediato sobre os preços da gasolina nos Estados Unidos propõe que você compre um item de luxo, caro e nada prático.

A diferença entre eles e Maria Antonieta é que ela nunca disse “Que comam brioches”.

©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
Correção

Este texto trazia a informação incorreta sobre quantos litros equivalia um galão. A informação já foi corrigida.

Corrigido em 15/03/2022 às 14:54
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