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Robôs russos estão na lista dos “50 mais influentes do mundo”, compilada por repórteres e editores da Bloomberg. Esses dispositivos tecnológicos dividem espaço com especialistas, artistas e executivos que ganharam aplausos e reconhecimento ao longo de 2017. A relação da Bloomberg traz nomes como o produtor japonês de jogos Yoshiaki Koizumi, a procuradora venezuelana Luisa Ortega Díaz e filantropa norte-americana Agnes Gund. 

Investigações do Congresso americano mostram que a Rússia usou robôs para tentar intervir no resultado das eleições americanas de janeiro deste ano, por meio das redes sociais. Os dispositivos eram usados para divulgar notícias falsas que pudessem influenciar a opinião pública a favor do presidente eleito Donald Trump.

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“O alcance da interferência russa antes, durante e após as eleições presidenciais de 2016 está apenas começando a surgir”, pontua a jornalista Dune Lawrence, da Bloomberg. Ela observa que, no final de outubro, o Facebook divulgou que agentes russos pagaram US$ 100 mil por mais de 3 mil anúncios do Facebook e Instagram. Eles promoveram páginas que divulgaram 80 mil itens de conteúdo. 

“Essas descobertas representam uma crise existencial para as empresas de mídia social, que não querem engolir o crescimento e o trânsito pelo policiamento de forma muito estrita - e, no entanto, ao não reprimir, deixam espaço para os influenciadores russos semearem desinformação e discórdia social”, assinala Dune. 

Um relatório do Facebook aponta que cerca de 10 milhões de pessoas viram anúncios russos políticos na plataforma. Quarenta e quatro por cento dessas propagandas teriam sido vistas antes da eleição, em novembro de 2016, e o restante após o pleito. A estimativa é que 25% dos anúncios não tenham sido vistos por ninguém. 

Os anúncios do Facebook foram direcionados para questões espinhosas como a imigração e Black Lives Matter. Cerca de 600 contas do Twitter que promovem teorias de conspiração sobre a corrupção do governo americano também foram ligadas à Rússia pela Alliance for Securing Democracy, uma iniciativa destinada a expor interferências. 

Depois deste caso, a companhia de Mark Zuckerberg informou que vai trabalhar para evitar que situações como essa – classificadas pelo próprio empresário como “abusos governamentais”, voltem a ocorrer. A empresa deve pedir mais detalhes a compradores de anúncios sobre as eleições nos Estados Unidos. 

Cerca de mil pessoas devem ser contratadas pelo Facebook para fazer o monitoramento de anúncios na rede.

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