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Kai Shappley
Kai Shappley (à esquerda), menino de 9 anos de idade que se “descobriu” uma garota ainda nos primeiros anos de vida, em cena da série ‘O Clube das Babás’, ao lado da atriz Malia Baker| Foto: KAILEY SCHWERMAN/NETFLIX

Um grupo de meninas no começo da adolescência, lideradas por uma garota adorável mas irritadiça, decide criar uma sociedade de babás para ajudar as mães da vizinhança e ganhar algum dinheiro. A empreitada é ameaçada por um grupo concorrente. É um enredo aparentemente inocente, típico de uma série infanto-juvenil. Mas “O Clube das Babás”, que estreou recentemente na Netflix e recebeu classificação indicativa livre, tem um problema: a pauta ideológica apresentada de forma nada subliminar.

No quarto episódio, a série introduz um "menino transgênero" – garoto que se veste como garota e que adotou uma identidade feminina. O papel é interpretado por Kai Shappley, menino de 9 anos de idade que também se “descobriu” uma garota ainda nos primeiros anos de vida e que ganhou notoriedade graças ao exibicionismo da mãe.

Na série, o caso é apresentado como um exemplo positivo, sem nenhuma nuance sobre as consequências de uma “transição” desse tipo para uma criança. Um dos roteiristas disse em entrevista que o conteúdo do episódio foi produzido em colaboração com a GLAAD (oficialmente, "Aliança de Gays e Lésbicas contra a Difamação"), organização militante LGBT. “Nós trabalhamos com a GLAAD para ter certeza de que tudo o que tudo fosse apresentado de uma forma que as crianças mais novas iriam entender”, disse a produtora-executiva Lucia Aniello, em entrevista à revista Vanity Fair.

No episódio, a ideologia de gênero é vendida como uma realidade da natureza. A tese, sem embasamento científico, é ilustrada por falas como “Da mesma forma que você sabe que é destra, Bailey sabe que é uma garota”, e “Bailey era uma pequena garota, e as suas novas roupas ajudavam as pessoas a ver isso.”

O caso parece ser mais uma tentativa da indústria do entretenimento de empurrar os limites daquilo que é considerado aceitável. Aos nove anos, a criança não pode votar ou dirigir. Não pode, obviamente, dar seu consentimento para uma relação sexual. No episódio do seriado, não pode nem mesmo ficar em casa sozinha – precisa de uma babá. Mas, na visão da corrente dita progressista, pode perfeitamente decidir que na verdade é um membro do sexo oposto.

“O Clube das Babás” é uma adaptação da bem-sucedida série de livros para adolescentes escrita pela americana Ann M. Martin, que também participou da produção da Netflix. Sucesso nos anos 80 e 90, a série original era menos panfletária, embora também tratasse de temas considerados controversos à época.

O seriado da Netflix, aliás, é pouco sutil na tentativa de influenciar o comportamento da audiência. Já nos primeiro episódios, descobre-se que a professora de artes das garotas é “casada” com uma mulher, com quem tem uma filha adotiva. Além disso, uma adolescente relata que os pais se divorciaram porque o pai se assumiu gay. Na avaliação da personagem adolescente, esta foi uma boa notícia.

Mas é no caso da criança “trans” que a pregação ideológica atinge o ápice. O desfecho do episódio relata um ato de “heroísmo” de uma das adolescentes: quando precisa acompanhar a criança em um atendimento de emergência em um hospital, ela exige que os médicos tratem o garoto como uma garota - no que é atendida. Mais confusão na cabeça do seu público infanto-juvenil. E as consequências de uma exposição de crianças e adolescentes a um conteúdo do tipo são reais.

O episódio foi lançado em meio a uma epidemia de adolescentes que subitamente se identificam como transgênero. Como a Gazeta do Povo publicou, a jornalista Abigail Shrier, do Wall Street Journal, compilou os dados sobre o problema e chegou a conclusões alarmantes.

Em seu novo livro “Irreversible Damage”, ainda sem tradução para o português, ela entrevista pesquisadores que enxergam uma onda de casos repentinos e inesperados de mudança de sexo entre adolescentes, especialmente garotas – justamente o público-alvo de “O Clube das Babás”. Em poucos anos, o número de casos de disforia de gênero entre adolescentes subiu 1.000% nos Estados Unidos e 4.000% no Reino Unido. Pesquisas acadêmicas apontam que a influência do meio social, incluindo da mídia, estão por trás do aumento súbito.

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