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Centenas de cubanos saíram às ruas de Havana gritando “liberdade” em manifestações pacíficas, que foram interceptadas pelas forças de segurança e brigadas de apoiadores do governo, resultando em violentos confrontos e prisões.
Centenas de cubanos saíram às ruas de Havana gritando “liberdade” em manifestações pacíficas, que foram interceptadas pelas forças de segurança e brigadas de apoiadores do governo, resultando em violentos confrontos e prisões.| Foto: EFE / Ernesto Mastrascusa

No domingo, gritos de “libertad!” — "liberdade!" — foram ouvidos em dezenas de cidades e vilarejos por toda Cuba, enquanto as pessoas saíam às ruas para protestar contra o governo comunista que estrangula o país há 62 anos.

Este regime socialista torturou, matou, silenciou, negou liberdade e levou ao exílio gerações de cubanos, forçando muitos, incluindo minha família, a fugir ou ser assassinados. Isolou Cuba do mundo e destruiu sua economia, de modo que hoje os cubanos enfrentam longas filas por alimentos, remédios e suprimentos básicos. Eles enfrentam apagões de energia e funcionários do governo podem desligar seu serviço de Internet por capricho — como fizeram no domingo, quando o regime entrou em pânico com os protestos.

Esta batalha é pessoal para mim. Quando Fulgêncio Batista deu um golpe em Cuba e se tornou um ditador brutal na década de 1950, meu pai lutou contra seu regime. Ele foi preso e torturado. Quebraram seu nariz e bateram em seus dentes da frente até que estivessem pendurados em sua boca. Meu pai decidiu fugir de Cuba e, em 1957, veio para os Estados Unidos com US$ 100 costurados em sua cueca. Ele frequentou a Universidade do Texas com um visto de estudante e conseguiu um emprego lavando pratos por 50 centavos a hora.

No verão de 1959, logo depois que Fidel assumiu o controle de Cuba, meu pai voltou para visitar sua família e ficou horrorizado com o que viu. Rapidamente ficou evidente que Castro era ainda pior do que Batista. A irmã do meu pai, minha Tia Sonia, tornou-se parte da luta contra-revolucionária e lutou contra Fidel. Infelizmente, ela também enfrentou prisão e tortura antes de vir para os Estados Unidos.

Enquanto crescia, ouvia histórias sobre a luta de meu pai e minha Tia Sonia pela liberdade em Cuba. A liberdade dos EUA foi o sonho que lhes permitiu suportar a brutalidade de Cuba. Foi e é um farol de esperança para todos aqueles que, como eles, foram oprimidos — e é por isso que vimos tantos manifestantes em Cuba hasteando bandeiras americanas no domingo.

Os EUA devem responder. Nos últimos dias, o mundo viu que o povo americano apóia os homens e mulheres de Cuba e sua nobre luta pela liberdade.

É preocupante, porém, que o governo Biden não tenha manifestado forte apoio aos que marcham nas ruas de Cuba. Declaração após declaração, enquanto os manifestantes saíam às ruas, os funcionários do governo não conseguiram apoiar inequivocamente os manifestantes e não condenaram o regime.

Depois de ser criticado pela hesitação em assumir posições mais firmes, o presidente Biden finalmente divulgou um comunicado dizendo que os manifestantes estavam exercendo seu direito de reunião pacífica. Até isso está errado. O que os protestos revelaram é uma ditadura comunista que tenta silenciar brutalmente o discurso dos cidadãos cubanos.

Além disso, a administração Biden afirma que os protestos são sobre o acesso às vacinas contra a COVID-19. Mas isso ignora o cerne da questão: os manifestantes estão gritando “libertad” nas ruas. Eles protestam ruidosamente contra a ditadura comunista que atrasa Cuba e agitam bandeiras americanas. E, no entanto, Joe Biden e Kamala Harris não conseguem entender por que a liberdade que temos nos EUA é importante e por que esses manifestantes em Cuba estão se protestando e arriscando suas vidas por isso.

Infelizmente, não é difícil imaginar por que este governo é reticente em apoiar as multidões que agitam bandeiras americanas em protesto contra o regime cubano. O governo Obama gastou muito tempo, recursos e capital diplomático culpando a política externa americana pela situação difícil dos cubanos e trabalhando para desmantelar a pressão internacional sobre o regime cubano. O Partido Democrata continua comprometido com essa abordagem.

Os bravos manifestantes que arriscam tudo pela liberdade são uma expressão viva e inegável contra a visão de mundo dos democratas.

O presidente ditatorial de Cuba, Miguel Diaz-Canel, disse neste fim de semana que “estamos dispostos a tudo e estaremos lutando nas ruas”. Sem dúvida, nos próximos dias, tenho certeza que o governo comunista em Cuba aumentará sua violência para reprimir os bravos manifestantes nas ruas.

Os EUA devem ser claros: apoiamos os manifestantes contra a repressão, e qualquer pessoa que participe da repressão ao povo cubano será responsabilizada por nós — e por eles.

*Ted Cruz é senador republicano pelo Texas.

© 2021 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
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