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Profissionais da engenharia têm a responsabilidade de incluir mobilidade e disseminar o conceito ao projetar obras e reformas, diz o especialista Sérgio Yamawaki | Divulgação/Sérgio Vera
Profissionais da engenharia têm a responsabilidade de incluir mobilidade e disseminar o conceito ao projetar obras e reformas, diz o especialista Sérgio Yamawaki| Foto: Divulgação/Sérgio Vera

Incluir a acessibilidade dentro de casa, ou em qualquer tipo de empreendimento, é algo que não pode faltar quando se pensa em construir, reformar ou adquirir um imóvel. A legislação brasileira estabelece normas e parâmetros para facilitar a mobilidade nos ambientes, mas nem sempre moradores e profissionais da construção estão cientes dessa necessidade.

Este foi um dos temas debatidos no II Semi­ná­­rio Internacional de Aces­si­­bilidade, promovido pelo Conselho Regional de En­­genharia e Agronomia do Pa­­raná (Crea-PR), que aconteceu em Foz do Iguaçu de domingo até ontem.

Custos

O engenheiro Sergio Yama­waki, presidente da Comissão de Acessibilidade da instituição, afirma que o custo da reforma de uma edificação com vistas à mobilidade pode ser até 25% maior do que o gasto com uma obra que não inclua acessibilidade. Por isso, o ideal é projetar a construção já pensando nos itens da acessibilidade é o ideal.

Se o projeto for adequado, explica Yamawaki, a diferença fica em torno de 1% ou menos. Nas edificações de escolas, restaurantes e shopping centers, o acréscimo de custos na obra que inclui acessibilidade representa apenas um centésimo de 1%.

"Terrível é, ainda hoje, continuarmos projetando e construindo errado. Se a diferença no preço não é tão significativa e a diferença no custo social é gigantesca, temos que tomar muito cuidado para aumentar a qualificação profissional, para não haver falhas na responsabilidade do engenheiro", analisa Yamawaki.

De acordo com a Or­­ga­­ni­­zação das Nações Unidas, há mais de 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo – cerca de 45 milhões no Brasil. Em média, 500 brasileiros se tornam deficientes todos os dias, por acidentes ou por doenças que deixam sequelas.

Tecnologia

A tecnologia é aliada da acessibilidade. Inúmeras adaptações podem ser feitas dentro de casa para facilitar a rotina de quem está na terceira idade ou tem alguma deficiência. Elevadores residenciais e plataformas são opções para cadeirantes ou pessoas que não podem subir escadas.

Entre os dispositivos eletrônicos, cada vez mais adotados não só por pessoas com deficiência ou de terceira idade, estão os sistemas automatizados que controlam ambientes, garantindo a autonomia do usuário.

Por meio de uma central com funcionamento via rádio ou wi-fi, por exemplo, dá para abrir e fechar cortinas, janelas e portas, e também controlar televisores e outros aparelhos da casa ou do escritório. Os equipamentos funcionam por controle remoto ou comando de voz.

O custo da tecnologia de automação residencial ainda é alto, observa Yamawaki, mas com o tempo os aparatos tendem a se popularizar, como aconteceu com os celulares e outros dispositivos eletrônicos.

Urbanismo

A importância da inclusão da acessibilidade nos municípios também foi debatida no evento do Crea-PR. O engenheiro José Tadeu da Silva ressaltou que as soluções existem, mas passam pelo conhecimento dos profissionais das áreas tecnológicas. "Precisamos refletir formas de aprimorar e melhorar as condições para atender o direito de todo cidadão em mobilidade urbana e inclusão", observa.

Joel Kruger, presidente do Crea-PR, lembra que a acessibilidade faz parte do cotidiano da instituição. "A inserção do tema na atividade de nossos profissionais torna a acessibilidade uma questão de responsabilidade profissional", diz.

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