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Compactos demandam menos gastos com condomínio, manutenção e decoração do imóvel. | Aniele Nascimento / Gazeta do Povo
Compactos demandam menos gastos com condomínio, manutenção e decoração do imóvel.| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Para acompanhar o ritmo de vida dos clientes, que passam cada vez menos tempo em casa, as incorporadoras investiram pesado nos últimos anos na oferta de apartamentos studio e de um dormitório – que somavam 1,7 mil unidades e correspondiam a 19% dos imóveis novos à venda em fevereiro em Curitiba.

Antes com área privativa de cerca de 30 m², tais apartamentos são oferecidos, hoje, com plantas a partir dos 17 m² privativos, o que faz com que as unidades sejam menores, inclusive, do que a média dos quartos oferecidos pela rede hoteleira, por exemplo.

“As construtoras foram entendendo que os espaços de 30 m² poderiam ser grandes para os clientes que usam as unidades, basicamente, para dormir, uma vez que as áreas comuns atendem as demais necessidades, como espaço gourmet ou salas de trabalho/estudo. Então, foram adaptando as plantas”, explica Paulo Orlandini, sócio da imobiliária Imóveis de Primeira.

Uma das empresas que seguiu este movimento é a Basesul Empreendimentos. Responsável pelo lançamento, em 2014, do City Palladium – menor apartamento de Curitiba (com plantas a partir dos 19 m²) – a incorporadora direcionou seu foco de atuação para os compactos e reduziu ainda mais as plantas das unidades.

“O City Palladium foi uma espécie de teste. Dos 50 apartamentos [todos de um quarto], somente 12 tinham metragem reduzida. Como deu certo, viemos com mais lançamentos nesta linha”, conta Gustavo Capelup, sócio da construtora. Entre eles estão o Vivace Palladium, cujas plantas variam entre 17 m² e 19 m² privativos, e o Smart 32, com apartamentos a partir de 19 m² de área privativa. Ambos localizados no Portão.

Outra construtora que investe no segmento dos pequenos é a Sulamericana Engenharia, que lançou o Studio Rebouças (com vendas pela JBA Imóveis), no Prado Velho. O empreendimento terá 96 apartamentos com plantas de 17,27 m² a 25,77 m² de área privativa.

Demanda

O menor investimento necessário para a aquisição do bem, no comparativo com apartamentos mais amplos, e a mudança no perfil de consumo de seu público-alvo são alguns dos fatores que mantêm a demanda por este tipo de empreendimento, na avaliação de Capelup. “Cerca de 2/3 dos compradores estão abaixo dos 30 anos. Hoje, este público prefere gastar mais com experiências, como viagens e intercâmbios, do que com bens materiais”, analisa.

De acordo com Orlandini, o mercado demonstra que ainda tem espaço para a oferta destes imóveis, principalmente em decorrência de o maior número de unidades, comuns neste tipo de empreendimento, contribuir para viabilizar a construção.

Capelup acrescenta que a infraestrutura de comércio, transporte e serviços disponível na região é fundamental para o sucesso do negócio.

Otimização e funcionalidade

Otimizar o uso do espaço e trazer funcionalidade para dentro da unidade são características fundamentais para quem opta por morar em um apartamento compacto. Para isso, é comum que os compradores – sejam eles futuros moradores ou investidores – recorram aos projetos de interiores e à marcenaria planejada, o que tem movimentado o segmento.

Fabiano Krause de Freitas, sócio da Evoque Ambientes Personalizados, conta que de três anos para cá tem crescido a busca de móveis planejados para este tipo de empreendimento. “Hoje, o mobiliário para apartamentos compactos corresponde a cerca de 40% do nosso volume de vendas”, acrescenta.

Além de trazer funcionalidade aos ambientes, a possibilidade de personalização dos espaços, de acordo com hobbys e gostos pessoais do morador, é outro fator estimula a procura pelas peças planejadas.

Soluções

De acordo com Freitas, o trabalho desenvolvido pela empresa pode contemplar somente o mobiliário ou todo o projeto de interiores – como a escolha do piso e de papel de parede –, e leva em consideração não somente as questões relacionadas à circulação dentro do ambiente, mas aos objetos que o cliente precisa guardar dentro do apartamento.

Assim, as soluções vão desde a instalação de gavetões embaixo da cama ou da TV na porta de armários à divisão dos ambientes com o próprio móvel – que pode servir de armário de um lado e como estante do outro, por exemplo.

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