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Expansão imobiliária levou novos empreendimentos para regiões em que a preservação ambiental é exigida por lei. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Expansão imobiliária levou novos empreendimentos para regiões em que a preservação ambiental é exigida por lei.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Basta olhar os recentes lançamentos do mercado imobiliário para identificar a valorização do “verde” como característica comum a boa parte deles. Seja pela proximidade do endereço aos parques da cidade ou pela preservação de bosques nativos na área do empreendimento, a presença dos maciços vegetais está em alta nos projetos, contribuindo para atrair os clientes e valorizar os imóveis.

Preservação das áreas verdes é uma exigência legal

O crescimento da oferta de condomínios horizontais e verticais que contam com bosques preservados é resultado de diversos fatores. O primeiro deles refere-se à própria expansão imobiliária, que fez com que os empreendimentos chegassem a regiões onde o verde até então predominava na cidade, como lembra o gestor executivo de vendas da MRV Engenharia, Marcelo Alves.

Como consequência desta busca por novos terrenos, as incorporadoras precisaram desenvolver seus projetos de forma a que mantivessem a preservação destes maciços vegetais, em respeito à legislação municipal que trata de bosques nativos relevantes.

“A manutenção dessas áreas é garantida pela Lei nº 9806/2000 [Código Florestal de Curitiba], regulamentada pelo decreto 246/2014. Ele estabelece o potencial de construção do terreno de acordo com área a ser preservada”, explica Marcus Vinicius Pius, diretor do Departamento de Pesquisa e Monitoramento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA).

Como contrapartida a obrigatoriedade da preservação destes espaços – que mesmo integrando a área do condomínio precisa ser cercado e não pode ser utilizado como área comum pelos moradores –, o empreendimento pode ganhar a ampliação do seu potencial de verticalização, nos casos em que isto é permitido pelo zoneamento da região. A redução ou até mesmo a isenção do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) é outro incentivo decorrente da manutenção do maciço vegetal.

Os construtores dizem que é difícil precisar o impacto que tais características têm sobre o preço final do imóvel, mas garantem que elas contribuem para a formação do valor. “Se um apartamento tem vista para o bosque, por exemplo, ele pode ser precificado de forma diferente, assim como ocorre com os de face norte em comparação com os voltados para o sul”, explica Silvia Fernandes, gerente de incorporações da Cyrela.

Segundo a gerente, tal valorização gira em torno de 7%, mas ela não se refere exclusivamente à presença do bosque, dependendo de uma série de outras condições do projeto, como a posição em relação ao sol e a altura da unidade, por exemplo.

Nesta mesma linha, a proximidade do empreendimento com os parques da cidade é outro fator que contribui para a elevação do preço do metro quadrado, uma vez que o equipamento urbano ajuda a compor a infraestrutura instalada nos bairros. “A presença do parque contribui, mas a localização do empreendimento nos bairros mais desejados da cidade – como Cabral, Batel e Água Verde – ainda é o primeiro aspecto levado em conta pelo cliente e o que joga o preço para cima”, lembra .

Atrativo

Além do preço, o apelo da área verde auxilia nas estratégias de marketing das construtoras. A partir desta característica, elas podem elaborar um conceito para o empreendimento e diferenciar seu produto frente aos concorrentes, atraindo os clientes que buscam uma melhor qualidade de vida.

Em fase final de construção pela Víncere Construtora, empresa do Grupo Noster, o Refuge Parque Bacacheri é um dos empreendimentos que explora a proximidade com o parque . “Para os clientes que querem morar nesta região da cidade, o fato de estarmos colados ao parque foi um diferencial em algumas negociações, principalmente com as famílias que têm filhos ou animais de estimação”, conta Marlon Vinícius Rocha, diretor da construtora.

Ele acrescenta que tal característica interferiu, inclusive, no desenvolvimento do projeto, fazendo com que paisagismo fosse priorizado com a presença de muito verde e de espécies nativas, transformando a área comum do empreendimento em uma espécie de extensão do parque.

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