Círculos mágicos

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Muito usadas em salas de estar, locais de trabalho e até nos quartos, essas formas circulares, mais conhecidas como mandalas, caíram no gosto dos decoradores e consumidores.

Há situações em que a escolha da mandala ocorre apenas em função do gosto do cliente, porque achou bonito ou combinou com o ambiente. Em outras ocasiões, a decisão é baseada nos efeitos que esse objeto pode trazer para as pessoas que utilizam aquele espaço.

Cumprindo ou não com a função mística, a mosaicista Andréa Steudel, que trabalha com consultoria e confecção de mandalas, explica que ela é definida como círculo ou circunferência (círculo mágico), representando a totalidade, a plenitude e a essência. A palavra deriva do sânscrito e faz referência à representação geométrica do Universo. É um dos principais símbolos do budismo tibetano.

Feitas de várias maneiras, com a sobreposição de formas geométricas e circulares, espirais, com pedras, sementes, tecidos, tinta e outros materiais; as mandalas têm o objetivo de transformar as energias negativas em positivas, estimulam o autoconhecimento, o equilíbrio da mente e a reflexão, diz Andréa.

A arquiteta e designer de interiores, Jane Rocha, comenta que muitas vezes os clientes estão numa loja, procurando outros objetos, e de repente olham para a parede e se encantam por uma mandala.

Para ela, a inserção de objetos na decoração, carregados de crenças e misticismo, é relativamente recente e por isso nem todos despertam para os seus significados.

Andréa também compreende o público dessa forma, mas destaca que as pessoas que a procuram já sabem o que buscam. "As mandalas sempre devem ter um objetivo. Não gosto de tê-las estocadas em casa ou no atelier. Normalmente, os arquitetos e decoradores me ligam e encomendam uma ou mais peças para um cliente. Com base nas informações passadas por eles é que sento e trabalho na confecção dos círculos mágicos", conta.

As mandalas, segundo Andréa, trazem uma vida simbólica mais intuitiva e criativa, porque ajudam a pessoa a entrar em sintonia com seu potencial interior.

No atelier da artista Liliane Bianco, as mandalas estão expostas e as pessoas acabam se identificando com um trabalho em especial, conta. "Sigo minha intuição para confeccionar as mandalas e sinto que as pessoas acabam sendo atraídas por elas."

Por considerar o número 8 como fonte de prosperidade, o numeral é contemplado em quase todas as suas peças. Depois de prontas, a artista ainda as coloca no sol, por acreditar que seja a maior fonte de força e vitalidade para ser humano.

A mandala é encontrada em diversas lojas de móveis e decoração ou diretamente com os artistas, os preços variam entre R$ 150 e R$ 800. A variação dos valores se deve ao tipo de material utilizado e o tamanho do objeto.