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crédito imobiliário

Com juro maior, financiamento de imóvel requer pesquisa e negociação

Estudar a proposta de diferentes bancos e prestar atenção aos custos embutidos nas parcelas pode resultar em uma boa economia sobre o saldo final do financiamento

Com o crédito mais caro, pesquisa pode resultar em boa economia. | Divaldo Moreira/Arquivo Gazeta do Povo
Com o crédito mais caro, pesquisa pode resultar em boa economia. (Foto: Divaldo Moreira/Arquivo Gazeta do Povo)

Pela segunda vez neste ano, a Caixa Econômica Federal (CEF) elevou as taxas de juros do financiamento imobiliário. O reajuste de 0,3 ponto porcentual em todas as faixas de juros imobiliários, aliado ao momento econômico difícil, é mais um indício de que a contratação do crédito exige atenção e pesquisa por parte dos consumidores que não têm como fugir do financiamento para realizar o sonho da casa própria.

Miguel José Ribeiro de Oliveira, Diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), explica que para quem não acompanha de perto o mercado o aumento até pode até parecer pequeno em um primeiro momento. No longo prazo, contudo, ele tem um impacto significativo sobre o montante a ser pago pelo mutuário. Em um financiamento de R$ 500 mil no prazo de 360 meses, por exemplo, a diferença entre a tabela antiga e a atual soma mais de R$ 22,5 mil para um crédito contratado pelo Sistema de Amortização Constante, a chamada tabela SAC.

O especialista lembra, ainda, que o reajuste promovido pela Caixa deve motivar outros bancos a elevarem suas taxas, antes freadas para que as instituições pudessem competir com a CEF, que financia cerca de 70% do crédito imobiliário do país.

Pesquisa

A elevação das taxas e a concorrência entre os diferentes bancos para a oferta do crédito imobiliário faz da pesquisa a principal aliada de quem precisa contratar o financiamento. Armando Rasoto, especialista em finanças e professor da Faculdade de Administração e Economia (FAE) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), diz que os contratantes devem ir além da proposta oferecida pelo banco no qual possuem conta e estudar outras opções antes de fechar o contrato. “O gerente amigo nem sempre é a pessoa mais indicada para dar opiniões sobre os investimentos da família e o banco com o qual ele trabalha pode não ter a melhor proposta, necessariamente”, afirma.

Isso porque, mesmo que o relacionamento geralmente facilite o crédito ou que as tarifas pareçam próximas – o Santander e o Bradesco, por exemplo, praticam taxas a partir de 9,6% ao ano, enquanto no Banco do Brasil os juros giram em torno de 9% ao ano – o desejo de atrair e fidelizar um cliente a longo prazo pode fazer com que o banco ofereça condições mais vantajosas do que as geralmente divulgadas por essas instituições. Outros fatores, como custos extras relacionados ao seguro do imóvel ou à aquisição de outros serviços, também devem ser levados em conta no momento da decisão. “O cliente precisa fazer a análise da soma total. A prestação de um banco X pode ser mais baixa em relação a do Y, mas ela pode ter outros custos mensais que a tornam mais cara e fazem diferença no montante final”, explica Oliveira.

Fazer o financiamento no prazo mais curto possível – o que reduz seu custo total – e ficar atento às mudanças das taxas ao longo do financiamento são outras dicas dos especialistas. “Se tiver um banco oferecendo condições melhores, o cliente pode fazer a portabilidade do crédito. Qualquer redução de 0,5% na taxa resulta em uma diferença interessante no total do financiamento”, alerta Rasoto.

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