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O excesso de veículos nas ruas é um problema que vem afetando todo tipo de centro urbano, com mais ou menos intensidade. Segundo dados do Detran/PR, em 10 anos o Paraná teve sua frota duplicada, chegando hoje a mais de 6 milhões de unidades. É a terceira posição no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais.

Além disso, o Paraná detém 40% do total da frota da região Sul do Brasil, numa proporção de 0,57 veículo por habitante. O resultado é nítido: grandes congestionamentos.

Diante destes fatos, chega-se à conclusão de que o investimento em educação, fiscalização, engenharia e tecnologia é indispensável, com ênfase à palavra "eficiência", que acaba resumindo todas as possíveis soluções e respostas para a questão.

É consenso, entre os urbanistas, de que a melhoria do uso do transporte intermodal (BRT, metrô, táxis, ciclovias etc.) não traz bons resultados se não estiver aliada a outros fatores determinantes ligados ao planejamento – aspectos como controle de tráfego em grandes áreas de comércio, serviços e lazer, cobrança de pedágios ou até mesmo restrição de circulação de veículos em algumas vias. Um exemplo é o que ocorreu na Rua XV de Novembro, em 1972. Na época, a intervenção na capital paranaense foi bastante contestada por comerciantes e moradores, mas hoje é motivo de orgulho para a cidade.

Ainda assim, não se deve esquecer que os automóveis são indispensáveis para a vida da cidade. De uma maneira incansável e interminável, todos devemos pensar em uma cidade mais amiga, humanizada e principalmente eficiente, e pensar em soluções que minimizem o impacto da presença dos meios de transporte não coletivos, que cresce a cada dia.

Inseridas neste contexto, estão algumas soluções como a racionalização das vias e raios de giro de esquinas, faixas de desaceleração e acumulação para acessos de veículos, eliminação de parte das vagas em vias públicas, liberando espaços de lazer e convívio para o pedestre; construção de garagens verticalizadas (edifícios-garagem) ou mesmo sob praças e parques, e definição de um re-layout dos estacionamentos e garagens já existentes, aumentando o número de vagas, entre outras.

Como acontece na concepção de um projeto de arquitetura – a busca da melhor eficiência e conforto de um espaço – com a compatibilização de diversas disciplinas, chega o momento de dar a importância merecida ao espaço que destinamos aos veículos, como por exemplo, o uso eficiente da tecnologia, tanto no momento do projeto, quanto na hora de realizar a operação do espaço. É necessário o debate aberto, para ajudar na melhoria de vida de nossas cidades.

Ricardo Sigel, arquiteto e sócio da GaragePlan

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