Construção comercial sem dor de cabeça

• 0

A ocupação de imóveis comerciais neste início de ano teve um aumento de quase 50% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Sindicato da Habitação e Con­domínios do Paraná (Secovi-PR). A maior procura leva à formação de fila de espera em algumas imobiliárias. "Este é um bom momento para quem está pensando em investir em imóveis para locação comercial. A maior parte da procura está concentrada em lojas pequenas de até 150 metros quadrados", aponta a gerente da Sen­­zala Imóveis, Augusta Coutinho Loch. Além da localização e do ta­­manho do imóvel, muitos detalhes, como destinação, vagas de estacionamento e número de pavimentos, precisam ser analisados por quem constrói imóveis comerciais, seja para locação ou para uso pessoal.

Verificar a documentação do terreno é uma prática comum antes de fechar o negócio. "Pede-se certidões junto à Prefeitura e ao registro de imóveis para saber se há débitos com impostos e se o ven­­dedor é o proprietário", co­­men­­ta Augusta.

Para quem pretende construir espaços comerciais, no entanto, é preciso analisar o que é possível construir no local. "É importante que a Guia Amarela – documento solicitado, através do número da indicação fiscal do imóvel, para Se­­cretaria Municipal do Urbanis­mo (SMU) – seja analisada por um profissional competente para a interpretação dos parâmetros de construção", ressalta Adriana Metzger, responsável pelo departamento de documentação da Construtora Baggio. Os parâmetros para construção estabelecerão também se o lote é adequado para a finalidade pretendida. "Os terrenos comerciais têm destinação pré-determinada pela Prefeitura, que estipula atividades compatíveis com a região", alerta Adriana.

O empresário Ademar Batista, que está construindo um centro de eventos com 3.250 metros quadrados na Avenida das Torres, recomenda procurar um arquiteto, engenheiro ou construtora antes de fechar a compra de um terreno. "Há ruas em que de um lado é possível construir um tipo de imóvel e do outro não, depende da lei de zoneamento. Quem é leigo corre o risco de perder di­­nheiro, com certeza", diz.

Ele conta que "em junho de 2008 foi encaminhado o projeto para a SMU e só em dezembro co­­meçamos a construir, porque o Conselho Municipal de Urbanis­mo precisou verificar questões de acesso, trânsito e o número de vagas."

O número mínimo de vagas para estacionamento varia de acordo com o tipo de comércio ou com a metragem a ser construída. "Precisei prever 180 vagas de estacionamento no projeto arquitetônico", diz Batista.

Adriana lembra que, em al­­guns casos, essa exigência pode até inviabilizar o projeto, quando o terreno não comporta a metragem desejada e o estacionamento determinado.