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Carlos Geschwandtner, a esposa e a filha: a agilidade do processo levou a família ao financiamento direto com a construtora. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Carlos Geschwandtner, a esposa e a filha: a agilidade do processo levou a família ao financiamento direto com a construtora.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A alta dos juros e a fuga recorde da poupança – que somou R$ 38,5 bilhões no primeiro semestre, maior volume dos últimos 20 anos – restringiram o crédito imobiliário, que registrou queda de 29% em maio deste ano no comparativo a abril.

Para contornar as dificuldades do cenário restritivo, algumas construtoras e incorporadoras têm investido na oferta de linhas próprias de parcelamento, com o objetivo de atrair os clientes e garantir o fechamento dos negócios. Na PDG, por exemplo, o financiamento direto começou há cerca de um mês e integra a campanha PDG Facilita, prorrogada até o dia 31 de julho.

Financiamento direto demanda atenção dos clientes

As facilidades de aprovação do crédito imobiliário e o menor investimento inicial na entrada estão entre os principais chamarizes do financiamento direto com as construtoras. Tais vantagens, no entanto, não eliminam a necessidade de os contratantes prestarem atenção às cláusulas do contrato e, principalmente, ao endividamento decorrente do negócio, como lembra o consultor de finanças pessoais e educação financeira, Altemir Farinhas.

Isso porque as taxas de juros aplicadas pelas construtoras costumam ser superiores às praticadas pelos bancos. Nas empresas ouvidas pela reportagem, por exemplo, as taxas giram em torno de 12% ao ano mais correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). “Se este cliente fizer uma simulação, verificará que a taxa cobrada pelos bancos tem ficado abaixo deste índice. Como estamos em um momento de pequena volta da inflação, estes índices podem ser muito superiores à correção do salário, o que irá causar um grande impacto no orçamento da família”, alerta Farinhas.

Outras dicas referem-se à realização de pesquisas entre as empresas para avaliar as opções de produtos disponíveis e as condições ofertadas para o financiamento. O consultor lembra que também vale verificar se as entregas das obras pela construtora ocorrem dentro dos prazos estipulados ou se a empresa responde a algum processo judicial, o que pode ser um indicativo de problemas futuros.

Felipe Sebben, gerente regional da construtora em Curitiba, conta que para os empreendimentos comerciais o financiamento chega a 100% do valor do imóvel, em até 120 meses. Já para as unidades residenciais, o financiamento – em 36 meses – refere-se à diferença entre os valores que o cliente consegue parcelar com banco e o que dá de entrada. “Se o cliente tem 10% de entrada e consegue financiar 80% com o banco, o saldo restante, de 10%, ele parcela diretamente com a PDG”, exemplifica.

A Cyrela financia até 80% do valor de imóveis comerciais e residenciais prontos ou em fase final, mas a iniciativa vale apenas para alguns projetos específicos.

Horizontais

As empresas que atuam no segmento de lotes e condomínios horizontais também têm aproveitado o momento de crédito difícil para potencializar suas linhas de financiamento. José Luiz Muggiati, diretor da Jorasa Incorporações e Empreendimentos, lembra que o financiamento direto é uma prática antiga no ramo, tendo em vista a histórica escassez de crédito bancário para este tipo de imóvel. “Com a restrição do crédito aumentando, ter uma linha direta ajuda na tomada de decisão do cliente, que pode ganhar mais velocidade na contratação do financiamento”, acrescenta Henrique Penteado Teixeira, diretor comercial e de marketing da Paysage Empreendimentos Imobiliários.

Esta agilidade foi um dos fatores que atraíram o analista de logística internacional Carlos Henrique Geschwandtner para o financiamento direto dos dois lotes que adquiriu para a construção da nova casa da família, em um condomínio fechado. “Este formato elimina algumas pessoas do processo de aprovação do crédito, uma vez que os idealizadores do projeto são quem o financia. Entre a visita ao imóvel e o fechamento do contrato passaram-se apenas sete dias”, conta.

A entrada mais baixa em relação à que seria solicitada pelo banco é outra vantagem destacada pelo empresário Arthur Barrichello Rivabem, que também adquiriu um terreno em um condomínio. “Dei R$ 3 mil de entrada, quantia irrisória se comparada ao valor do lote e que facilita o investimento inicial na compra”, avalia.

As empresas trabalham com financiamentos entre 120 e 144 meses, em média. Em alguns casos, as prestações podem chegar a 180 meses.

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