
Nascido em 1906, em Cleveland, no estado americano de Ohio, Philip Johnson é considerado um dos principais arquitetos do século XX. Formado em arquitetura e mestre em história e filosofia pela Universidade de Harvard, Johnson foi crítico, escritor e diretor do Museu de Arte Moderna de Nova York (Moma) antes de se dedicar exclusivamente à arquitetura. O arquiteto elaborou seu primeiro projeto quando tinha 36 anos.
Discípulo do mestre alemão Ludwig Mies van der Rohe, o norte-americano publicou o livro The International Style (em co-autoria com Russel Hitchcock), no qual defendia o modernismo como uma expressão formal e uma tendência estilística, distante de qualquer compromisso ideológico.
Entre os trabalhos que levam sua assinatura, a Glass House é considerada sua principal obra. Outros prédios icônicos, como as Torres Kio, um dos principais símbolos de Madri; a Catedral of Hope; e o teatro New York State, ambos nos Estados Unidos, também são de autoria do arquiteto.
Falecido em 2005, aos 98 anos, Johnson foi o primeiro arquiteto a ser agraciado com o Prêmio Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura mundial. Também foi homenageado com a medalha de ouro pelo Instituto Americano de Arquitetos.
Elegância projetual em aço e vidro
Frederico Carstens, formado em arquitetura pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-PR e Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É sócio da Realiza Arquitetura desde 1984 e sócio-fundador da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (AsBEA-PR).
Um dos pais da arquitetura moderna, Philip Cortelyou Johnson é uma das minhas principais referências. Entre as suas obras, a Glass House merece destaque. Projetada em 1949 em parceria com Richard Foster, a Casa de Vidro (tradução literal) fica em New Canaan, em Connecticut (EUA).
O uso intenso do vidro e do aço propicia o aproveitamento da luz natural, uma das principais preocupações atuais. Todas as paredes externas são de vidro, a cozinha é aberta e não há divisórias internas. Essas características tornam a casa pouco funcional. Ainda assim, a leveza e a transparência da obra refletem a elegância projetual do arquiteto, que transitou da mais pura arquitetura moderna a projetos ícones do pós-modernismo. Johnson morou na Glass House por 58 anos. Hoje, a obra é patrimônio histórico e está aberta à visitação.
A Casa de Vidro foi uma inspiração para a criação do Mandala. A fachada tem grandes janelas de pele de vidro, do piso ao teto, em todos os apartamentos. Com isso, favorece a insolação e iluminação natural, além de tornar o empreendimento muito mais bonito e elegante. A volumetria do conjunto arquitetônico persegue uma simplicidade sofisticada. Outra referência importante é a integração espacial, principalmente entre a cozinha e a área de estar. Foi usando a Glass House como referência que pensamos em integrar esses espaços, trazendo ainda mais união para a família.