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Custo x benefício

Aumento do salário compensa preço da mensalidade

A questão financeira é um dos principais estímulos na busca pela profissionalização. Em algumas construtoras o funcionário não tem nenhum gasto com os cursos e recebe o aumento assim que a capacitação termina.

Mesmo assim, os valores dos cursos ofertados nem sempre são tão altos e variam conforme o nível de profissionalização. O curso de atualização de mestre de obras do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), por exemplo, tem o custo de R$ 1.180, valor que pode ser parcelado.

Atualmente, um pedreiro sem nenhum conhecimento do setor chega a receber R$ 1 mil reais por mês, segundo informações do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR). Com qualificação, o salário pode passar de R$ 3 mil. "Nos últimos cinco anos os profissionais tiveram um aumento real de 50%, acima da inflação", afirma o vice-presidente do sindicato Euclésio Finatti.

"Oferecemos sete cursos que percebemos ter maior demanda, como instalador de alvenaria (pedreiro), pintor de obras, eletricista, instalador hidraulico (encanador) e mestre de obras. A mensalidade média é de R$ 100 e o curso mais caro, de mestre de obras, sai por R$ 189", explica David Pinto, presidente do Instituto da Construção, empresa especializada em capacitar profissionais para o segmento. O Instituto terá sede em Curitiba a partir de setembro.

Sugestão

Algumas construtoras pagam os cursos integralmente, enquanto outras firmam convênios com instituições de ensino. Trabalhador deve aproveitar tempo entre uma obra e outra para aprimorar a qualificação.

O aquecimento do mercado imobiliário nos últimos anos tornou a mão de obra um item necessário e caro. Para não perder o profissional e ao mesmo tempo obter um serviço de melhor qualidade, as construtoras têm investido na capacitação dos seus funcionários com cursos de qualificação.

Para o profissional, é a chance de evoluir na carreira da construção civil e melhorar de vida. A promoção após um curso pode significar um aumento de 100% no salário no período de um ano.

"A partir do momento que os pedreiros e serventes têm uma qualificação, a empresa ganha em segurança e produtividade. Investir na educação, aprimorar os processos, traz sempre um produto melhor", afirma o diretor financeiro da construtora Laguna, Edson Carneiro.

Na construtora Hestia, que também oferece cursos de qualificação, cerca de 50 alunos receberam um diploma e um carimbo na carteira de trabalho comprovando o avanço de função.

"Colocamos um funcionário mais experiente acompanhando o aluno que recebe o treinamento. A ideia é tratar na prática, para que o funcionário aprenda todas as funções", afirma o presidente da empresa Gustavo Selig. Ambas as construtoras não cobram pelos cursos que são ofertados apenas aos seus próprios funcionários.

Futuro

O mestre de obras Clair Antônio Guizzo conta que em oito anos passou de ajudante para mestre por conta do treinamento interno. Para ele, o principal benefício é o conhecimento adquirido. "Dá mais segurança no trabalho. Quanto mais você conhece sobre o que está fazendo, menor é o risco", conta. Guizzo relata que atualmente são poucos os trabalhadores que entram na obra sem conhecer a profissão. "Se a pessoa entra sem saber nada, nós ajudamos, tentamos formar o profissional. Mas a maioria entra com algum conhecimento, porque senão é difícil ficar".

Pensando no futuro, o almoxarife Silas Brasil Ferreira já passou por diversos cursos. Quando começou na área, dois anos atrás, era servente e agora está no almoxarifado. "Fiz curso de informática, aprendi a mexer com alguns programas que vou utilizar daqui para frente no setor e tem um mês que estou fazendo o curso de edificações. Senti que precisava pela concorrência do mercado e o conhecimento sempre ajuda no salário também", complementa.

Construtoras abrem processo para trainees

Duas construtoras abriram as inscrições para seus programas de treinamento, a Tecnisa e Camargo Corrêa. Os interessados devem ser estudantes ou recém-formados graduados entre dezembro de 2010 e dezembro de 2012. As inscrições para a Tecnisa vão até o dia 30 de setembro e para a Camargo Corrêa até 1º de outubro.

O programa de trainee da Tecnisa é voltado a estudantes e recém-formados em Administração, Engenharia Civil, Ciências Econômicas, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia de Produção, Engenharia Industrial e Marketing.

De acordo com a empresa, são seis vagas e cinco fases de seleção. Os selecionados terão remuneração e receberão assistência médica e odontológica, seguro de vida, vale-refeição, além de participação nos resultados. As inscrições podem ser feitas pelo site www.traineetecnisa.com.br e o resultado sairá em outubro.

Já o programa da Camargo Corrêa procura novos talentos para trabalhar nas diversas obras da empresa pelo Brasil. Os interessados devem ser estudantes ou recém-formados em Engenharia Mecânica, Civil, Elétrica e de Produção, Administração e Economia. A empresa ressalta que os candidatos devem ter conhecimento intermediário em inglês e disponibilidade para mudanças e viagens. O programa começa em janeiro de 2013 e tem a duração de dois anos. Mais informações através do site jovensprofissionais.construtoracamargocorrea.com.br.

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