"Acho que em qualquer época eu teria amado a liberdade; mas na época em que vivemos, sinto-me propenso a idolatrá-la"
(Tocqueville)

Conheça os fatos que vão reeleger Trump – Parte 1

Imprimir Artigo
WASHINGTON, DC - FEBRUARY 06: U.S. President Donald Trump holds a copy of The Washington Post as he speaks in the East Room of the White House one day after the U.S. Senate acquitted on two articles of impeachment, ion February 6, 2020 in Washington, DC. After five months of congressional hearings and investigations about President Trumps dealings with Ukraine, the U.S. Senate formally acquitted the president on Wednesday of charges that he abused his power and obstructed Congress. Drew Angerer/Getty Images/AFP
Drew Angerer/Getty Images/AFP

No último dia 5 deste mês, Donald Trump fez seu último discurso anual perante o Congresso Americano, o famoso State of the Union, em que o presidente relata as condições atuais do país, mas que serve também como uma plataforma qualificada de propaganda das ações do governo federal.

Creio que seja possível dizer que Trump deu um verdadeiro show. Transpareceu patriotismo, possuía muitos resultados para mostrar e foi efusivamente aplaudido. O texto completo de seu discurso, na língua original, pode ser acessado no sítio do jornal Wall Street Journal. O vídeo completo pode ser facilmente visto no canal da Fox News no Youtube.

Alguns pontos de seu discurso foram realmente brilhantes e demonstram o estado de espírito republicano para as eleições que se aproximam.

Logo no início de sua fala, Trump disparou contra as gestões anteriores, ainda que sem citar nomes:

Três anos atrás, lançamos o grande retorno americano. Esta noite, estou diante de vocês para compartilhar os incríveis resultados já alcançados. Os empregos estão aumentando drasticamente, a renda está subindo, a pobreza está despencando, a criminalidade caindo, a confiança ressurgindo, e nosso país está prosperando e sendo altamente respeitado novamente! Os inimigos da América estão em fuga, enquanto as fortunas americanas estão em festa e o futuro da América está resplandecendo.

Os anos de decadência econômica terminaram. Os dias em que nosso país foi usado, explorado e até desprezado por outras nações ficaram para trás. Também se foram as promessas quebradas, as recuperações sem geração de emprego, as cansativas palavras vazias e as constantes desculpas pelo esgotamento da riqueza, poder e prestígio americanos.

Em apenas três curtos anos, destruímos a mentalidade do declínio americano e rejeitamos o suposto destino decadente dos Estados Unidos. Estamos avançando a um ritmo inimaginável há bem pouco tempo, e nunca, nunca mais iremos olhar para trás e regredir novamente!

Estou emocionado em informar hoje à noite que nossa economia está melhor do que nunca. Nossas forças armadas estão totalmente reconstruídas, com sua influência incomparável em todo lugar do mundo. Nossas fronteiras estão seguras. Nossas famílias estão florescendo. Nossos valores, renovados. Nosso orgulho, restaurado. E por todas essas razões, digo ao povo de nosso grande país e aos membros do Congresso diante de mim: O Estado de nossa União está mais forte do que nunca!

 O discurso inegavelmente transparece duas coisas: confiança do atual Presidente, e um patente clima de crítica contra a gestão do último democrata a ocupar a Casa Branca, Barack Obama.

Trump então explorou o trunfo da saúde econômica e de como ela tem favorecido grupos historicamente vulneráveis, como negros e latinos, defendendo expressamente a tradição inclusiva da cultura americana:

A visão que apresentarei esta noite demonstra como estamos construindo a sociedade mais próspera e inclusiva do mundo – onde todos os cidadãos podem participar do sucesso sem paralelo da América e onde todas as comunidades podem participar de sua extraordinária ascensão.

Desde o momento em que assumi o cargo, mudei rapidamente para revitalizar a economia dos Estados Unidos – cortando um número recorde de regulamentações que destruíam empregos, aprovando cortes de impostos históricos e recordes, bem como lutando por acordos comerciais justos e recíprocos. Nossa agenda é incansavelmente profissional, pró-família, pró-crescimento e, acima de tudo, pró-América. Estamos avançando com otimismo desenfreado e elevando os cidadãos de todas as raças, cores, religiões e credos.

A citação do caráter “pró-família” joga para a plateia conservadora, que tem sido acariciada por Trump, seja por seu comparecimento em eventos pró-vida (Trump foi o primeiro presidente americano a comparecer à Marcha pela Vida, uma famosa passeata contra o aborto nos Estados Unidos), seja pelo perfil dos juristas que tem indicado para a Suprema Corte. Frise-se que essa parcela do eleitorado americano foi tratado com forte hostilidade pelo Partido Democrata e pela gestão Obama.

Seguiu ele tratando da economia:

Desde a minha eleição, criamos 7 milhões de novos empregos – 5 milhões a mais do que os especialistas do governo projetados durante o governo anterior.

A taxa de desemprego é a mais baixa em mais de meio século.

Incrivelmente, a taxa média de desemprego sob minha administração é menor do que qualquer administração na história de nosso país. Se não tivéssemos revertido as políticas econômicas fracassadas do governo anterior, o mundo não seria agora testemunha do grande sucesso econômico dos Estados Unidos.

Mas Trump não se limitou a falar do desempego em geral. Ele tocou direta e insistentemente na condição das minorias:

As taxas de desemprego para afro-americanos, hispânicos-americanos e asiáticos-americanos atingiram os níveis mais baixos da história. O desemprego juvenil afro-americano atingiu o nível mais baixo de todos os tempos.

A pobreza afro-americana caiu para a menor taxa já registrada.

A taxa de desemprego para as mulheres atingiu o nível mais baixo em quase 70 anos – e no ano passado, as mulheres preencheram 72% de todos os novos empregos criados.

A taxa de desemprego dos veteranos caiu para um nível recorde.

A taxa de desemprego para os americanos com deficiência atingiu o nível mais baixo de todos os tempos.

Trabalhadores sem diploma atingiram a menor taxa de desemprego registrada na história dos Estados Unidos.

Um número recorde de jovens americanos agora está empregado.

Alguns desses dados foram alvo de checagem por parte da agência de notícias Daily Signala qual os confirmou:

  • Sobre o baixo desemprego entre negros e hispânicos, vide aqui;
  • Acerca da queda recorde do desemprego entre negros jovens: vide aqui;
  • Em relação ao piso histórico do desemprego entre asiáticos nos Estados Unidos: aqui. 

Por fim, no tocante ao dado de que a taxa de pobreza entre negros e hispânicos americanos é de fato a mais baixa da história: vide aqui.

Contudo, Trump não ficou só no desemprego: ele também abordou o incremento da renda média, o aumento na produção de petróleo, a volta dos números positivos sobre abertura de fábricas, além de criticar o socialismo e o terrorismo e defender a liberdade. Sobre esses trechos, trataremos em nosso próximo artigo.

Compartilhe:

8 recomendações para você

Desenvolvido por bbmarketing.com.br