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Imagem ilustrativa. | Reprodução/Kelly Sikkema/Unsplash
Imagem ilustrativa.| Foto: Reprodução/Kelly Sikkema/Unsplash

[Nota da editora: ao contrário do que prevê a legislação brasileira, nos EUA as empresas não têm a obrigação de conceder licença-maternidade às funcionárias que precisam se afastar do trabalho para ter e cuidar de seus bebês]

Não é novidade que os norte-americanos estão divididos e no limite. Você vê isso nas manchetes, nas mídias sociais... A confiança nas instituições – do governo à igreja – é baixa. Notícias tendem a ser sombrias. A comunicação, se é que você pode chamá-la assim, é hostil. É difícil escapar por muito tempo da ansiedade que parece onipresente no país hoje. 

E, no entanto, abaixo da superfície de raiva e indignação, há famílias norte-americanas indo para o trabalho e tentando dar o seu melhor. Numa época em que obviamente é necessária uma renovação de confiança, responsabilidade, amor e coragem – a vida virtuosa –; nossas famílias são os espaços onde semeamos sementes de paz e fé no que é duradouro e esperamos que existam possibilidades na vida – e que elas podem ter algum sentido. O florescimento da família é simplesmente uma das prioridades mais importantes que enfrentamos hoje nos Estados Unidos. 

Convicções da Gazeta do Povo: O valor da família

A partir de nossas próprias experiências e da vida de tantos que conhecemos e amamos, a maioria de nós sabe o quanto é difícil tentar equilibrar a vida familiar e profissional. O trabalho nunca deve ser o inimigo da vida familiar. As políticas do governo devem permitir a liberdade para as famílias, sempre que possível – e é por isso que a licença-maternidade remunerada deveria ser uma das nossas principais reivindicações junto aos parlamentares. 

A licença-parental não é apenas uma necessidade urgente – há também uma oportunidade rara que permeia essa questão: ela é um consenso, ao menos o máximo que pode ser. 96% das mães e 85% dos pais apoiam a licença-maternidade, segundo o Pew Research Center. A senadora democrata de Nova York Kirsten Gillibrand, o senador republicano da Flórida Marco Rubio e Ivanka Trump, em nome da Casa Branca, concordam quanto à sua necessidade – só não concordam nos meios de alcançá-la. 

Os americanos precisam insistir que Washington trabalhe em conjunto em um plano para obter isso. As crianças precisam de tempo para criar laços com suas mães, e as mães merecem tempo para serem mães sem a pressão financeira para voltar ao local de trabalho imediatamente. As famílias precisam respirar neste momento crucial da vida. 

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Recentemente, o Center for Public Justice publicou um relatório muito útil, intitulado Time to Flourish: Protecting Families’ Time to Work and Care (“Tempo para prosperar: Protegendo o tempo das famílias para trabalhar e cuidar”, em tradução livre), que enfatiza que “possibilitar tempo em família produz benefícios abundantes. Quando as pessoas são empoderadas para cumprir suas responsabilidades de cuidado, toda a sociedade prospera. Proteger e permitir o tempo em família em momentos cruciais – seja o nascimento, a adoção, alguma doença ou a morte – é uma maneira essencial de manter o valor duradouro da família”, afirma o relatório. 

Os conservadores atualmente debatem a pertinência do plano do senador Rubio, que permite que os pais emprestem dinheiro de sua própria previdência para o período. Embora algumas pessoas de direita se oponham a mecanismos de financiamento, já é um avanço que o projeto provoque discussões sobre outras políticas possíveis. Outros conservadores argumentam que a atualização da rede de seguridade social poderia abrir espaço para gastos governamentais mais sensatos, o que daria às mães e às crianças, em particular, melhores resultados. 

O plano da senadora Gillibrand se aplica de forma mais ampla às necessidades de cuidado familiar e é financiado por impostos sobre a folha de pagamento, o que, naturalmente, gera preocupações sobre dissuadir empregadores de contratar mulheres em idade fértil. Não podemos ter medo de discutir cada detalhe e devemos estar abertos à colaboração criativa ao fazê-lo. 

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O importante é que as famílias precisam de políticas que as ajudem a prosperar, não apenas a sobreviver. Aqueles de nós, religiosos e conservadores, que têm estado ativos no movimento pró-vida, não devem hesitar em insistir em um debate orientado para resultados. Isso não tira nossas preocupações fundamentais de direitos humanos com relação ao direito à vida. Isso as aprimora. Precisamos intensificar nosso jogo para nutrir uma cultura que torne uma vida familiar saudável mais plausível para mais norte-americanos. 

A divisão em Washington provocada pela última eleição parlamentar pode ser uma oportunidade para as famílias do país que enfrentam decisões financeiras difíceis que afetam seus entes queridos nos momentos mais vulneráveis da vida. A verdadeira alma dos Estados Unidos precisa apenas desse tipo de prioridade. Uma conversa robusta sobre políticas saudáveis de licença-maternidade remunerada pode ser o alívio mais prático para as famílias norte-americanas, que são frequentemente levadas ao limite e incendiadas pela incerteza. Washington precisa ajudar a aliviar suas sobrecargas, para que possam realizar alguns de seus trabalhos mais importantes como incubadoras de todas as virtudes que precisamos para um despertar da esperança. 

Kathryn Jean Lopez é diretora do Center for Religion, Civil Society and Culture; Kelly M. Rosati é vice-presidente da ONG Focus on the Family. 

Tradução de Gisele Eberspächer. 

©2019 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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