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Faces da Pandemia
| Foto: Freepik

Em tempos de Pandemia 
Me pego a pensar 
O quanto na função profissional 
Precisei inovar...

No início não foi fácil, 
Lembro-me perfeitamente 
Das agruras, inquietações e lamentos 
Que desassossegaram a mente.

É evidente que as mudanças 
Englobaram o todo. 
As emoções e sentimentos  
Foram transformando-se em lembranças.

A reflexão foi importante  
Para saber direcionar e concatenar 
Todo o trabalho que viria  
Num papel ainda mais atuante.

Ah! Como tudo soou diferente. 
A certeza do afastamento do seio escolar 
Demonstrou a gravidade da doença 
E as incertezas a enfrentar.

Mas algo tinha que continuar,  
A manutenção do vínculo com o aluno 
Precisava enaltecer o nosso atuar 
E a atitude diante do caos era algo particular.

Juntar todo aparato de aprendizado 
Foi o primeiro passo, 
Para daí então entender o legado 
E marcar o compasso.

Foram conversas, lives, anotações 
E uma busca incessante por renovações, 
Principalmente, nos melindres tecnológicos 
Que seriam inicialmente ferramentas de diagnóstico.

As atividades ressignificadas 
Foram realizadas com afinco e atualizadas 
Pensando nos mínimos detalhes 
Para o alcance de novos lugares.

Um desafio vencido, vale aqui destacar 
A feitura de vídeos que foi sempre salutar, 
Porém uma barreira para quem é tímido em se apresentar. 
Mas o resultado foi de elogiar.

Além disso, o contato com famílias 
Resguardou-se em um caminho peculiar, 
Descobrindo as especificidades 
E um rumo a trilhar.

Os momentos de coletividade  
Também foram definitivos, 
Pois desvelaram criatividade 
E muito incentivo.

A formação continuada 
É outro recurso a sinalizar. 
Caminha com o planejamento adequado 
E a aprendizagem a aprimorar.

Deveras foram muitas as frustrações. 
As devolutivas, muitas vezes, causaram desmotivações. 
Mas a certeza de uma luta consciente 
Revelou um poder em amorfo, lá no fundo do inconsciente.

Que fez do anonimato uma denúncia, 
Da tristeza uma alegria, 
Do ambiente familiar um lugar conhecido, 
Dos meios pouco utilizados um desbravamento, 
Do medo um desafio, 
Da escrita uma arma, 
Da leitura um renascimento 
E da solidão, momentos eternos de aprendizado.

*Texto escrito por Lissandra Santos de Oliveira, professora da Rede Municipal de Itaquara, no Centro Educacional de Itaquara, localizado na Bahia. A professora participa do Projeto Ler e Pensar e enviou seu texto voluntariamente.

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