Buttondown: newsletter para pessoas como eu e você

A exemplo de muitos empreendedores digitais, o estadunidense Justin Duke achou que podia fazer um serviço de newsletters melhor que o TinyLetter, que ele usava para mandar notícias a amigos e familiares.

Em 2016, motivado pelas falhas constantes do TinyLetter, àquela altura já esquecido pelo Mailchimp — que adquirira o pequeno serviço anos antes —, Justin lançou o Buttondown.

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Sam Altman não sabe interpretar filmes — um problema para nós e a Scarlett Johansson

O fiasco da voz do ChatGPT “inspirada” na da Scarlett Johansson reforçou minha teoria de que as grandes mentes do Vale do Silício não sabem interpretar filmes e livros. Ou talvez não os assistam até o final. Ou as duas coisas.

De qualquer forma, o que poderia ser apenas um constrangimento se torna um problemão quando as obras favoritas desses ~gênios bilionários e poderosos são distopias.

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Linux terá espaço em notebooks “Copilot+”

A grande novidade da semana da Microsoft foi o lançamento de uma nova categoria de notebooks, chamados PCs Copilot+.

Eles trazem chips ARM da Qualcomm que, as duas empresas juram de pés juntos, são capazes de fazer frente aos da Apple, que desde 2020 fazem os da Intel e AMD passarem vergonha e demolem qualquer justificativa objetiva para alguém comprar um notebook de +US$ 1 mil de outra marca ou com outro sistema operacional.

Há motivos para acreditar que desta vez, depois de algumas tentativas frustradas de levar ao Windows à arquitetura ARM (a mesma dos chips da Apple e de celulares), é pra valer.

O Snapdragon X Elite que move esta fornada de notebooks Copilot+ tem as digitais da Nuvia, startup formada por ex-engenheiros da Apple, que a Qualcomm adquiriu em 2021.

À parte a promessa de lidar com um pé nas costas com recursos de IA, como o Recall e traduções em tempo real em texto (legendas) e áudio, a migração para a arquitetura ARM, se tudo correr bem, deve trazer maior autonomia de bateria e desempenho aos notebooks com Windows.

Do seu lado, a Microsoft disse ter otimizado o sistema para os chips ARM e criado uma camada de emulação para softwares x86 chamada Prism. Se for tão boa quanto a equivalente da Apple, a Rosetta 2, a escassez de apps específicos para ARM num primeiro momento deverá ser indolor aos consumidores.

Os notebooks Copilot+ não serão baratos. O preço mínimo dos da Microsoft e de parceiros, como Asus, Dell e Lenovo, é de US$ 999, o que os coloca no território do MacBook Air, o campeão de vendas da Apple e alvo prioritário da Microsoft nessa investida — não foram poucas as comparações feitas durante a apresentação.

A notícia é boa para mais gente, incluindo quem não gosta do Windows. Em paralelo à colaboração com a Microsoft, a Qualcomm está trabalhando para fazer o seu Snapdragon X Elite rodar suave no Linux. Vários recursos já foram incorporados às versões 6.8 e 6.9 do kernel e o que falta já está mapeado para as duas próximas.

No planejamento da Qualcomm, em novembro teremos acesso a instaladores fáceis e totalmente compatíveis do Ubuntu e Debian.

A julgar pelas decisões da Microsoft em relação ao Windows — que virou um cabide de penduricalhos de IA ou vitrine para serviços “Copilot” —, é bom mesmo que haja suporte a sistemas operacionais alternativos.

O ano do Linux é sempre o próximo, mas para quem já vive no futuro, ter notebooks ARM com bom desempenho que não sejam da Apple é uma ótima notícia.

Recall e a segurança como prioridade máxima na Microsoft

No início de maio, Satya Nadella, CEO da Microsoft, enviou um memorando a todos os funcionários da empresa com uma mensagem explícita: segurança deve ter prioridade máxima.

A empresa se viu em maus lençóis após uma série de falhas críticas em serviços de e-mail/nuvem virem à tona, resultado de “uma sequência de falhas de segurança” que poderiam ser prevenidos, segundo relatório do Departamento de Segurança Interna dos EUA.

Menos de um mês depois, no evento pré-Build desta segunda (20), o mesmo Nadella anunciou o Recall, recurso carro-chefe dos novos notebooks “Copilot+” (leia-se: “com inteligência artificial”), que faz o Windows 11 tirar prints da tela a cada minuto e permite pesquisar por tudo que a pessoa viu e fez durante meses. Ou, como explicou um especialista em segurança, “um pesadelo de privacidade”.

A Microsoft bate na tecla de que os dados são armazenados apelas localmente e criptografados — ainda que faça uma distinção confusa sobre níveis de criptografia a depender da edição do Windows 11.

Ok, é o mínimo, mas isso não ajuda em diversos cenários, como roubo/furto do dispositivo, apreensão do dispositivo por autoridades e abuso/assédio doméstico.

Comentários jocosos pós-anúncio diziam que a Microsoft instalou um spyware nativo no Windows 11. O Recall pode ser útil? Com certeza, ainda mais para pessoas distraídas e/ou bagunçadas. É preciso pesar utilidade com segurança, porém, um cuidado que o CEO da empresa pediu — relembro — que fosse elevado a prioridade há menos de um mês.

Talvez o Copilot do Outlook tenha ignorado essa mensagem ao “resumir” a caixa de entrada de algum gerente de produtos da Microsoft.

Daylight Computer DC-1

Muita calma nesta hora: uma empresa chamada Daylight Computer anunciou o DC-1, um tablet Android com tela e-ink (tipo a do Kindle) que promete rodar a 60 quadros por segundo. Bom demais para ser verdade? A “edição dos fundadores” sai por US$ 729 (~R$ 3,8 mil em conversão direta).

Atualização (14h09): Como bem observou o leitor AVRDoido ali nos comentários, a tela não é e-ink, mas sim TLCD. Ainda é legal, mas um pouco menos.

Método simples para proteger a conta Microsoft (do Outlook) de invasões

No Órbita, arthurr comentou que sua conta do Outlook, da Microsoft, sofre uma média de 20 tentativas de acesso por dia.

Por curiosidade, abri o registro de atividades recentes da minha conta Microsoft, que faz uns bons anos não uso para qualquer coisa que seja, e deparei-me com cenário parecido. São tentativas frustradas por senha incorreta e que usa o e-mail secundário como “alias da conta”.

A minha hipótese é de que sejam robôs abastecidos com dados de vazamentos anteriores diversos que ficam tentando logar em quaisquer contas de e-mail. Para quem reutiliza a mesma senha em vários lugares, o risco é real.

Na mesma conversa do Órbita, Fábio deu uma dica ótima para eliminar essa importunação:

  1. Crie um e-mail do tipo alias nesta página. Pode ser qualquer nome. Esse e-mail será usado apenas por você, para fazer login em sua conta — por isso, não compartilhe com ninguém!
  2. Agora, na tela “Gerencie como você entra na Microsoft”, clique no link Tornar o principal do e-mail/alias recém-criado.
  3. Acesse a tela de preferências de entrada e desmarque todas os endereços de e-mail, nome de usuário e telefone. O único que ficará marcado é o e-mail/aliás recém-criado e tornado principal.

A partir de agora, seu e-mail principal não serve mais para fazer login. (Dá erro ao tentar usá-lo.) Para acessar a conta associada a ele, é preciso informar o e-mail/alias que acabou de ser criado.

A lógica é bem simples: como o e-mail recém-criado não é conhecido e o original foi desabilitado para autenticação, os robôs perderam o dado de que dispunham para tentar invadir a conta.

Certifique-se de duas coisas: 1) guardar bem o e-mail/alias recém-criado para não correr o risco de esquecê-lo; e 2) não divulgá-lo em lugar algum.

TenBlueLinks: Traga de volta o Google das antigas

No mesmo dia em que avisou que a IA generativa havia chegado aos resultados do seu buscador, o Google anunciou com discrição um “filtro Web”, que retorna apenas os bons e velhos links azuis. Tonya Ugnich criou um site que facilita definir o filtro Web como padrão no Chrome e Firefox.

Outra dica, que acho até melhor, é usar um buscador web decente, tipo o DuckDuckGo.

A mesa profissional e pessoal do Carlos, devidamente segmentada

Nota do editor: Nesta seção, leitores do Manual mostram suas mesas (e o que tem em cima delas), explicam o que usam e como, e nessa todo mundo aprende alguma coisa nova. Veja outras mesas e, se puder, envie a sua. O texto abaixo é de autoria do Carlos.

Saudações terráqueos, meu nome é Carlos. Na minha identidade secreta sou analista no Serpro, onde trabalho principalmente com desenvolvimento e gerenciamento de infraestrutura. Meu esconderijo é em alguma coordenada da cidade que chamam de Florianópolis (SC). E esta é a minha estação de trabalho na qual passo, no mínimo, oito horas por dia.

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