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Moradoras de Cagua, no estado venezuelano de Aragua, aguardam informações após incêndio em canavial que matou 11 jovens
Moradoras de Cagua, no estado venezuelano de Aragua, aguardam informações após incêndio em canavial que matou 11 jovens| Foto: Reprodução / Twitter / Gregoria Díaz

Onze jovens morreram em um incêndio em um canavial no estado de Aragua, na Venezuela, na quinta-feira (23). As vítimas, de 10 a 18 anos, procuravam comida e tentavam caçar coelhos em meio à crise humanitária e a escassez de alimentos sofridas pela população venezuelana sob o regime ditatorial de Nicolás Maduro.

Dois jovens de 12 anos tiveram queimaduras em 30% do corpo e estão internados na UTI de um hospital da região, segundo o jornal Efecto Cocuyo.

Até o momento, se presume que o incêndio tenha sido acidental, mas as autoridades estão investigando outras possíveis causas, disse o diretor da polícia forense à televisão venezuelana. Segundo relatos da imprensa venezuelana, o grupo estava no canavial quando um incêndio começou em local próximo. Por volta de 5 horas da tarde, um forte vento mudou a direção das chamas, deixando os jovens cercados pelo fogo.

A queima da plantação de cana-de-açúcar é comum na época da colheita. Os moradores da região costumam se aproximar das áreas esperando que coelhos e outros animais fujam do fogo para caçá-los. A reportagem do jornal venezuelano Crónica Uno denunciou que o incêndio teria se originado pelo corte indiscriminado e sem controle da cana, e pela queima criminosa por pessoas que entram ilegalmente nos canaviais e colhem a cana para consumir ou vender.

Julio Celis, parente de uma das vítimas, disse ao El Nacional que as queimadas deveriam ser realizadas à noite, quando as temperaturas são mais baixas e o risco para a população é menor. Ele disse que essa não foi a primeira vez que os donos dos canaviais da região começaram queimadas durante o dia e sem precauções.

A tragédia foi agravada pela falta de estrutura para socorrer as vítimas. A deputada Karin Salanova, da Assembleia Nacional, assegurou que não havia ambulâncias na localidade para transportar os feridos. Na região não existem centros de saúde preparados para atender esse tipo de emergência, por isso as vítimas foram levadas ao Hospital Central de Maracay.

Segundo a deputada, este hospital sofre com falta de insumos e a sua ala pediátrica estava fechada no momento.

Rodolfo Salazar, avô de uma das vítimas, contou ao Crónica Uno que entrou no canavial em meio às chamas e conseguiu resgatar o seu neto de 10 anos. O coração do menino ainda batia, mas ele não recebeu atendimento em um centro médico próximo do local. O menino foi transportado ao pequeno hospital do distrito de Cagua, mas faleceu minutos depois de chegar.

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