• Carregando...

Tipos de Acordos

Entenda os diferentes graus de integração entre países:

Zona de preferência tarifária

> Pratica entre si tarifas mais baixas do que com outros países (Ex: Associação Latino-Americana de Integração-Aladi).

Zona de livre comércio

> Países reduzem ou eliminam tarifas aduaneiras para pelo menos 80% dos bens comercializados. (Ex: Acordo de Livre Comércio da América do Norte-Nafta).

União aduaneira

> Mesmas tarifas de exportação e importação TEC (Tarifa Externa Comum) para o comércio internacional fora do bloco e pelo menos 85% das trocas comerciais sem taxas entre os países-membros. (Ex: É o que o Mercosul pretende ser, mas ainda não integrou a TEC).

Mercado comum

> Livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e serviços.

Exemplo único: União Europeia, formada por 27 membros.

União econômica e monetária

> Moeda única, como o euro, adotado por 16 países da União Europeia e outros 9 de fora.

Fonte: da Redação

Integração avança, mas há riscos

Neste momento em que comemoramos os 18 anos da assinatura do Tratado de Assunção é praticamente impossível deixar de comparar o Mercosul com a experiência que claramente o inspira: a da União Europeia. Enquanto o Mercosul sai do consultório do pediatra, a União Europeia, que completa nesta semana 52 anos, já ingressa no consultório do geriatra. Entretanto, ao contrário do que dizem os "eurocéticos" e os "mercocéticos", a saúde dos dois vai bem.

Leia a matéria completa

"Tratado entre países favoreceu desenvolvimento"

"It’s the only game in town" (É o único jogo disponível). É com essa expressão em inglês que o economista Uziel Nogueira, do Banco Interamericano de Densenvolvimento (BID) em Buenos Aires, defende o Mercosul. Segundo ele, não há alternativa melhor do que o bloco para as economias dos quatros países-membros. "O modelo chileno, por exemplo, não pode ser reproduzido, porque a estratégia do Chile foi organizar a economia de uma maneira para fazer acordos de livre comércio. Não é algo reproduzível no Brasil nem nos outros três países do bloco".

Leia a matéria completa

O Mercosul chega à maioridade hoje, distante de seu propósito inicial de estabelecer um mercado comum entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Nos 18 anos de sua existência, os países do bloco não conseguiram chegar a um acordo sobre a eliminação da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) – atualmente, o maior entrave técnico para o estabelecimento da uma união aduaneira, etapa anterior ao mercado comum no processo de integração (veja box).

O acordo vigente da TEC permite que os países cobrem duas vezes a tarifa para a importação de um produto de fora do bloco. Por exemplo, quando uma mercadoria chega ao porto de Santos, é cobrada a TEC. Caso esse produto siga para a Argentina, a tarifa é cobrada mais uma vez. A eliminação da bitributação é especialmente sensível ao Paraguai, onde a arrecadação pública depende fortemente do comércio de triangulação, mas todos os países-membros se beneficiam da renda aduaneira.

"A cobrança dupla da TEC é um problema fiscal. Nenhum governo está disposto a perder receita. É uma questão de política econômica interna de cada país. Ninguém quer deixar de ganhar com o estabelecimento de uma cobrança única", diz o economista sênior do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Buenos Aires, Uziel Nogueira.

Os 18 anos do Mercosul também coincidem com uma série de conflitos entre os países-membros. No Paraguai, brasileiros proprietários de terra têm problemas para legalizar o título de posse de suas terras e são alvos de invasões dos campesinos. O país ainda renegocia com o Brasil o Tratado de Itaipu.

Os outros dois países do bloco também reacenderam no mês passado uma velha disputa diplomática que levou o Uruguai a ameaçar deixar o Mercosul em 2006. Uma explosão na fábrica de celulose do grupo finlandês Botnia, instalada na cidade uruguaia de Fray Bentos, na fronteira com a Argentina, fez com que grupos ambientalistas argentinos voltassem a protestar contra a presença da usina às margens do rio Uruguai – que divide os dois países.

Em protesto contra a presença da fábrica, ambientalistas bloqueiam há mais de dois anos a ponte binacional General San Martín, que dá acesso ao Uruguai. O governo de Tabaré Vazquez acusa a presidente argentina, Cristina Kirchner, de não tomar atitude para reabrir a ponte. Sem conseguir resolver o problema internamente no Mercosul, o Uruguai entrou com uma ação no Tribunal Internacional de Haia, que deve dar um veredicto final sobre o caso até o ano que vem.

Além das rusgas entre os países, o desenvolvimento do Mercosul é ameaçado atualmente por medidas protecionistas diante da crise econômica mundial. No início do mês, a Argentina ampliou o número de produtos que precisam de uma autorização do governo para entrar no país. Esse tipo de licença, chamada de importação não-automática, pode atrasar em até dois meses a entrada de 193 produtos exportados pelo Brasil ao país vizinho.

Impacto marginal

Para André Azevedo, coordenador do mestrado em Economia da Unisinos e autor de um estudo sobre a relevância do Mercosul, o bloco teve um impacto "marginal" no nível de bem-estar do brasileiro. "Os países têm características geográficas muito próximas, além de cultura, língua e história parecidas. Isso acaba contribuindo para a formação de um comércio. Quer dizer, mesmo sem o bloco, esse comércio já iria existir", afirma ele.

Segundo Azevedo, o Mercosul atinge a maioridade com muitos problemas e poucos avanços. "O Mercosul colocou objetivos muito ambiciosos, tentando imitar o modelo europeu, mas toda vez que há uma crise externa ao bloco, os países adotam medidas nacionais, e não em conjunto, para combatê-la." Aos 18 anos, é hora de o bloco decidir se chegará à fase adulta ou se viverá para sempre na Terra do Nunca.

* * * * * *

Interatividade

A formação de blocos beneficia os países em desenvolvimento?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br ou deixe o seu comentário abaixo.

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]