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Enquanto segue o impasse sobre a entrada de ajuda humanitária, milhares de venezuelanos deixam diariamente o país. Na foto, uma mulher e uma criança descansam no caminho entre Cúcuta e Pamplona, na Colômbia, em  10 de fevereiro de 2019 | RAUL ARBOLEDA/AFP
Enquanto segue o impasse sobre a entrada de ajuda humanitária, milhares de venezuelanos deixam diariamente o país. Na foto, uma mulher e uma criança descansam no caminho entre Cúcuta e Pamplona, na Colômbia, em  10 de fevereiro de 2019| Foto: RAUL ARBOLEDA/AFP

O líder da oposição que se juramentou presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou um protesto anti-Maduro para esta terça-feira (12), data em que se comemora o Dia da Juventude no país. O objetivo da mobilização é fazer um apelo às Forças Armadas venezuelanas para que deixem entrar a ajuda humanitária no país, que já está na fronteira colombiana, em Cúcuta.

Neste domingo, Guaidó advertiu aos militares que o bloqueio de ajuda é considerado um "crime de lesa-humanidade" e os responsáveis serão considerados "quase genocidas" por impedir a distribuição de comida e remédios. Por outro lado, o ditador Nicolás Maduro afirma que a ajuda está sendo usada pelos EUA como um pretexto para uma intervenção militar no país. De acordo com o jornal venezuelano El Nacional, cerca de 700 membros das Forças Armadas de Ações Especiais (FAES) foram enviados à fronteira com a Colômbia – supostamente por ordem do próprio ditador.

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Guaidó também anunciou que centenas de pessoas se apresentaram voluntariamente para ajudar na "distribuição de ajuda", que deve começar "nos próximos dias" e logo "chegarão mais carregamentos de alimentos e remédios do Brasil", para cuja fronteira Maduro também enviou soldados. Guaidó ainda denunciou que a avó de sua mulher foi ameaçada pelos "coletivos", grupos paramilitares chavistas.

Os Pemon, povo indígena que vive na fronteira com o Brasil, estão determinados a permitir a entrada de qualquer ajuda que chegue à Venezuela, mesmo que isso signifique bater de frente com as forças de segurança venezuelanas e o governo. Seis líderes da comunidade Pemon que vive no município de Grand Sabana, na fronteira com o Brasil, disseram que a população em necessidade deve ignorar qualquer politização da ajuda humanitária. "Estamos fisicamente preparados – sem armas – e dispostos a abrir a fronteira para receber a ajuda", disse o prefeito de Gran Sabana, Emilio Gonzáles.

As comunidades indígenas gozam de autonomia na Venezuela. "Não vamos permitir que alguns generais de fora decidam por nós", disse Jorge Pérez, conselheiro regional para as comunidades indígenas. "Somos as autoridades legítimas."

Um grupo de médicos venezuelanos cruzou neste domingo a fronteira com a Colômbia para protestar contra o bloqueio da ajuda e denunciar o péssimo sistema de saúde da Venezuela.

Apoio importante

No domingo (10), um coronel do Exército da Venezuela manifestou seu apoio a Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino. O oficial Rubén Alberto Paz Jiménez exortou seus companheiros de armas a permitir a entrada da ajuda humanitária que começou a chegar à cidade fronteiriça de Cúcuta, na Colômbia, que Nicolás Maduro está bloqueando.

Paz Jiménez disse em um vídeo "desconhecer Maduro como presidente e reconhecer" Guaidó "como presidente interino e comandante-chefe das Forças Armadas". Paz Jiménez afirmou que, referindo-se a Maduro e à cúpula do governo, "90% das Forças Armadas estão insatisfeitas, estamos sendo usados para mantê-los no poder". O episódio evidencia a divisão no apoio a Maduro, apesar de a cúpula das Forças Armadas ter declarado lealdade ao presidente socialista. 

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Desde a semana passada militares venezuelanos bloquearam o acesso à ponte internacional Las Tienditas, perto do centro de coleta da ajuda internacional, em Cúcuta.

Paz Jiménez pediu aos colegas de farda que reajam, diante da escassez de remédios e alimentos. "Como médico, reconheço a problemática sanitária que o país vive. Peço a todos os integrantes das Forças Armadas (que) permitam a entrada de ajuda humanitária", insistiu. A ONG Controle Cidadão calcula que cerca de 180 militares foram detidos em 2018, acusados de conspirar, e pelo menos 10 mil membros das Forças Armadas pediram baixa desde 2015.

PDVSA

Para tentar driblar as sanções que os EUA impuseram no dia 28 com o objetivo de impedir o regime de ter acesso à receita da venda de petróleo, a estatal PDVSA instruiu os presidentes de joint ventures da qual faz parte a depositar os recursos recebidos da exportação de petróleo em uma conta recentemente aberta no banco russo Gazprombank AO, revelaram fontes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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