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Obama e Netanyahu em encontro ocorrido em setembro: israelense se opõe ao pacto | Jason Reed/Reuters
Obama e Netanyahu em encontro ocorrido em setembro: israelense se opõe ao pacto| Foto: Jason Reed/Reuters

US$ 7 bilhões é a receita adicional ao Irã proveniente do acordo temporário sobre as limitações no enriquecimento do urânio, segundo estimativas da Casa Branca. Mesmo sendo insuficientes para a economia de uma nação com quase 80 milhões de pessoas e representando menos do que o valor da produção mensal de petróleo, os recursos são vistos pelos iranianos como necessários.

O inédito acordo obtido no fim de semana passado com o objetivo de controlar o programa nuclear do Irã enfrenta uma série de obstáculos para se tornar permanente, a começar pelo Congresso norte-americano e por dois dos mais próximos aliados dos Estados Unidos.

Líderes tanto do Partido Democrata quanto do Re­publicano estão ameaçando romper com a política do presidente Barack Obama e habilitar novas sanções ao Irã, alegando que o acordo interino alcançado em Genebra concede benefícios demais ao regime iraniano e pede muito pouco em troca.

"A falta de proporção desse acordo torna provável que democratas e republicanos se juntem para aprovar sanções adicionais quando voltarmos do recesso em dezembro", disse o senador democrata Charles Schumer. Uma medida como essa tem potencial para sabotar o nascente acordo nuclear e acrescentar mais um item à lista de recentes problemas políticos da Casa Branca.

Washington sinalizou que vai defender o acordo diretamente com os parlamentares e líderes estrangeiros. Por telefone, Obama conversou com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que se opõe ferrenhamente ao pacto. O líder norte-americano disse que Netanyahu "tem bons motivos para estar cético em relação às intenções do Irã".

O país persa celebrou o acordo como uma vitória política para o presidente Hassan Rouhani e como um passo no sentido do alívio econômico. Um acordo final pode sustentar os esforços dos EUA para estabilizar o Oriente Médio e encerrar conflitos na Síria e entre Israel e palestinos, região onde Teerã ativamente apoia grupos militantes.

Autoridades norte-americanas afirmam que uma conclusão bem-sucedida do acordo pode redefinir as relações entre EUA e Irã, marcadas por hostilidade desde a revolução islâmica de 1979 em Teerã. "Acredito que este é potencialmente um momento importante, mas não vou ficar aqui triunfante e dizer que isso é o fim dos problemas", disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, após dias exaustivos de negociações.

Um dos benefícios que especialistas esperam ver é que o alívio das tensões com o Irã leve a uma redução nos preços mundiais do petróleo, apesar de os efeitos dependerem, em parte, de quanto petróleo iraniano voltará ao mercado.

O acordo, porém, gera grandes riscos, segundo algumas autoridades dos EUA e do Oriente Médio. Aliados importantes dos EUA, como Arábia Saudita e Israel, contestam publicamente a política norte-americana, alegando ameaça à segurança.

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