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Visitantes observam o monumento que marca o local em que o ex-presidente sul-africano foi capturado em Howick, na província de KwaZulu-Natal | Reinhardt Hartzenberg/Reuters
Visitantes observam o monumento que marca o local em que o ex-presidente sul-africano foi capturado em Howick, na província de KwaZulu-Natal| Foto: Reinhardt Hartzenberg/Reuters

Brasil

Dilma decreta luto oficial de sete dias por morte de líder negro

A presidente Dilma Rousseff decretou ontem luto oficial de sete dias pela morte do líder sul-africano Nelson Mandela.

Na quinta-feira, dia da morte do líder negro, Dilma afirmou que Nelson Mandela foi a "personalidade maior do século 20". Em nota oficial, ela lamentou a morte do presidente sul-africano e disse que "o governo e o povo brasileiros receberam consternados" a notícia de sua morte.

"O governo e o povo brasileiros se inclinam diante da memória de Nelson Mandela e transmitem a seus familiares, ao presidente Zuma e aos sul-africanos nosso sentimento de profundo pesar", disse Dilma.

"O exemplo deste grande líder guiará todos aqueles que lutam pela justiça social e pela paz no mundo", continuou.

Viagem

A presidente deverá viajar para o funeral de Mandela na próxima sexta-feira, dia 14, quando outros chefes de Estado devem se reunir para prestar homenagens ao presidente da África do Sul.

Folhapress

China

O presidente Xi Jinping expressou sua tristeza pela morte de Mandela e disse que Pequim sempre o lembrará pelas "extraordinárias contribuições" ao desenvolvimento dos laços entre os dois países.

Cuba

O presidente Raúl Castro disse: "Com profunda tristeza envio condolências do fundo do meu coração pelo falecimento de Mandela por quem o povo cubano professava o mais profundo respeito e admiração".

Oriente Médio

O governo egípcio disse que Madiba é fonte de inspiração para os povos e um modelo de sacrifício. Na Turquia, o presidente Abdullah Gül afirmou que ele fez uma revolução "que mudou a maneira de pensar do mundo".

Alemanha

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a herança política de Mandela foi "o combate não violento, assim como a rejeição a toda forma de racismo". Para o presidente Joachim Gauck, o líder negro "foi um exemplo".

Rússia

Segundo o ex-líder soviético Mikhail Gorbatchev, Mandela disse que a perestroika na União Soviética, série de reformas econômicas na Rússia que marcaram o fim do regime comunista, ajudou a derrubar o Apartheid.

Israel

O chefe de Estado israelense e ganhador do Prêmio Nobel da Paz Shimon Peres afirmou que o mundo perdeu um dirigente que foi "capaz de mudar o curso da história e levantar pontes de paz e de diálogo".

Interatividade

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  • Pessoas rezam nos arredores da casa em que vivia Mandela
  • Flores diante do Alto Comissariado sul-africano em Londres

O funeral de Nelson Mandela (1918-2013) será no dia 15, um domingo, na cidade de Qunu, respeitando o desejo do ex-presidente de ser enterrado na cidade onde viveu a infância.

Os sul-africanos poderão velar o líder negro morto na última quinta-feira entre os dias 11 e 13, quando o corpo descansará no edifício Union Buildings de Pretória, sede do governo nacional.

A grande despedida popular será em 10 de dezembro, perante as 90 mil cadeiras do FNB Stadium de Soweto, onde acontecerá a missa oficial por Madiba.

No mesmo FNB Stadium, antigo Soccer City, ocorreu, em 11 de julho de 2010, a última aparição pública de Mandela, na cerimônia de encerramento da Copa do Mundo de 2010.

Lá também ele deu um discurso histórico em 16 de dezembro de 1990, recém-libertado após 27 anos nas prisões do Apartheid e quatro anos antes de se transformar no primeiro presidente negro da África do Sul.

Dança

Ontem, a África do Sul começou uma espécie de "luto festivo" em homenagem a Mandela. O país recebeu a notícia da morte com tristeza e pesar, mas também como uma oportunidade de celebrar seu legado colossal.

Multidões cantavam e dançavam em várias partes do território sul-africano: no antigo gueto negro de Soweto, onde morou o ex-presidente sul-africano, e na casa do bairro de Houghton, também em Johannesburgo, na qual morreu, aos 95 anos.

O contraste entre as duas regiões da grande Johannesburgo perfila a trajetória de Mandela, que chegou pobre à cidade e morreu, em em um de seus bairros mais ricos, venerado por muitos no mundo inteiro.

O ambiente comum de celebração do legado que se viveu em cenários tão díspares como os antigos guetos de Soweto e Alexandra e os luxuosos subúrbios de Sandton e Houghton, ambos em Johannesburgo, mostra um pouco de sua figura.

"Este deve ser um momento para nos unirmos como país, como Mandela conseguiu que fizéssemos ", afirmou Andy Coetzee, africâner, ativista cultural e empresário do entretenimento em Soweto.

Filhas tiveram a notícia durante estreia de filme

Folhapress

As filhas mais novas de Nelson Mandela, Zenani, de 54 anos, e Zindzi, 53, receberam a notícia da morte do pai durante a estreia do filme Mandela: Long Walk to Freedom" (Longo caminho para a liberdade) em Londres, segundo a Fundação Nelson Mandela.

Filhas de Mandela com a segunda mulher, Winnie – de quem ele se separou em 1996 –, as duas deixaram o cinema de imediato.

O líder negro teve seis filhos, quatro deles com a primeira mulher, Evelyn Nase (1922-2004). Desses quatro, só a mais jovem, Makaziwe, de 59 anos, está viva.

Em 1998, aos 80, Mandela se casou pela terceira vez – com Graça Machel, 27 anos mais jovem e viúva do presidente moçambicano Samora Machel (1933-1986). Graça é a única mulher no mundo a ter sido primeira-dama em dois países (Moçambique e África do Sul).

Hoje com 68 anos, Graça disse, em entrevista à rede CNN em 2008, que aprendeu a separar o mito Mandela do ser humano e que a diferença de idade nunca foi um problema para os dois.

Disputa

Os três filhos mortos foram o objeto de feroz disputa familiar neste ano, quando o ex-presidente sul-africano já estava em estado crítico. Em julho, por decisão judicial, os corpos deles foram devolvidos a um jazigo em Qunu, a aldeia onde Mandela passou a infância.

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