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O presidente refere-se ao Karrar como “símbolo do progresso da indústria de defesa do Ir㔠| Vahidreza Alaii/Reuters
O presidente refere-se ao Karrar como “símbolo do progresso da indústria de defesa do Irã”| Foto: Vahidreza Alaii/Reuters

O presidente do Irã, Mahmud Ah­­madinejad, apresentou on­­tem o primeiro avião não tripulado do país. A aeronave, tele­­guia­­da e capaz de lançar diversos tipos de bombas e mísseis, chama-se Karrar (atacante, em persa) e é equipada com um motor turbo que pode atingir uma velocidade de 900 km/h.

O aparelho foi apresentado por Ahmadinejad como o primeiro "avião sem piloto portador de bombas produzido pelo Irã e capaz de percorrer longas distâncias em grande velocidade". Em seu discurso, o presidente lançou uma advertência aos EUA e a Israel para que não cogitem uma ação militar contra o polêmico programa nuclear iraniano. "Antes de ser uma mensagem de morte para os inimigos, o Karrar é o portador de uma men­­sagem de dignidade e salvação para a humanidade", afirmou.

Ahmadinejad disse que as habilidades de defesa do Irã "devem alcançar um ponto onde cortaremos o braço do agressor antes que ele aja". "A principal mensagem do Karrar é evitar qualquer tipo de agressão e conflito contra o Irã", acrescentou. "Karrar é o símbolo do progresso da indústria de defesa do Irã", afirmou, por sua vez, o ministro da Defesa, o general Ahmad Va­­hidi.

Vahidi acrescentou que Kar­­rar tem um alcance de mil quilômetros. O avião poderá levar quatro mísseis invisíveis aos radares e duas bombas de mais de 110 kg. "Além da aeronave não tripulada apresentada hoje pelo presidente, a República Is­­lâmica do Irã dispõe de outros aparelhos teleguiados, também com alcance de mil quilômetros", declarou o ministro. "O Irã nunca teve a intenção de atacar outro país", disse Vahidi, acrescentando que Teerã deve, no en­­tanto, "reforçar sua capacidade de defesa para dissuadir os inimigos de qualquer tentativa de agressão".

O Karrar foi apresentado dois dias depois de ser realizado com êxito o teste do míssil Qiam, apresentado como "um projétil com aspectos técnicos novos e uma capacidade tática única". O Irã prevê inaugurar nos próximos dias duas linhas de produção de lanchas rápidas Seraj e Zolfagar, equipadas con lança-mísseis. A apresentação também ocorre no dia seguinte ao início do processo de implantação de sua primeira usina nuclear, classificada de "símbolo de sua resistência e determinação" diante da oposição das grandes potências contra seu programa nuclear, suspeito de acobertar objetivos militares.

Depois mais de três décadas de interrupções e atrasos, os en­­genheiros começaram na manhã do último sábado as operações de carregamento de 165 barras de combustível no reator da usina de Busher.

O início das operações de carga do reator faz com que a usina de Busher passe a ser considerada oficialmente uma instalação nuclear. Esses anúncios chegam em um momento no qual o Irã está submetido a seis resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), quatro delas acompanhadas de sanções, por seu programa nuclear e pela recusa de in­­terromper o enriquecimento de urânio. A operação de carga de combustível terminará em 5 de setembro. Depois faltarão dois meses para que o reator alcance uma potência de 50%, que permitirá conectá-lo com a rede na­­cional elétrica, e entre seis e sete meses para que a usina funcione com potência máxima: mil me­­gawatts.

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