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Ministros alemães defenderam nesta quarta-feira sua resposta ao surto de E.coli que já matou 24 pessoas e assinalou possíveis mudanças no modo em que o país enfrentará crises de saúde no futuro.

O governo alemão vem sendo criticado no país e na Europa por não ter conseguido até agora identificar com certeza a causa do surto que já atingiu mais de 2.700 pessoas em 12 países. Todos os casos foram rastreados para as proximidades de Hamburgo, no norte da Alemanha.

Cerca de um terço dos pacientes que contraíram a bactéria E.coli no surto mais recente desenvolveram uma complicação grave chamada Síndrome Hemolítica Urêmica (SHU), que afeta o sangue, os rins e o sistema nervoso.

"O surto de E.coli e SHU na Alemanha é tão grave que precisamos reagir muito rapidamente para anunciar estas recomendações, e ainda não podemos avisar que está tudo resolvido", disse o ministro da Saúde, Daniel Bahr, aludindo às recomendações de que não sejam consumidos determinados vegetais crus, como brotos de feijão, mas também pepinos, tomates e alface.

As críticas focam o fato de a Alemanha ter se apressado a culpar pepinos importados da Espanha pelo surto -- acusação que foi retirada posteriormente -- e a ausência de evidências conclusivas de que a fonte da bactéria esteja de fato em brotos de feijão cultivados na Alemanha.

A burocracia excessiva aos níveis federal e estadual também é vista como responsável pela lentidão da resposta à crise.

Bahr disse que os organismos federais e regionais de segurança de saúde e alimentos farão uma "avaliação imediata" sobre como cooperar no combate ao surto de E.coli que parece estar sendo o mais mortífero na história.

O Instituto Robert Koch, organismo de controle de doenças da Alemanha, relatou outros 318 novos casos de E.coli na quarta-feira e acrescentou três pessoas à lista de vítimas fatais.

"Haverá casos novos, e infelizmente devemos prever mais mortes, mas o número de infecções novas está caindo significativamente", disse Bahr.

Falando em coletiva de imprensa com o diretor de saúde da UE, John Dalli, e autoridades de saúde alemãs, Bahr disse que a redução no número de infecções novas é motivo de "otimismo cauteloso".

Mas ele admitiu que é possível que a fonte do surto nunca chegue a ser identificada com certeza, como avisaram cientistas.

As análises de amostras colhidas em restaurantes, cantinas e cozinhas dos locais em que os pacientes se alimentaram não rendeu provas conclusivas da teoria de que os culpados pelo surto sejam brotos de feijão orgânicos de uma fazenda no Estado da Baixa Saxônia.

A ministra da Agricultura, Ilse Aigner, disse que as autoridades estão rastreando mais casos ligados à fazenda produtora dos brotos de feijão, onde se sabe que pelo menos uma empregada contraiu a bactéria e precisou ter parte de seu intestino extirpado em cirurgia.

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