• Carregando...
O movimento de direita populista, Alternativa para Alemanha (AfD), que se opõe à política migratória lançada pelo governo, entrou no Parlamento local com cerca de 14% dos votos, segundo as pesquisas | Michael Kappeler/AFP
O movimento de direita populista, Alternativa para Alemanha (AfD), que se opõe à política migratória lançada pelo governo, entrou no Parlamento local com cerca de 14% dos votos, segundo as pesquisas| Foto: Michael Kappeler/AFP

O partido da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, sofreu novo revés na eleição estadual realizada neste domingo (18) em Berlim, com muitos eleitores se voltando tanto para a esquerda quanto para partidos mais à direita, de acordo com projeções baseadas em pesquisas de boca de urna.

O Partido Social-Democrata (SPD) e a União Democrata-Cristã (CDU), de Merkel, emergiram da eleição estadual em Berlim como as duas siglas mais fortes, mas ambos perderam apoio e não devem continuar com um governo de coalizão de apenas dois partidos. Segundo as projeções, o SPD ganhou 21,6% dos votos, caindo 6,7% ante a eleição passada, enquanto a CDU ganhou 17,5% dos votos, recuando 5,8% na mesma comparação, disse a rede de televisão pública ARD. Conforme as mesmas projeções, o Partido de Esquerda, anticapitalista, que derivou das antigas siglas comunistas da Alemanha Oriental, subiu 4% de uma eleição para a outra, chegando a 15,7% dos votos, e o partido anti-imigrante e nacionalista Alternativa para a Alemanha, conhecido como a AfD, deve entrar com facilidade no 10º parlamento estadual, com 14,1% dos votos.

O comparecimento dos eleitores foi de 66,6%, contra de 60,2% na última eleição, e o AfD atraiu grande parte de seu apoio de novos eleitores, embora também tenha conseguido atrair adeptos tanto do SPD e do CDU como de outros partidos.

A votação ocorre duas semanas após a CDU de Merkel ter ficado em terceiro lugar no Estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde ficou atrás do AfD. Os números deste domingo devem manter a pressão sobre a chanceler um ano antes das eleições nacionais.

No entanto, foram em grande parte as questões locais que mobilizaram os eleitores em Berlim. Entre outras coisas, a desilusão é elevada sobre a burocracia notoriamente ineficiente da capital, tais como anos de atrasos na abertura do novo aeroporto.

Peter Tauber, secretário do CDU, responsabilizou o prefeito social-democrata Michael Mueller por colocar os eleitores contra os dois partidos do governo, dizendo que “o peixe cheira mal desde a cabeça”. Mueller, no entanto, disse que o objetivo do partido foi atingido. “Nós somos o mais forte partido político e temos um mandato para formar um governo”, disse.

Com forte participação do AFD, o copresidente nacional do partido, Joerg Meuthen, disse que a sigla está muito bem posicionada para as eleições nacionais do próximo ano. “Estamos firmemente convencidos de que vamos terminar o próximo ano com um resultado de dois dígitos”, afirmou.

Sem apoio suficiente para continuidade da “grande coalização” SPD-CDU e com cinco partidos com forças muito similares, uma coalização de três partidos deve formar o próximo governo. A mais provável é a combinação de SPD, Partido Verde, com 15,1% dos votos, e Partido de Esquerda. Tal configuração “não é uma boa perspectiva para Berlim”, disse Tauber no Twitter.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]